Após terminarem suas respectivas faculdades, as amigas de infância Dominique Hudson e Beladonna Sherwood mudam-se para Londres a fim de iniciarem uma nova vida na capital da Inglaterra.
As garotas conseguem abrigo na casa da senhora Hudson, uma mulh...
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O CORAÇÃO DA JOVEM DOMINIQUE HUDSON aparentava ser capaz de escapar da sua caixa torácica, saltando para fora abruptamente a qualquer momento. O clima de mistério que pairava no ar e a mudança do comportamento dos colegas de serviço só fizeram com que sua ansiedade aumentasse com cada passo que dava em direção a sala apontada. Os pensamentos estavam correndo a milhão em sua mente, criando teorias mirabolantes sobre qualquer que fosse o assunto, chegando a ficar preocupada com eventos do passado que poderiam ter vindo à tona no pior momento. Atrás daquela porta poderia estar à ruína dos seus sonhos infantis de se tornar uma grande detetive um dia.
— Seja o que Odin quiser — Murmurou a ruiva puxando o ar pelo nariz e soltando um longo suspiro antes de estender a mão até a fechadura.
Lentamente abaixou a maçaneta de metal até escutar o tão conhecido "clique". Sem mais delongas, empurrou a porta com gentileza e adentrou no recinto. Tentava soar menos grosseira e mais sutil do que estava acostumada, não queria que o chefe percebesse todos os seus maus trejeitos logo no seu segundo "primeiro dia" de serviço. Aquele era um recomeço, precisava fazer bonito e dar boas impressões, diferente do que havia acontecido anteriormente. Mesmo que aquilo tivesse feito com que fosse promovida mais rápido.
— Finalmente, senhorita Hudson — Cumprimentou o chefe sorrindo simpático. Ele era um homem gordo, levemente calvo, utilizava óculos meia lua e a camisa era de um número menor que seu tamanho, o erro estava visível em seus botões que pareciam lutar para permanecerem unidos e fechados.
— Boa tarde, senhor... — A frase começou de modo polido e quase que no mesmo instante em que fechava a porta. Porém toda a polidez e simpatia que carregava no sorriso, desapareceram quando a figura de Mycroft foi revelada. Ele estava sentado confortavelmente em frente ao chefe e virou a cadeira de modo teatral no mesmo instante que Dominique ingressou no recinto. — Ah, não! Você.
— Sim, eu — Assentiu Mycroft soberbo enquanto levantava para recebe-la. Dominique não escondia o desgosto que era tê-lo no mesmo ambiente.
— O Senhor Holmes contou coisas ótimas ao seu respeito — Elogiou o delegado sorrindo orgulhoso, como se a ruiva fosse um achado de outro mundo. — Em pensar que quase foi designada para aplicar multas o resto da vida.
— Ah, é? Interessante... — Comentou Dominique cruzando os braços sobre o peito, mantinha o olhar desconfiado na direção do Mycroft, o encarando com os olhos semicerrados. Enquanto o homem apenas dava seu costumeiro sorriso pomposo. — Tipo o que, por exemplo?
— Da ajuda que tem dado ao governo desde muito tempo. Disse a ele que será um prazer cede-la sempre que nossa querida Inglaterra precisar. — Falou o delegado orgulhoso. Dominique revirou os olhos, enojada. — A senhorita não parece muito contente.
— Quero meu cargo de guarda de trânsito de volta — Disse Dominique com descaso, apertando ainda mais os braços cruzados sobre o peito. A princípio pensava que sua promoção tinha dedo do Holmes mais novo, a parte da interferência de um Holmes era real, porém esses dedos eram do Holmes mais velho.