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Lisa

Fui de carona com uma amiga do trabalho, que se ofereceu pra me encontrar e ir comigo.

Pensei que não ia ser algo tão chique, mas se superaram e fizeram uma festa legalzinha até.

Enchi a cara mesmo, aquela conversa com o Filipe ainda estava na minha cabeça, me atormentando.

Eu tive tempo para pensar, analisei minha vida e percebi que logo vou ter 30 anos...E que na verdade tudo que eu realmente preciso e quero é uma família... E mesmo gostando do Filipe, porque sim, eu gosto, não é com ele que eu iria ter uma família, não é?

Ele não é homem pra isso, e vendo os acontecimentos passados ele também nunca me levaria a sério. O que ele queria era uma beijinhos, uma transa de vez em quando, e eu não sou mulher pra isso.

Voltei a beber e comia tudo que achava na mesa dos salgados e doces.

- Aquele vagabundo me usou - falei para a senhora ao meu lado da mesa enquanto bebia - e eu não sei mais o que fazer pra ficar longe...

Virei o resto de vinho da taça e continuei.

- E eu lá morrendo de vontade de dar, necessitada, com aquele ridículo, gostoso, babaca, arrogante...E cheiroso,  na mesma casa que eu, sem poder fazer nada!

Comecei a chorar e a senhora ao meu lado me abraçou, passando a mão na minha cabeça e me consolando.

- Te entendo, minha filha. Quando o malaquias do meu ex-marido parou de subir eu também me senti péssima, só faltei subir pelas paredes de tanta vontade acumulada - ela devia ter bebido também, ou então estava caducando. Sei lá, só sei que bebemos juntas e reclamamos de como o sexo faz falta na vida de uma mulher.

Já passava das 1:30 da manhã, quase todo mundo já tinha ido embora e a minha colega da carona tava tentando me arrastar pra casa desde as 23h, mas eu convenci ela a aproveitar que tinha bebida de graça e ficamos mais um pouco.

- Agora é sério, Lis, vamos embora - ela me agarrou pelo braço e saiu puxando pelo salão.

- Só mais um golinho... - Eu choraminguei.

Ela me levou até a entrada do morro, disse que eu não podia beber e foi embora.

- Olha, sinceramente - resmunguei entrando em casa - nunca mais eu bebo!

Dei risada e cambaleei para a frente, me apoiando na parede.

- Tô louco pra VOLTAAAAAR- cantarolei - Amenizar minha dor, preciso relaxar hoje.

Me joguei no sofá.

- Não vamos transar, vamos fazer AMOOR - cai do sofá.

- O que que tá acontecendo aqui?

Olhei por cima do ombro e só enxerguei um cabelinho verde me encarando.

- Vem aqui dar um jeito em mim, Filipe - dei risada e rolei pelo tapete.

Louco pra voltar • RetOnde histórias criam vida. Descubra agora