↬ 019 ↫

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(Façam o favor de comentar, estou desanimando com isso).

Lisa

- É claro que eu entendo - dei risada encarando os olhos de Filipe - Você precisava de alguém pra se esfregar por aí, porque pessoas como você não conseguem viver sem...

- Pessoas como eu? - ele me imita - Como assim, cara?

- Ah - revirei os olhos, bebendo o restante do café - Eu preciso sair, tá? Vai procurar o que fazer.

Coloquei a xícara na pia e fui para o quarto, mas antes dei umas batidas no quarto da Ana e do Miguel, já era tarde e até agora nada dos dois levantarem.

Hoje eu iria até a UFRJ. Precisava estudar, já tinha esse plano há muito tempo, mas com minha mãe doente eu não podia fazer muita coisa.

Agora que já estamos mais estabilizados na casa do cabelo de grama, acho que consigo.

Nunca quis ter essa vida, sem trabalho, sem faculdade. Meu sonho não era ficar assim, acho que o de ninguém é, mas infelizmente as circunstâncias não permitiam que eu tentasse fazer alguma outra coisa além de cuidar da minha mãe e trabalhar para pagar remédios e as despesas da casa.

Quando cheguei lá, uma moça me atendeu na entrada, perguntando o que eu precisava. Expliquei que queria fazer uma matrícula e ela me disse para entrar e sentar nas cadeiras de espera do lado de dentro.

***

Depois de ter feito, finalmente, a inscrição, passei no mercado para comprar uma tinta de cabelo. Eu já não estava satisfeita com ele há muito tempo.

Escolhi o preto azulado, peguei um salgadinho e refrigerante para comer no caminho e fui para o caixa.

- Deu 25,00 reais - a moça do caixa falou.

- Só um minutinho - sorri pegando minha carteira.

Eu tinha certeza de que tinha uma nota de 50 reais lá, mas, pelo visto eu estava errada.

- Hum...acho que vou deixar a tinta - sorri com vergonha.

- Não, pode levar - uma voz grossa falou do meu lado.

- O que? - me virei com cara de surpresa.

- Eu pago - o homem com barba e olhos verdes sorriu para mim.

Meu Deus, não sei se é ser humano ou se é um anjo.

Abro a boca e a fecho, sem saber o que falar.

- Que isso - sorri de leve - Não precisa.

Me virei e empurrei a tinta para o lado, mas senti sua mão em cima da minha, fazendo com que não conseguisse tirar a caixa de lá.

- Olha moço, não precisa, tá? Mas muito obrigada - sorri desconfortável.

- Tudo bem - ele tirou a mão de cima da minha.

Ainda bem, já me sentia zonza com aquelas mãos fortes e quase imaginei o que elas seriam capazes de fazer. Meu Deus, Lis, você precisa transar.

Louco pra voltar • RetOnde histórias criam vida. Descubra agora