❭Lisa, 01:00 da tarde❬
Filipe foi o que mais falou, sentou naquele sofá e não calou mais a boca.
Deixou bem claro que o irmão iria assumir a responsabilidade, que ele iria dar todo o necessário e, se os dois quisessem, poderiam até casar.
Dei risada nessa hora, e ele me olhou com as sobrancelhas erguidas, pus a mão na boca e ele continuou.
- É o seguinte, pega a visão aí, Lis, eu quero que seis tudo vão morar lá no meu barraco, porque lá é muito m...
- Pode ir parando - levantei a mão para que ele ficasse quieto - ninguém vai morar com ninguém, cada um tem sua casa.
- Não, não, seis vão morar comigo sim, pelo menos até o bandidinho nascer.
Ele disse, determinado.
- Bandidinho? - perguntei indignada.
Os três soltaram uma risada.
- Olha, não importa. O que eu quero dizer é: não precisamos morar com você, estamos ótimas aqui, e eu farei de tudo para que o bebê tenha um bom lar e os cuidados necessários.
Filipe balançou a cabeça e riu, depois ficou sério, me encarou e disse:
- Eu não estou perguntando, Lis, eu disse e pronto.
- Eu já disse - respirei fundo - nós não precisamos!
- Precisa porra! Tu tem noção de como aqui é perigoso? Seis tão morando do lado dos meus piores inimigos, tem noção disso? - ele aumenta o tom de voz - A mina tá grávida, pô, se os cara descobre eles manda corta ela!
Arregalo os olhos e coloco uma mão na boca, eu não havia pensado nisso.
- Então ela vai. - respondi.
- Eu? - ao lado de Miguel, Ana se pronunciou - Eu não vou sozinha não, sei nem cuidar de mim.
Os três me olham, esperando uma resposta.
- O que foi? - me faço de desentendida - Não, eu não vou.
- Lis, por favor, eu preciso caramba!
Pude até imaginar ela com enjôos, precisando de alguém para ajudar, ou ela com desejos, precisando que alguém prepare uma comidinha diferente e gostosa.
E foi por isso, pela ajuda que ela precisaria, e unicamente por isso, que eu disse:
- Tá bom, eu vou.
Ana se levantou do sofá e veio até mim, para me abraçar. No começo fiquei sem reação, mas depois devolvi o abraço, com uma pequeno aperto, em sinal de proteção.
- Então beleza, pode pá...- Filipe se levantou e foi em direção a porta - Arruma os bagulho aí, mais tarde mando alguém vir buscar.
- Tá...- respondi qualquer coisa, e ele saiu.
Eu, Ana, e Miguel ficamos nos encarando, sem saber o que falar.
- Então, Lis...- Miguel começou a falar.
Ergui as sobrancelhas e cruzei os braços.
- Para você é Lisa, nada de apelidos.
- Caramba, pode pá então.
- E quando o bebê nascer não quero saber de você com essa gírias de malandro.
Ana soltou uma risadinha, mas ficou séria depois que lancei um olhar bravo para ela.
❭Uma semana depois...❬
- Ô CARALHO, JÁ FALEI PRA ABAIXAR ESSA PORRA DE SOM, LISA, TÔ AGUENTANDO MAIS ESSE BAGULHO DE "EU CREIO" E OS CARAI, NÃO. - pude ouvir Filipe reclamando do meu louvor que estava no último.
- EU NÃO FICO IMPLICANDO COM O TEUS FUNK NÃO, INFERNO.
- MAS A CASA É MINHA PORRA, ESCUTO O QUE EU QUISER.
Estávamos gritando igual dois loucos, na verdade, nessa última semana só fizemos isso.
Ele é um escroto.
Não que eu não soubesse disso, mas agora só tive mais certeza.
Enxugo a mão na blusa e vou até o sono para diminuir o volume, não porque ele mandou, mas porque eu perdi a vontade até.
Quando estou voltando para a cozinha, ouço meu celular tocar, olho para o nome e vejo que está escrito "Enfermeira", rapidamente atendo.
- Alô?
- Alô, bom dia, Lisa? - uma voz doce fala do outro lado.
- Bom dia, eu mesma, aconteceu alguma coisa com a minha mãe? - pergunto já com medo.
- Ahn...será que você poderia vir até aqui?
- Claro, claro, posso sim. Eu já chego.
- Obrigada, até.
Desligo o celular e encaro o chão, o que pode ter acontecido? Será que ela piorou?
Eu estava com pressa, estava nervosa e com medo. Não tinha quem me levasse até o hospital, só o Filipe mesmo, que tem moto e carro, mas é óbvio que eu não pediria carona.
Então juntei uns troco e enfiei dentro da bolsa, entrei dentro de uma calça qualquer, uma blusinha rosa, um Mizuno e saí batendo a porta.
Peguei um busão pra chegar no hospital, e assim que desci na porta daquele prédio enorme, senti uma pontada no coração, como se fosse um aviso de que algo ruim estava prestes a acontecer.
- Então, Lisa, - a médica sentada a minha frente começou - eu te chamei aqui porque acredito que algumas notícias não devem ser dadas por telefone.
Enguli em seco e juntei as mãos.
- Bom, a sua mãe estava em um estado muito delicado, como você sabe, e hoje de manhã ela teve uma piora, vomitou sangue e nós fizemos alguns exames. Não te chamamos pois acreditamos que... não iria adiantar muito...
Meus olhos já estavam ficando molhados, e meu coração batia cada vez mais rápido.
- Pensamos que ela iria se estabilizar novamente - ela continuou - mas não foi o que aconteceu. Lisa, eu sinto muito.
Balancei a cabeça negativamente, não, não, não...
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Aí gente kkkkkkk eu voltei, depois de um mês sem postar nada, criei vergonha na face e tô aqui!
Espero que gostem, beijos beijos.
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Louco pra voltar • Ret
Romance"Tô louco pra voltar, amenizar minha dor. Não vamos transar, vamos fazer amor". Plágio é crime.