Capítulo 1

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Pov Charli

Já faziam quase dez minutos que eu e Chase não parávamos de rir. Eu adorava fazer aquela competição de quem come mais brigadeiro com ele. No final, eu sempre perdia, mas valia muito a pena rir da cara suja de Chase.

Nossas tardes de domingo sempre eram assim, desde quando éramos crianças. Nós praticamente nos conhecemos ainda nas barrigas de nossas mães e desde então, nunca desgrudamos um do outro.

Parecia ser uma amizade que se conta em algum filme da Disney, mas ao meu ver, era algo muito além disso. A nossa conexão era inexplicável. Eu sabia tudo sobre ele e ele sabia tudo sobre mim. Nada poderia abalar o que nós tínhamos um com o outro.

— Eu sempre perco, mas sempre vale a pena te ver todo sujo assim. — falei rindo enquanto tentava limpar o rosto dele com um lenço.

— A verdade é que eu sou o seu melhor passa-tempo. — falou orgulhoso.

— É verdade. — sorri carinhosa e ele retribuiu.

— Te amo, pequena. — segurou minha cabeça e beijou minha testa.

— Também te amo. — suspirei. Amava mais do que deveria, na verdade.

Chase sempre foi o meu irmão de outra mãe e não tinha jeito de eu o ver de outra forma. Porém, no auge dos meus 13 anos de idade, eu comecei a sentir coisas por ele que pareciam ser erradas. O pior de tudo isso era que eu tinha total certeza que ele não se sentia da mesma forma que eu. Chase não é do tipo de pessoa que sabe esconder o que sente.

O celular dele começou a tocar e ele atendeu. E então, uma discussão começou a surgir com a pessoa que estava do outro lado da linha e eu sabia exatamente quem era essa pessoa. Becky era a única que conseguia estragar a paz e a alegria que existia entre mim e Chase.

Desde que ela começou a estudar no colégio, eu tenho que controlar minhas doses diárias de ciúmes. Afinal, eu não poderia reclamar da namorada dele. É, namorada.

Lembro-me bem quando os dois começaram a sair e ele sempre fazia questão de me dizer o quanto estava apaixonado pela nova capitã das líderes de torcida. E ouvir aquelas coisas doíam! Era o mesmo que me enfiar facas pelo corpo inteiro. Ele desligou o celular e me olhou como se quisesse pedir desculpas.

— Becky? — perguntei.

— Pois é... ela tá brava e quer falar comigo pessoalmente. Vai ficar chateada se eu for embora agora?

— Er... Não... ela é sua namorada, você tem que dar atenção a ela. — desviei o olhar.

— Obrigada, maninha. Você é incrível! — apertou minhas bochechas. — Vai querer carona pra ir à escola amanhã? — perguntou antes de sair.

— Claro! — forcei um sorriso.

— Ok. Bem, até mais. — saiu pela porta do meu quarto.

Eu me joguei na cama e respirei pesadamente. Como aquela garota me incomodava! Ela até dizia gostar de mim, mas no fundo, eu sabia que era tudo fingimento só pra agradar o Chase.

Como ele pôde se apaixonar por uma garota tão superficial? Eu sei que não sou lá essas coisas, mas Becky era igual todas as outras garotas da escola. Sempre querendo chamar atenção, usando roupas de marca que deixavam suas pernas bem amostras, maquiagem pesadíssima, e com uma personalidade super esnobe. É, eu nunca entenderia o que ele viu nela.

Tudo o que eu menos precisava era ficar triste, mesmo sabendo que ele me trocou e foi correndo atender às necessidades da princesinha de porcelana.

• 𝙔𝙊𝙐 𝘽𝙀𝙇𝙊𝙉𝙂 𝙒𝙄𝙏𝙃 𝙈𝙀, ᴄʜᴀᴄʜᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora