11/07/1105 - 23:00h

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Mesmo estando livre para me levantar um pouco mais tarde, não consegui ficar por muito tempo na cama. A expressão triste de Tobirama ainda tomava minha mente, e antes que enlouquece sozinho em meu quarto, coloquei minhas roupas e fui até a cozinha.

Ao chegar lá, me deparei com Ada preparando algo em uma panela. Ela sorriu timidamente ao me ver e a cumprimentei com um aceno. Ela corou e desviou o olhar, voltando a prestar atenção no que fazia. Desde o dia em que a conheci, ainda não tínhamos nos reencontrado, e não me lembrava de ela ser tão bela como agora. Eu ri sozinho, ao me lembrar da brincadeira que havia feito com Madara, mas no fundo realmente não achava que aquilo fosse tão irreal. Se o meu irmão não se focasse apenas no trabalho, ele poderia ter alguém como Ada. Assim como tenho ele. Ao me lembrar de Tobirama naquele momento, eu balancei a cabeça de um lado para o outro e tratei de me distrair com o cesto com pães que estava sobre a mesa.

— Você não me disse o seu nome — Ada me surpreendeu ao aparecer do meu lado, e me serviu um pouco de leite.

— Me chamo Izuna — a respondi quando peguei o copo. — Obrigado.

Ela sorriu e assentiu, logo voltando a fazer o mesmo de antes.

— Sou eu quem devo lhe agradecer, Izuna — ela disse, enquanto dava total atenção a panela. — Por ter me ajudado no outro dia. O príncipe realmente não se importou — Ada olhou para mim e soltou um baixo riso. — Ele estava de tão bom humor que até mesmo ganhei um abraço.

Eu sorri ao imaginá-lo daquela maneira, e senti meu peito se aquecer por saber que fui o responsável por deixá-lo assim. Mas logo me lembrei que também fui o culpado por aquela expressão triste do dia anterior, o que rapidamente me fez perder a fome.

Tomei metade do leite e me levantei devagar, me sentindo desanimado. Quando ganhei os corredores, vi Madara. Ele parecia apressado, e estranhamente não estava usando sua armadura — a qual ele usa praticamente o dia todo.

Ele tinha os passos rápidos, então precisei que correr para alcançá-lo. Quando consegui chegar perto, já estávamos do lado de fora do castelo, nos estábulos. Eu o chamei e ele não conseguiu esconder muito bem que havia levado um susto.

— Aconteceu algo? — Perguntei preocupado, enquanto me aproximava dele.

Madara olhou para os lados, e vendo que estávamos sozinhos, ele suspirou, parecendo cansado.

— Na verdade, sim. Mas não quero envolvê-lo nisso. Preciso sair do castelo por algumas horas. Se perguntarem por mim, diga que estou em meu quarto, e não quero ser incomodado. Se insistirem, peça ajuda a Yurem e não envolva Stán nisso.

Ele disse tudo rapidamente, enquanto aprontava um dos cavalos. Me preocupei com aquelas palavras, e ao mesmo tempo me senti incomodado. Me perguntava o que poderia ter acontecido, para ele guardar segredo do tenente e, principalmente de mim, quem ele já havia dito que confiava. E aparentemente, justo Yurem sabia de tudo.

— Irmão — eu apoiei uma das mãos na cela do cavalo e o impedi de subir. — Eu pensei que tinha a sua confiança. Por que não me diz o que houve? Eu posso ajudá-lo, se me disser.

Madara ficou em silêncio por um tempo, enquanto me olhava seriamente, mas logo suavizou a expressão.

— O príncipe sumiu de novo — ele disse desgostoso. — Hoje é um péssimo dia para ele fazer isso. Eu preciso achá-lo.

— De novo? — Eu fingi ignorância. Me surpreendi por saber que ele havia sumido, mas sabia muito bem que Tobirama costumava sair do castelo quando bem queria.

— Ele faz isso ás vezes — ele explicava nervoso. — Não sei como, mas ele consegue sair do castelo. Muitas vezes eu o deixo, mesmo não gostando dessa atitude. Mesmo ás vezes tendo que lidar com ele bêbado quando volta e tentando esconder isso do rei e da rainha. Mas hoje é diferente, ele deveria estar aqui.

O Herdeiro De EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora