Louco pra voltar • Ret

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(Pessoal, a partir de hoje vou estabelecer metas, pois vocês estão lendo e não estão votando e nem comentando. E é isso que ajuda o livro, os comentários e os votos!)

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》Lisa《

Filipe me encarava como se eu tivesse dito o maior absurdo do mundo. Porra, só disse que foram ver uma casa, ele vai ficar bravo até por isso?

- Ah, que foi? Não podem arrumar um lugar e ajeitar a vida deles?- coloquei as mãos na cintura.

- Tu vai junto? - ele me perguntou, bravo.

- Vou onde? - perguntei sem entender - Ah, não. Na verdade não sei, talvez.

- Hum.

Dito isso, ele juntou o menino no colo e foi pro quarto.

Por falar no tal menino, até que parecia. Na verdade, era a cópia dele. Idêntico.

Escutei a porta sendo aberta e olhei sorridente em direção aos meus dois pombinhos.

- E então? Gostaram da casa? Me conta, vai!

Ana sorria demais, estava quase brilhando.

- Eu amei a casa, Lis, e ele também. Só que não sabemos que é o certo a se fazer...

Ela me olhou e diminuiu um pouco o sorriso.

- Mas por que? Não é o que querem? - perguntei confusa.

- Ah, Lis, até é sabe, só que a gente não quer deixar vocês dois, tá ligada? Tipo, agora tem até o moleque do Filipe, e nesses momentos tá foda né... - Miguel disse.

Ah, entendi. Eles estão com pena de deixar os irmãos mais velhos, que fofo.

- Hum...tá...Mas vocês precisam de um rumo, sabe? E não ficar só pensando em nós, nós estamos bem, vocês quem precisam se cuidar, ainda mais porque tem uma outra boca vindo aí. - apontei pra barriga de Ana.

- Sei lá mano, a gente precisa conversar certinho esses bagulho. - Miguel respondeu enquanto se jogava no sofá.

- Tenho certeza de que vão fazer o certo, eu espero, pelo menos.

Já estava tarde, então resolvi preparar uma janta, fiz arroz, feijão, salada de alface e tomate e um frango empanado.

Ana me ajudou colocando a mesa e depois se sentou e ficou me encarando.

- O que foi? Tá admirando minha beleza é? - sorri enquanto picada o tomate.

- Tô preocupada com você.

- Comigo? - perguntei confusa.

- Sim, Lis - ela disse calmamente - você não pensa em arrumar uma família?

- Ah...- abri a boca para responder, mas percebi que não sabia o que responder.

Eu queria uma família?

- Bom, não tenho tempo pra pensar nessas coisas, além do mais, eu tenho você. - sorri.

- Mais porra, Lisa. Tu não quer casar? Ter filhos, sei lá. - ela ergueu as mãos em sinal de dúvida.

Por que esse assunto?

- Você tá achando que eu tô encalhada? - perguntei com uma sobrancelha erguida.

- E você não está? - revirou os olhos - qual é, já tem 26 anos Lis, se quiser namorar, noivar e toda aquela baboseira lá, você nem vai poder ter filhos.

- Aí Ana, que saco, para com esse papo.

- Mas é sério! Você vivia dizendo que iria namorar por anos e depois noivar também, e advinha só? Se estiver muito velha nem filhos você vai conseguir ter!

- Acho desnecessário esse assunto. - respondi ríspida.

- Eu quero sobrinhos, só te digo isso. - Ana se levantou e foi para lá.

- Eu em - resmunguei enquanto revirava os olhos.

- Então você não quer casar?

A voz de Filipe, que saiu do além, quase fez com que eu cortasse meu dedo fora.

- Mas que porra...- coloquei a mão no peito - quer me matar?

Ele sorriu e sentou.

- Só se fosse de outra coisa, de susto não.

Revirei os olhos e balancei a cabeça negativamente.

- Mas então, tu não quer casar é? - ele coloca as mãos em cima da mesa e alisa a toalha.

- É...não exatamente. - dei de ombros - Eu só acho que já estou meio fora da fase de achar alguém para casar.

Ele solta uma risada.

- Caralho, eu então tô perdido né? Mais de 30 anos já.

- Ah, para. Você sempre terá opções. - coloquei a panela de arroz na mesa.

- Do que adianta? A melhor oportunidade eu perdi.

Pisquei duas vezes tentando entender o que ele quis dizer, até que entendi.

Ele resolveu me fazer de idiota agora, de novo.

Acha que com essas palavrinhas eu vou cair novamente na dele, mas está enganado.

Não sou mais adolescente. Sou uma mulher.

E uma mulher que sabe muito bem o que quer.

(Não revisado)