Louco pra voltar • Ret

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(Maratona 4/4)

》Lisa《

Puxei ele até uma das mesas de dois lugares e nos sentamos.

- O que você gosta de beber? - ele perguntou, olhando em volta.

- Humm... - pensei um pouco - Sabe, os coquetéis daqui são uma delícia. Ainda mais o de morango.

Ele ergueu a mão e um dos garçons veio até a mesa.

- Dois coquetéis de morango - pediu, educado.

Enquanto esperávamos as bebidas, resolvi puxar assunto e descobrir mais sobre ele, afinal, estávamos em um...encontro?

- Por que resolveu "passear" pelo Brasil, ao invés de assumir sua profissão, já que acabou de terminar a faculdade? - perguntei me encostando na cadeira.

Ele pensou por um instante.

- Porque...a vida é curta demais, Lis - ele me encarou - e a minha profissão irá exigir demais de mim. Não quero correr o risco de passar o resto da vida trancado em um escritório, sem ao menos ter conhecido outros lugares.

Ergui as sobrancelhas, surpresa.

- Entendi... faz sentido - dei risada - Caramba, me sinto meio burra até, conversando com você que é tão educado - dei risada e pus a mão na testa, envergonhada.

- Imagina - ele riu - Você é tão educada, não precisa se sentir assim.

- Humm...quantos anos você tem mesmo? - perguntei.

- 28. Nem muito novo, nem muito velho...perfeito pra você - ele sorriu educado beijou minha mão, me fazendo rir.

Caramba, me senti fora da realidade.

- Então...Até quando vai ficar no Rio? - perguntei quando nossas bebidas chegaram.

- Não tenho dia certo pra ir embora, mas ainda tenho alguns dias garantidos por aqui - ele bebeu um gole do coquetel - Ainda mais agora.

Sorri.

- Você disse que queria conhecer o Chapadão, né? - falei - Você sabe que não é um lugar...turístico, não sabe? Assim, não é tão perigoso quanto falam...mas também não é a Disney...

- Eu sei, eu sei - ele riu e balançou a cabeça - Sei que pode ser perigoso, só que...estou cansado da vida tranquila, queria algo novo que me fizesse sair da zona de conforto, entende?

Entendi tudo. Ele queria se divertir?

- Claro, entendi - bebi um gole também - Já que é assim, posso te levar lá qualquer dia desses. Acho que o Filipe não se importaria. Não que eu precise da permissão dele... - acrescentei, e me arrependi.

- Quem é Filipe? - ele sorriu de leve, quase que decepcionado.

- Filipe? - me fiz de sonsa - Ah, sim. O Filipe é irmão do namorado da minha irmã - expliquei, confundindo a mim mesma.

- Irmão do meu cunhado, pra ser mais exata - adicionei - Ele é...bem entendido sobre o complexo, sabe? E... - comecei a ficar nervosa, por pouco não soltei que ele era um traficante.