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Filipe.

Passei a noite naquele hospital, as horas não andavam, o relógio parecia que tava parado já tempos.

Na minha mente já tinha xingando tudo que é palavra e invocado uns três tipo diferente de demônio. Que porra mano.

Depois do susto veio a raiva. Eu sempre quis ser pai.

Quando descobri do Leo me senti o cara mais feliz e completo do mundo. E depois descobrir que ele não era meu partiu a droga do meu coração.

Agora depois de tanto sufoco eu iria perder meu verdadeiro filho?

Não pude nem segurar a barriga da Lisa, fazer carinho, beijar. Meu olho enchia de água toda vez que vinha a imagem da barriga dela na cabeça.

Que coisa mais linda.

- Filipe...? - escuto meu novo e me viro para trás, vendo um homem de branco.

- Eu mesmo - fico de pé e enxugo as lágrimas de canto.

- É namorado da Lisa, isso mesmo? - ele pergunta anotando em uma prancheta.

- Marido. Tem notícias? O que aconteceu? Como ela tá? - pergunto desesperado.

- Lisa está bem, o bebê de vocês também - ele sorri - foi uma cirurgia delicada para a retirada da bala, mas por sorte ela acertou abaixo do coração, onde foi contida. O bebê está estável, e a gestação poderá continuar.

Minha vista ficou embaçada, e cai de joelhos no chão.

- Deus... - comecei a chorar - muito obrigada!

Não tinha mais força nos braços, só cai para frente e chorei. Eles estavam salvos.

Papo reto, já fiz cada merda nessa vida, mas sempre levei Deus no coração, e vendo isso agora não podia deixar de agradecer. Foi incrível demais.

- Filipe? - Miguel se aproxima - Agora que tá tudo bem, a gente pode trocar uma ideia e você contar o que realmente aconteceu?

Me levanto secando o rosto e encaro sua expressão de decepção, dou um suspiro e caminhamos para fora do hospital.

- Vamos lá.

Louco pra voltar • RetOnde histórias criam vida. Descubra agora