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(Socorro, alguém dá uma paulada nessa Duda)

Fui até o local combinado, me sentia uma baleia com a roupa que havia escolhido, por mais que a barriga não aparecesse quase nada.

Ele já estava lá, sentado no balcão e com uma taça na boca.

Bonito, charmoso, educado, gentil, tudo.

Mas não era por ele que meu coração batia acelerado, na verdade, eu estava apática com toda aquela situação, parece que não fez diferença   nenhuma na minha vida ver um cara gato me dar tanta atenção e querer tanto me ver.

- Então você gostou mesmo do RJ? - disse me sentando ao lado dele.

- Gostei das belezas que encontrei aqui... - Ele puxou minha mão, depositando um beijinho.

Sorri, quase revirando o olho.

- Como você tá? - Ele perguntou, se voltando para frente.

- Eu tô como sempre, vivendo - dei uma olhada rápida no cardápio - Um suco de maracujá - O barman assentiu e sumiu.

- Vivendo ou sobrevivendo? - Santiago sorri.

- Resolveu filosofar essa hora da noite? - dou risada.

- Estava me evitando, né? - Ele é direto.

Descanso a mão na perna e suspiro.

- Estava, estava sim - respondo com sinceridade - eu tenho escondido algo de você, não queria que soubesse...sei lá porquê.

- E se sente bem pra falar agora?

- Não, mas não posso evitar para sempre - puxo o ar e solto - eu estou grávida.

A boca dele forma um O e vejo seus olhos se arregalarem.

- De 3 meses. E sim, o pai é o Filipe, e não, ele não sabe, até porque nem aqui ele está - falo tudo de uma vez.

- Caralho... - Ele fica alguns segundos em silêncio.

- Olha, só peço que não me julgue. Acredito que já tem pessoas suficiente para isso - digo.

- Eu... já volto. Vou no banheiro - Ele pega o celular o balcão e some para dentro do bar.

Meu suco chega, tomo tão rápido que peço outro antes mesmo que ele volte.

Me apoio no balcão e coço a cabeça, meus pés já estavam doendo, e o sono estava chegando.

Filipe

- Você é louca, Maria Eduarda, não sei como não percebi anos atrás - digo revirando o olho.

- Para de ser mal agradecido, faço de tudo por você - o celular dela toca - oi querido? Novidade? Que novidade? Espera um segundo.

Ela sai do quarto e trança a porta, não consigo ouvir a conversa, nem quem está do outro lado da linha, apenas ouço algumas palavras sem nexo.

"Impossível" "Vagabunda" "Cuidado" "Mato"

Forço a audição mas não entendo mais nada.

- Bebê - Duda volta para o quarto - vamos para fora do país, o que acha?!

Louco pra voltar • RetOnde histórias criam vida. Descubra agora