PERDIDA E ATRASADA. As duas piores situações que a jovem e bela professora Beladonna Sherwood desejava passar naquele que deveria ser um dos melhores dias de sua vida até o momento.
Quando recebeu a ligação do colégio católico Santa Agnes pedindo para que começasse mais cedo sua função como professora de literatura, ela não escondeu o sorriso efusivo e a empolgação por finalmente começar a colocar sua vida nos trilhos. Estava animada para começar a lecionar a matéria que amava aos pequenos seres pensantes da academia, apesar de que seu verdadeiro desejo era acompanhar somente uma turma entre o jardim da escola e os primeiros anos do fundamental.
Entretanto, agora julgava seu azar momentâneo como penitência divina. Já que a razão por ter de iniciar a carreira mais cedo dava-se por uma fatídica notícia. A irmã Margareth, uma senhora de oitenta e quatro anos que apesar de estar aposentada se recusava a deixar o cargo de professora, havia sido encontrada morta no dormitório do convento que vivia. Mesmo considerando a morte como parte do ciclo da vida, o que causava a sensação de penitência em Beladonna era não ter escondido sua alegria ao receber a notícia. Soando muito parecida com Dominique ou Sherlock ao encontrarem cadáveres no caminho que, futuramente, se tornariam seus casos mais interessantes.
Com os olhos vermelhos e inchados por segurar o choro em público, ela estava quase explodindo em desespero por estar sozinha em um ambiente completamente desconhecido e cheio de pessoas apressadas que não tinham tempo de sanar suas dúvidas. E, quando sanavam, Beladonna não conseguia compreender ao certo os trens que deveria ingressar para chegar ao seu objetivo final. Segurando entre suas mãos trêmulas o mapa aberto do metrô Londrino com as informações dadas por John, ela não conseguia entender onde havia errado para ter quase saído do país e por não saber disso, não conseguia voltar para casa. As marcações de John agora eram inúteis e as linhas coloridas um labirinto em arco-íris. Besta fora ela em acreditar nas palavras de Dominique sobre o metrô ser o transporte menos complexo do mundo.
Para a infelicidade de Beladonna, só havia uma coisa que poderia fazer para sair daquela situação desesperadora, chamar a cavalaria. Suspirando nervosamente pela boca, ela caminhou até a pilastra mais próxima para poder mexer escondida no celular e chorar sem ser julgada por desconhecidos. Ainda com as mãos trêmulas, ela retirou o aparelho celular do bolso e foi direto para sua agenda de contatos.
Apesar do contato da melhor amiga estar salvo em sua discagem rápida, Beladonna conhecia Dominique suficientemente bem para saber que ela não pensaria duas vezes em ofender Sherlock e John durante horas por terem deixado a morena sair sozinha na cidade grande, causando drama desnecessário entre eles e, talvez, destruindo o romance que acreditava estar surgindo entre ela e John. Pois acreditava que o médico poderia vê-la como uma garota sonsa e burra, principalmente por ter dito quatro vezes durante a explicação do trajeto que não haveria erros e ela chegaria em segurança no colégio para trabalhar. Ligar para Sherlock também estava fora de cogitação, pois chegaria no ouvido do John e da Dominique que ela foi burra para se perder no metrô, o sistema de transporte "mais fácil" de viajar. A Sra. Hudson também estava fora de cogitação, apesar de bondosa e gentil, ela se preocuparia de modo exagerado e lhe daria um sermão por ter saído sozinha, desde o sequestro de Dominique no caso do taxista, a senhora vinha sendo extremamente cautelosa quanto ao bem estar das garotas, principalmente dela por não ter porte de arma.
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𝐄𝐋𝐄𝐌𝐄𝐍𝐓𝐀𝐑 ──── Sʜᴇʀʟᴏᴄᴋ
Hayran KurguApós terminarem suas respectivas faculdades, as amigas de infância Dominique Hudson e Beladonna Sherwood mudam-se para Londres a fim de iniciarem uma nova vida na capital da Inglaterra. As garotas conseguem abrigo na casa da senhora Hudson, uma mulh...