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》Filipe《

Aproveitei que a danada da Lisa resolveu me dar essa moral e resolvi chamar pra sair. Não um encontro né, pô, mas uma diversãozinha. Custa nada.

A Ana e o Miguel já tinham ido pra praia, a Lis mandou a dona Clarice passear com o Davi e eu tava lá sentado no sofá esperando ela por roupa.

Ultimamente a gente tem se dado bem. As vezes eu apareço no quarto dela, ou então ela que vai no meu, mas nada muito romântico não.

Me sinto usado.

- Ô filha - gritei - Cê vai demorar muito aí ainda, porra? Tô com fome.

- Calma caralho - ela apareceu na sala - Tô pronta.

Olhei de cima a baixo, ela tava com um shorts curto, uma blusa decotada até o umbigo e um tênis.

- Compensava ir pelada né? Dá no mesmo - revirei os olhos.

- Imbecil - ela juntou a bolsa em cima da mesa - Vamos logo porque minha barriga tá fazendo barulho aqui.

Levei ela no McDonald's, porque ela ficou reclamando que nunca comeu o tal do Mc lanche feliz.

Parece uma criança.

- Tá feliz agora, sua oportunista? - perguntei vendo ela com a boca toda suja de mostarda.

- Mais ou menos - ela olhou pro cardápio e apontou para um sorvete - Minha felicidade vai ficar completa depois da sobremesa.

- Mano, você só me dá gasto e dor de cabeça.

- Fica quieto, transa horrores comigo mesmo. O mínimo que tem que fazer é me pagar comida boa - ela piscou.

Eu disse que estava sendo usado.

Senti o celular vibrar no bolso e dei uma olhada, vendo que a Duda não parava de ligar e mandar mensagem.

Respondi dizendo que mais tarde passava lá e desliguei.

- Ô Lis - chamei ela que estava distraída com o lanche - Cê acha mesmo que nós nunca daríamos em nada? Tipo, sei lá, a gente se dava bem no passado...E agora a gente continua dando uns pegas...Sei lá, tipo, cê acha que não rola um namoro, não?

- Um o que? - ela engasgou com o refrigerante - Um namoro?- falou rindo.

Pisquei e cruzei os braços.

- Aí Filipe, você é tão engraçado - ela riu colocando a mão no peito - Qualquer hora dessas você me mata de rir, na moral.

- Não tô brincando, falei sério, cacete - encarei ela.

- Ah - ela parou de rir e ficou séria - É pra ser sincera, né? - afirmei com a cabeça - Bom, é que....porra...Eu fui apaixonada por você Filipe, lembra? Apaixonada demais. Pra você fazer o que fez com a Duda...E aí, depois, acontecer tudo aquilo da Ana e eu acabar morando na sua casa.

Ela me olhava séria.

- E acontecer tudo aquilo também, de a gente ficar as vezes, e depois você ficar com a Duda...E eu fiquei com outro também...E tá tudo bem, porque somos solteiros e tal - ela continuou - E agora nós temos ficado novamente, é bom pra caralho. Nossa, ficar com você é uma delícia - ela olhou pra cima e suspirou.

- Mas enfim, continuando - limpou a garganta - Isso não quer dizer nada. Tipo, só estamos ficando e eu só tô me dando bem com você porque acho que continuar bancando a difícil não ia ajudar muito. Até porque eu passei anos sem transar, sabe? Então, tendo você em casa pra ficar e poder...fazer tudo que fazemos...É bom.

Ela sorriu e coçou a cabeça.

- Mas isso não quer dizer nada. Nós não vamos namorar. Nunca - limpou a boca com o guardanapo e cruzou as mãos - Porque nós dois nunca daríamos certo. Você não é o cara com quem eu consigo imaginar um futuro. É aquilo né...coisa de momento apenas. Passageiro.

- Tô ligado - dei risada.

- E quando você não quiser mais nada também, é só falar - ela me olhou rindo - Sei lá, quando quiser assumir alguém, ficar sério com alguém, é só falar que a gente não faz mais nada.

- Combinado então - estendi a mão pra ela bater - Sem compromisso, como dizem por aí?

- Isso aí, docinho - ela deu risada e mandou um beijo pelo ar.

Mal sabe ela que eu nunca iria querer parar de ficar com ela, ou assumir outra. Porque não tem como cansar dela, não tem como esquecer tudo que a gente faz. Ela é incomparável, caralho.

Louco pra voltar • RetOnde histórias criam vida. Descubra agora