A Escolha

101 31 2
                                    


No quinto dia em que Izuna ainda permanecia inconsciente, o pai de Tobirama pediu para que ele fosse ao seu encontro. O que ele queria, o príncipe já conseguia imaginar, mas o que não esperava era encontrar sua mãe ao lado dele quando entrou na sala do rei.

— Está se sentindo melhor, meu querido? — Perguntou ela depois de beijar sua testa com delicadeza e afeto.

Tobirama afirmou que sim com o tom de voz baixo e desconfiadao e olhou para o rei em seguida. Ele estava em pé, olhando o lado externo do castelo pela grande janela atrás de sua mesa, e se virou para eles quando ouviu a voz do filho.

— Nós precisamos conversar, Tobirama — disse ele em um tom sério e repreendedor, como costumava ser, não importasse a ocasião. Porém, desta vez aquela expressão na direção do filho não era pela personalidade do rei.

Tobirama permaneceu em silêncio, esperando pelas palavras que só podia imaginar. O rei andou até a mesa e encostou a mão coberta de anéis sobre o carvalho. Apesar da expressão, se mostrava calmo nos movimentos, mas o príncipe sabia que aquilo era apenas o lado externo. Butsuma dificilmente demonstrava o que estava sentindo para os outros, e a voz dele só aumentava de tom quando o limite de sua paciência tivesse atingido o máximo, como no dia em que acusou Madara.

— Eu sei que não estava em seus planos atingir aquele soldado — disse o rei —, mas devo dizer que me surpreendi com seu jeito de agir após o que houve.

O novo herdeiro o olhou com surpresa, e sentiu o corpo estremecer quando Butsuma levantou a palma da mão em sua direção.

— Não se preocupe. Não tenho a intenção de questioná-lo sobre suas razões, porém, nós temos um grande problema em mãos, Tobirama — o jovem príncipe ficou aliviado ao ouvi-lo, mas a tensão logo voltou. — Você não irá gostar de ouvir isso, mas saiba que sempre farei o impossível para cuidar de você e sua mãe, mesmo que não gostem dos meus métodos — afirmou ele calmamente.

O olhar de Tobirama rapidamente passou por sua mãe, vendo-a endurecer a expressão, como se não acreditasse no que ouvia. Ela nunca acreditava.

— Eu entendo o ódio que sentiu naquele momento, mas não foi sábio — continuou o rei. — Tomou aquela espada sem pensar nas consequências, e sei que você não é assim. Sempre pensou muito antes de agir, e me orgulho disso — Tobirama abaixou o olhar, mas quando sentiu o toque do pai em seu ombro, voltou a olhá-lo. — Nenhum de nós é perfeito, filho, é normal ter falhas, mas ás vezes nossas imperfeições só trazem ruína — o rei se afastou, mas ainda manteve o olhar sobre o filho. — Não preciso ser o mais inteligente de Eileen para ver que se importa com aquele soldado, mas não temos opções, Tobirama.

As palavras e poucas revelações do rei de Eileen deixaram seu herdeiro inquieto. Ele sempre faz isso quando sabe que eu não irei gostar do que pretende dizer. Tobirama respirou fundo após o pensamento. Saber ler aquele lado de seu pai o deixou ainda mais ansioso e temeroso.

— O que quer dizer com isso, pai? — Tobirama perguntou com cautela.

O rei apertou os olhos em sua direção.

— Você apunhalou uma pessoa aparentemente inocente na frente dos meus soldados, e é inteligente o suficiente para saber que ser o príncipe não o livrará dessa culpa — afirmou ele. Sua irritação guardada por aqueles últimos dias tentava emergir, mas ainda a segurava. De maneiras cada vez mais falhas, mas segurava. — Se tivesse sido aquele traidor, teríamos uma resposta imediata e a razão estaria ao seu lado. Ninguém se importaria com a morte de um assassino; principalmente o assassino do meu herdeiro — ele apertou os punhos enquanto falava. — É por isso que decidi culpar o soldado junto com Madara.

O Herdeiro De EileenOnde histórias criam vida. Descubra agora