Capítulo 59

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Chase

Estava cada vez mais difícil conseguir encontrar o stalker. Ele continuava mandando cartas e fotos da Charli, sempre se gabando por não conseguirmos encontrá-lo. Apesar das dicas dadas por Pablo, ninguém parecia ter aquelas características.

No fim de semana, nós resolvemos deixar nossas buscas de lado e fomos ajudar em uma campanha de conscientização feita pela prefeitura. Voluntários iriam resgatar cães e gatos de rua, alimentar, dar banho e cuidar de possíveis ferimentos.

Eu e Charli ajudamos comprando 3 sacos de ração e levamos até o ginásio principal, onde seria o local de encontro de todos. Assim que chegamos, fomos encaminhados até o local de separação das porções de ração.

Deveríamos colocar as porções de ração de cachorro em potes vermelhos e as de gato em potes azuis. Éramos eu, Charli e pelo menos mais 15 pessoas fazendo aquilo.

— Não é uma sensação maravilhosa? — falou ela.

— Sim. — sorri. — Depois a gente podia se juntar às equipes do banho.

— Claro! — sorriu.

— Com licença. — uma garota loira se aproximou. — Será que vocês não teriam um par de luvas sobrando?

— Temos sim. — Charli tirou um par de luvas de seu bolso e entregou a ela.

— Muito obrigada. Ah, me chamo Mads. E vocês?

— Sou Chase e essa é a minha namorada, Charli. — respondi.

— É a primeira vez como voluntários?

— Sim, mas pretendemos voltar mais vezes. — falou Charli.

— Deveriam mesmo, é muito bom ver que a gente pode fazer a diferença. — sorriu. — Bem, vou voltar pro meu lugar.

— Por que não fica aqui com a gente? Tem muito trabalho aqui só pra duas pessoas. — falou Charli.

— Ah, claro!

Ela se posicionou ao lado de Charli e nós três começamos a conversar enquanto armazenávamos as porções de ração. Mads era muito simpática e parecia ser uma boa pessoa.

Fazia vários trabalhos voluntários pela causa animal e era vegana. Ela nos falou muito sobre veganismo e tanto eu quanto a Charli ficamos interessados.

Já no meio da tarde, as rações estavam acabando, mas ainda tinham muitos animais trazidos das ruas até o ginásio que precisavam se alimentar. Todos tentavam pensar em uma solução juntos. Nos juntamos em um círculo enquanto o coordenador da ação ouvia as propostas de todos um de cada vez.

— Eu posso pegar ração na ONG da minha família. — uma voz familiar soou no meio das pessoas.

— Henrique! Que bom que está aqui! — falou o coordenador com animação. — Tudo bem se puder doar as rações de lá?

— Claro! Sempre sobra no estoque, mas vou precisar de ajuda pra trazer.

Todos começaram a se olhar, mas pareciam cansados demais pra ir até a ONG carregar sacos de ração. Reparei que Mads parecia incomodada com alguma coisa e ficava olhando para os cantos, como se procurasse um lugar para onde fugir.

— Você está bem? — sussurrei ao seu lado.

— Sim... só preciso de um pouco de ar. Com licença. — ela saiu rapidamente.

— Ninguém se dispõe a ir? — falou o coordenador em um tom alto.

— Tudo bem se eu for? — Charli sussurrou em meu ouvido. — Eu sei que é o Henrique, mas eu já estive na ONG, conheço o local e é melhor que alguém familiarizado vá. Além disso, não estou cansada como os outros.

• 𝙔𝙊𝙐 𝘽𝙀𝙇𝙊𝙉𝙂 𝙒𝙄𝙏𝙃 𝙈𝙀, ᴄʜᴀᴄʜᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora