12/07/1105 - 22:00h

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Depois de ter voltado para o meu quarto ontem, eu me senti mais leve, porém, ainda estava inquieto para ver meu irmão e ter certeza de que ele estava bem. Saber que ele havia perdido alguém que ama fez-me ficar ainda mais preocupado.

Como não pude vê-lo por ter saído tarde demais dos aposentos de Tobirama, hoje acordei cedo, e planejei ir diretamente ao quarto de meu irmão. Quando saí pela porta, me deparei com Madara fazendo o mesmo ao lado. Ele sorriu discretamente ao me ver e veio em minha direção. Sem se importar por estarmos no corredor, eu o abracei com força, mas logo o soltei.

Ele riu em tom baixo quando nos afastamos.

— Então, você soube — disse ele, ainda risonho, e não pude evitar em me alegrar ao vê-lo assim novamente. Foi um alívio ainda maior.

— Tobirama me disse ontem — contei com um enorme sorriso nos lábios.

— Ele me salvou dessa vez — Madara desviou o olhar enquanto falava, o que me arrancou uma baixa risada. — Mas ele fez isso por você, não foi?

Dessa vez foi a minha de desviar o olhar com constrangimento.

— Ainda assim... estou agradecido — vi que Madara sorriu um poucoquando levantei o olhar, mas logo voltou a ficar sério. — Mas ainda quero matá-lo por tocar em você.

Não consegui me controlar naquele momento e soltei uma alta risada. Aquilo foi demais para mim. Vê-lo tão nervoso por uma coisa dessa, era como se ele ainda me visse como uma criança e que Tobirama havia tirado minha inocência, e achei muito engraçado.

— Estou falando sério — disse ele, enquanto eu tentava controlar minha risada. — Só de imaginar um absurdo desses eu fico arrepiado de horror.

Eu cobri minha boca com uma das mãos, para evitar que mais uma risada saísse, e o observei fazer uma careta de asco.

— Então não imagine! — Exclamei, fazendo uma expressão exagerada de indignação. — Isso é muito esquisito de se ouvir vindo de você. Que horror!

— Você acha que consigo controlar isso? — Ele ainda estava sério, mas não consegui esconder o quão divertido estava achando aquela conversa. — É como quando você lê um livro de terror e, mesmo querendo tirá-lo da cabeça, os acontecimentos grotescos ficam se repetindo por várias vezes em sua mente — ele terminou a explicação como se fosse a mais brilhante de todas.

Revirei os olhos.

— Não somos como uma história de terror — disse com real indignação.

— Para você, pode até ser que não — ele deu de ombros —, mas para mim...

Ele deixou o final da frase no ar e fez uma expressão zombeteira e rebati com um empurrão em seu ombro. Madara riu em tom baixo enquanto massageava o ombro e eu o acompanhei.

— Izuna, eu preciso falar uma coisa — ele voltou a ficar sério de repente e o olhei cansado. — Não irei criticá-lo, se é isso que pensa. Eu só quero pedir que tome cuidado, por favor. Agora pode ficar mais fácil de vocês... — ele hesitou por um momento e chacoalhou o corpo antes de dizer em tom baixo e desgostoso: — ficarem juntos. Mas depois, terão que tomar muito cuidado para manter segredo. Eu falo sério.

— Nós vamos tomar cuidado, irmão — afirmei com um fraco sorriso, ainda achando graça nas reações dele. — Mas... por que diz que agora é mais fácil?

Madara endireitou a postura.

— Isso é outra coisa da qual preciso falar, mas é sobre trabalho — eu assenti e assumi a mesma postura que a dele. — Mesmo o rei tendo nos dado mais uma chance, ele não parece querer facilitar as coisas para o príncipe, então ordenou que o vigiemos, assim como você fez ontem, mas por todas as horas do dia. Até mesmo durante a noite.

O Herdeiro De EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora