O Herdeiro De Eileen

Para Proteger a Família

Ver Tobirama correr para longe daquela maneira o desesperou. Depois de tudo o que haviam passado, não podiam voltar a quebrar a confiança que construíram ao longo dos meses, então, ir atrás do príncipe foi uma decisão que foi tomada imediatamente e sem segundos pensamentos. Porém, antes de segui-lo, a situação toda veio à sua mente, e Izuna parou de andar imediatamente. O príncipe Hashirama estava ao seu lado, e observava as costas de seu irmão sumirem entre as árvores.

O soldado não sabia como deveria falar com Hashirama, pois, apesar de tudo, ainda estava diante de um príncipe, um que parecia ser o completo contrário do único que conhecia até ali, mas estava tão agitado, que acabou passando por cima dos receios e se dirigiu a ele rapidamente.

— Alteza — o chamou ansioso, tendo a atenção de Hashirama pela primeira vez. — Nós estamos aqui por um assunto importante, então, por favor, não vá embora. Eu o trarei de volta.

O príncipe mais velho abriu a boca para responder, mas Izuna não teve tempo para esperar ainda mais. O soldado correu em direção a Tobirama o mais rápido que pôde, e quando finalmente o avistou, soube que havia agido certo ao segui-lo até ali. Ele não estava bem. Era óbvio que se sentiria enganado ao saber da verdade, mas vê-lo tão descontrolado daquela forma era um momento raro e delicado, e preocupou Izuna ainda mais. Ele tem razão em se sentir assim, mas não quero que pense que eu também escondi esse segredo desde o início.

Um grande alívio o abraçou quando o príncipe aceitou ouvi-lo e não recusou quando entregou o pergaminho em suas mãos. Madara odiaria sua atitude, se soubesse, mas não se importou com aquela parte do futuro no momento. Izuna só queria que Tobirama compreendesse parte dos sentimentos de seu irmão, ou pelo menos tentasse.

O soldado sabia que o príncipe era capaz de entendê-lo, e por isso confiou a ele os sentimentos de Madara escritos no papel. O deixou sozinho para que pudesse ler em paz e sem distrações, e foi com um peso no peito que retornou para onde esperava encontrar Hashirama.

O que havia dito para Madara, como o tratou após ouvir o Touro, tudo passou por sua mente enquanto caminhava de maneira apressada, trazendo culpa junto com a sensação de que o tinha traído. O ex-capitão havia confiado em Izuna, e ainda assim, duvidou de suas palavras. Eu não deveria ter desistido tão fácil. Ele apertou os lábios enquanto pensava, só então reparando que aquela área era grande, e mesmo tendo certeza de aquela era a cabana descrita nos outros pergaminhos, deveria ter procurado um pouco mais, antes de se entregar para a fúria novamente. Eu ainda sou muito impulsivo, lamentou, finalmente compreendendo o motivo de Madara evitar de contar tantas coisas. Izuna sentia que havia amadurecido, mas que ainda não era o suficiente.

Quando os pés pararam finalmente, soltou um suspiro aliviado. O príncipe mais velho ainda estava lá, sentado na entrada da velha cabana, tão pensativo que o notou apenas quando se aproximou. Os olhos castanhos estavam sérios, e a força que ele passava mesmo estando em silêncio o fez estremecer levemente.

— Onde está o meu irmão? — Ele perguntou com seu tom grave, se levantou rapidamente, e olhou Izuna de cima. — O que houve? Para que o trouxesse até aqui? Quem é você, afinal?

Suas perguntas saíram uma atrás da outra, e o soldado precisou de um momento para entender todas elas. Ele era muito mais alto do que imaginava, e intimidador de uma maneira que ninguém o tinha avisado antes. Eu pensei que ele era gentil e amável. O pensamento o fez juntar as sobrancelhas, porém, logo suavizou a expressão. Ele não estava em posição de exigir boas-vindas de alguém que o príncipe não conhecia, muito menos quem nem mesmo podia ver o rosto. Ele está certo. Não sei o que houve extamente, mas todo o cuidado é pouco.

Izuna suspirou fundo, nervoso e ansioso quando retirou o capuz da cabeça. Estava pronto para responder uma pergunta por vez, porém, quando voltou a olhá-lo, se tornou curioso com o novo olhar espantado.