Chase
Estava cada vez mais difícil conseguir encontrar o stalker. Ele continuava mandando cartas e fotos da Charli, sempre se gabando por não conseguirmos encontrá-lo. Apesar das dicas dadas por Pablo, ninguém parecia ter aquelas características.
No fim de semana, nós resolvemos deixar nossas buscas de lado e fomos ajudar em uma campanha de conscientização feita pela prefeitura. Voluntários iriam resgatar cães e gatos de rua, alimentar, dar banho e cuidar de possíveis ferimentos.
Eu e Charli ajudamos comprando 3 sacos de ração e levamos até o ginásio principal, onde seria o local de encontro de todos. Assim que chegamos, fomos encaminhados até o local de separação das porções de ração.
Deveríamos colocar as porções de ração de cachorro em potes vermelhos e as de gato em potes azuis. Éramos eu, Charli e pelo menos mais 15 pessoas fazendo aquilo.
— Não é uma sensação maravilhosa? — falou ela.
— Sim. — sorri. — Depois a gente podia se juntar às equipes do banho.
— Claro! — sorriu.
— Com licença. — uma garota loira se aproximou. — Será que vocês não teriam um par de luvas sobrando?
— Temos sim. — Charli tirou um par de luvas de seu bolso e entregou a ela.
— Muito obrigada. Ah, me chamo Mads. E vocês?
— Sou Chase e essa é a minha namorada, Charli. — respondi.
— É a primeira vez como voluntários?
— Sim, mas pretendemos voltar mais vezes. — falou Charli.
— Deveriam mesmo, é muito bom ver que a gente pode fazer a diferença. — sorriu. — Bem, vou voltar pro meu lugar.
— Por que não fica aqui com a gente? Tem muito trabalho aqui só pra duas pessoas. — falou Charli.
— Ah, claro!
Ela se posicionou ao lado de Charli e nós três começamos a conversar enquanto armazenávamos as porções de ração. Mads era muito simpática e parecia ser uma boa pessoa.
Fazia vários trabalhos voluntários pela causa animal e era vegana. Ela nos falou muito sobre veganismo e tanto eu quanto a Charli ficamos interessados.
Já no meio da tarde, as rações estavam acabando, mas ainda tinham muitos animais trazidos das ruas até o ginásio que precisavam se alimentar. Todos tentavam pensar em uma solução juntos. Nos juntamos em um círculo enquanto o coordenador da ação ouvia as propostas de todos um de cada vez.
— Eu posso pegar ração na ONG da minha família. — uma voz familiar soou no meio das pessoas.
— Henrique! Que bom que está aqui! — falou o coordenador com animação. — Tudo bem se puder doar as rações de lá?
— Claro! Sempre sobra no estoque, mas vou precisar de ajuda pra trazer.
Todos começaram a se olhar, mas pareciam cansados demais pra ir até a ONG carregar sacos de ração. Reparei que Mads parecia incomodada com alguma coisa e ficava olhando para os cantos, como se procurasse um lugar para onde fugir.
— Você está bem? — sussurrei ao seu lado.
— Sim... só preciso de um pouco de ar. Com licença. — ela saiu rapidamente.
— Ninguém se dispõe a ir? — falou o coordenador em um tom alto.
— Tudo bem se eu for? — Charli sussurrou em meu ouvido. — Eu sei que é o Henrique, mas eu já estive na ONG, conheço o local e é melhor que alguém familiarizado vá. Além disso, não estou cansada como os outros.
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• 𝙔𝙊𝙐 𝘽𝙀𝙇𝙊𝙉𝙂 𝙒𝙄𝙏𝙃 𝙈𝙀, ᴄʜᴀᴄʜᴀ
Fanfiction"Você está no telefone com a sua namorada. Ela está chateada, ela está reclamando de algo que você disse. Ela não entende o seu humor como eu entendo. Ela nunca vai saber sua história como eu sei. Ela usa saias curtas, eu uso camisetas. Ela é líder...