08/07/1105 - 14:30h

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Quando terminei o desjejum ontem, finalmente me joguei sobre a cama, pronto para dormir por pelo menos oito horas. Meu corpo ainda doía, mas sorria como um idiota ao me lembrar do motivo daquelas dores. Ainda conseguia sentir os toques sobre minha pele, o gosto de seus beijos, o som dos baixos gemidos... e isso fazia meu corpo estremecer levemente. Eu abracei o meu travesseiro com força e, ao me lembrar das palavras sussurradas durante a madrugada, ali afundei meu rosto, enquanto roçava meus lábios sobre o tecido. Queria senti-lo daquela maneira novamente.

Em um momento, finalmente consegui acalmar meu coração e corpo, e quando estava quase adormecendo, ouvi leves batidas em minha porta. Resmunguei baixinho enquanto me sentava na cama, me recusando a acreditar que ainda não deixariam que eu descansasse. Mandei quem quer que fosse do outro lado entrar, e levantei meu olhar desgostoso para a pessoa que entrava. Mas, a expressão não durou muito e logo foi substituída por um breve espanto e um sorriso fraco.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei eufórico, mas em tom baixo, como se alguém pudesse me ouvir.

Me levantei da cama e fui até ele. Tobirama entrou em silêncio e sorriu abertamente ao me ver. Ele me abraçou pela cintura e encostou o nariz em meus cabelos.

— Ainda não me livrei de toda a saudade.

Eu ri em tom baixo e retribui o abraço. Logo ele cobriu meus lábios com os seus em uma rápida carícia e ainda assim, senti-me reagir a isso.

— Eu o entendo — disse de modo risonho após nossos lábios se separarem. Eu desci uma das mãos até seus braços, sentindo os músculos entre meus dedos e os apertei levemente enquanto meu tom se tornava desanimado. — Mas no momento estou exausto.

— Eu sei — disse ele, sorrindo suavemente antes de me dar outro beijo rápido. — Vim apenas para ficar ao seu lado. Eu posso? — Perguntou, enquanto subia e descia as mãos por minha cintura.

Eu assenti para ele, mas logo me dei conta da situação.

— Mas, não vai ser um pouco suspeito se souberem que está aqui? — Perguntei com preocupação. — Na verdade, com certeza já sabem.

— Sempre venho até aqui para falar com Yurem — ele revelou enquanto dava de ombros —, e ninguém se importa com o que faço, desde que eu permaneça no castelo.

— Você vem? — Perguntei desconfiado, e admito que também fiquei um pouco enciumado na hora. — Então, por que nunca o vi por aqui?

— Um certo alguém se empenhou tanto em me evitar — ele explicava com uma expressão exagerada de falsa tristeza —, que acabei passando os meus dias apenas em meu quarto, triste, sozinho, abandonado... — Tobirama juntou os lábios, formando um bico enquanto falava, o que me fez rir daquele gesto tão infantil.

Voltei a acariciar seu braço e subi a outra mão para os cabelos claros, afundando meus dedos ali. Ele encostou a testa sobre a minha e acabei fechando os olhos.

— Então, agora devo cuidar para que nunca se sinta assim novamente, alteza? — Perguntei em tom de brincadeira e ouvi sua risada sair baixa.

— Eu gostaria disso, soldado — ele sussurrou a resposta, e antes que eu pudesse abrir os meus olhos, me beijou novamente, mas de maneira lenta e profunda.

Eu apertei seu ombro com força enquanto era beijado intensamente e minha cintura era segurada da mesma forma. Não importa quantas vezes ele me segure em seus braços daquela maneira, eu sempre me sentirei como se fosse a primeira vez, visto que uma sensação nova sempre passa por meu corpo. Mas, em meu coração, sinto que ele sempre será o mesmo.

O Herdeiro De EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora