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Manuel:

— Sua irmã está assistindo na sala. — meu pai fala e ergo os ombros.

  Estamos na casa dos meus avós paternos, já que Pepe não tem mais uma residência na cidade. Ele queria conversar comigo, então, agora estou sentado em uma das cadeiras do escritório do meu avô.

— Quer alguma coisa ? — enche seu copo com alguma bebida e apenas me dou o trabalho de acenar negativamente. — Olha, Manuel, eu..

— Se vai pedir desculpas, não precisa. — o interrompo. — Simplesmente não me importo.

— Não fale comigo desse jeito. — né encara feio. — Ainda sou o seu pai, garoto.

— Claro, como se isso estivesse valendo algo. — falo sarcástico. — Você foi embora sem pensar duas vezes, e para melhorar, arranjou uma família nova.

— Você não sabe de nada, apenas a versão da sua mãe.

— Ah claro, lógico que a minha mãe é a lunática, mesmo que você tenha errado. — reviro os olhos. — Olha "pai", por que você simplesmente não me deixa em paz ? É óbvio que não nos entendemos.

— Porque eu não quero ficar com um relacionamento ruim com o meu filho. — responde a minha pergunta, mesmo que ela tenha sido retórica. — Eu errei com a sua mãe, eu sei, mas fui embora em tentativa de trazer um futuro melhor para você e sua irmã.

— Não me venha com essa jogada, futuro melhor ? Francamente Pepe, você já foi melhor nas suas desculpas. — rio sarcástico. — Lembra de quando você fez a mamãe doar o meu vestido da Bela ? Aquela foi uma desculpa boa, porém acho que perdeu o jeito. 

— Eu.. eu não fiz a sua mãe doar por achar que era errado. — se enrola, fazendo com que eu achasse por um tempo que está falando a verdade. — Meus colegas fizeram alguns comentários, você sabe como seus padrinhos estavam na boca dos sites de fofocas na época, não queria que você virasse notícia e quando crescesse se envergonhasse.

— Eu não me envergonharia, porque não tem o porquê de se sentir assim, era só uma roupa. — sei que ele está ocultando alguns fatos da história, mas não insisto. — Nunca ligou para nada que não fosse você mesmo.

— Por que não pode acreditar em mim ? — pergunta chateado.

— Porque.. você nunca falou nada, levaram anos para que tomasse uma atitude. — suspiro e o encaro. — Eu não me importo mais com as suas desculpas, então, acho que é melhor você se concentrar em ser um pai presente para a minha irmã.

— Deve ter algo que eu possa fazer.

— Não se incomode com isso. — levanto da cadeira e saio. — Eu vou para casa.

JaeBear ❤️:

Jae?

Manu, oi

Como foi?

Terrível

Eu sei que surtei do nada hoje

Mas pode me buscar?

Preciso de um tempo com o meu melhor amigo

Claro

E uns beijinhos..

Pode deixar ;)

Estou saindo

Quer ir para onde, gatinho?

Qualquer lugar

Menos para a minha casa

Não quero conversar com a minha mãe ainda

Aceita outra noite de parque de diversões?

Por que não?

Ok

Vou levar uma blusa extra

Ok?

Por que?

Não vi você com uma

E é provável que vá esfriar mais tarde

Não quero que passe frio

Zeus

Ok ursinho

Te espero na calçada

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— Está conversando com quem ? — minha avó, Aelia, fala e guardo meu celular no bolso. — Deve ser alguém especial.

— Por que diz isso ? — pergunto envergonhado e ela ri.

— Eu conheço um sorriso apaixonado, mas me deixe adivinhar.. é aquele loirinho que você tanto insistia ser apenas seu amigo ? — me entrega uma xícara de chá e aproveito para tomar um pouco em tentativa de esconder minhas bochechas coradas.

— Está falando do Jaden ? — me finjo de confuso.

— Sim, lembro que seus pais eram iguais a vocês quando adolescentes. — sua feição muda para chateada e suspiro. — Sinto muito, filho.

— Tudo bem vó, eu já.. um dia eu supero essa história toda. — ergo os ombros. — Não sei se voltarei tão cedo, não consigo encarar Pepe agora.

— Eu entendo, criança. — suspira. — Mas saiba que esse rancor não te fará bem, nem no presente, nem futuro, vou entrar agora, até mais.

  Ela pega a xícara, coloca na bandeja e vai para dentro da casa, ao mesmo tempo que Jae aparece na frente do portão.

— Ei. — ele sai do carro e sorriso fraco. — Vem aqui. — abre os braços, me abraça e o aperto. — Vai ficar tudo bem, amor.. eu prometo.

— Não sei, tudo está dando errado. — resmungo, segurando o choro e ele nos afasta um pouco para que ficasse nos cara a cara.

— Manu, ei, eu sei que está difícil, mas não pense assim, ok? E caso ache que nós estamos no meio disso, desfaça esse pensamento. — passa a mão no meu rosto. — Eu te amo, há muito tempo, não consigo imaginar minha vida sem você.

— Desculpa por mais cedo.. — murmuro, desvio o olhar e ele da de ombros.

— Tudo bem, amor, sério, eu sei como é, mas não podemos deixar que isso atrapalhe. Agora vamos, temos um encontro para ir.

— Encontro ? — pergunto ao entrarmos no carro.

— Nosso primeiro encontro, oficial pelo menos. — sorri caloroso, fazendo com que todas as minhas angústias sumissem por hora pelo menos.

  Tá na mão mais um capítulo

Então, não sei quando posto outro, mas provável que semana que vem..

  E nessa semana tento postar NM

We Are Friends, Right ? - madenOnde histórias criam vida. Descubra agora