Capítulo 77

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Charli

Os dias agora pareciam correr e tudo girava em torno dos estudos e preparos para o nosso casamento. E mesmo em meio a toda essa loucura, ainda tínhamos tempo pra aproveitar a presença e o amor um do outro.

Agora que dividíamos o mesmo lar, todos os dias da nossa vida pareciam um filme romântico sem fim. Eu estava no céu e queria poder ir ainda além, porque mesmo que me inundasse do amor dele, eu sempre queria mais.

A data do casamento já havia sido marcada, meu vestido estava quase pronto juntamente com os vestidos das minhas damas de hora; Nessa, Vani e Amelie. As coisas referentes à decoração da igreja e da festa nós deixamos nas mãos de nossas mães. Vez ou outra eu tinha que intervir em alguma discordância de ideias entre as duas, mas de resto, tudo seguia sendo muito tranquilo.

{...}

Após o término das aulas, eu arrumei minhas coisas apressadamente e comecei a caminhar até a saída da universidade. Hoje seria o dia de provar o meu vestido já pronto e eu queria ir em casa tomar um bom banho antes de ir.

— Charli! — ouvi uma voz ofegante atrás de mim.

— Oi, Carla! — respondi sem parar de andar.

— Ei, calma aí! — ela conseguiu me alcançar e me fez parar. — Temos que discutir sobre o seminário da semana que vem, esqueceu? Os outros estão esperando na biblioteca.

— Ah... — eu olhei meu relógio de pulso e depois olhei para ela. — Não posso. Tenho que fazer a prova do meu vestido de casamento e não quero me atrasar.

— Charli, o seminário é importante!

— O meu casamento também é! — falei como se fosse óbvio.

— Por que não deixou pra se casar depois da faculdade? — cruzou os braços.

— Eu não tenho que me explicar pra você. Agora, se me der licença, eu tenho um compromisso importante. — dei as costas.

— Quer um conselho? Procura um psicólogo e faz uma terapia, porque se você se casar sendo essa pessoa totalmente egoísta, seu marido vai pedir o divórcio em um ano. — eu olhei pra ela incrédula.

— O problema é seu se não consegue entender a grandiosidade que o meu casamento tem pra mim.

— Eu consigo entender, Charli. E você precisa entender o que é dar valor às pessoas. Aposto que não é a primeira vez que você vacila com uma pessoa ou um grupo de pessoas por causa de uma necessidade própria.

Eu ia responder com indignação, mas na minha mente, correram todas as memórias de todas as vezes que eu fiz coisas ruins e magoei pessoas sem ter aquela intenção. Talvez eu não conseguisse controlar a maneira como tratava os outros e acabava achando que tudo deveria ser à minha maneira.

— Não é intencional... — desviei o olhar.

— Não deixa de ser um problema. Procura ajuda, sério.

Ela se afastou e eu a observei até que sumisse no corredor. Segui para a minha casa e durante o caminho inteiro eu tentei rever cada ação errada em minha vida. Às vezes eu era ingrata e quase sempre percebia isso tarde demais.

Todo mundo sempre me perdoou independente das minhas ações, mas não faziam aquilo por acharem que eu aprendi algo. Faziam aquilo porque me amavam.

Assim que entrei em casa, vi Chase no sofá com o notebook sobre suas pernas, enquanto segurava uma xícara de café em uma mão e um lápis na outra. Provavelmente estava estudando. Me joguei ao seu lado no sofá sem dizer nada.

— Tudo bem? — perguntou ao notar o meu silêncio.

— Você acha que eu preciso de ajuda?

— Que? — franziu a testa. — Como assim?

— Uma colega de turma disse que eu deveria procurar um psicólogo. O que você acha?

— Por que ela te disse isso?

— Ela acha que eu não sei dar valor às pessoas e acabo vacilando pra suprir minhas necessidades próprias.

Pela expressão dele, parecia até que isso já se passava em sua cabeça. Ele suspirou, desviou o olhar e afundou as costas no sofá.

— Você é ótima, mas...

— "Mas"? — franzi a testa.

— Eu nunca quis que você mudasse quem é. Eu não me importo, juro. Todos nós temos defeitos e quando amamos alguém precisamos entender que a pessoa é daquela forma e é errado querer mudá-la ao próprio gosto.

— Vá direto ao ponto.

— Talvez você não seja boa em lidar com os sentimentos dos outros. — falou sem jeito. — Veja bem, eu já te magoei muito e sei disso, mas fui capaz de aprender com os meus erros. E você já me magoou também, mas nunca parece que você aprende.

— Uau... — arqueei as sobrancelhas.

— Procurar um psicólogo é uma boa ideia, mas você não precisa se não quiser. Pode tentar controlar isso sozinha.

— Talvez eu não consiga porque geralmente só percebo que errei depois de errar. É como se no momento em que estou fazendo, a minha mente fizesse de tudo pra me fazer acreditar que nada daquilo é errado.

— Ok... então, o que você vai fazer?

— Agora eu vou tomar um banho e ir provar o meu vestido de noiva. — fiquei de pé. — E depois vou procurar algum psicólogo. — sorri.

— Ótimo! Sabe que eu vou te apoiar sempre, não é?

— Eu sei.

— Quer um pouco de apoio agora? Sabe... no banho? — falou com malícia.

— Seria interessante.

Ele levantou e logo agarrou minha cintura e começou a me beijar, me levando em direção ao banheiro. Tiramos nossas roupas e ali, debaixo do chuveiro, nós fizemos súplicas de amor enquanto nossos corpos se chocavam um contra o outro numa troca incessante de prazer físico.

Aquele era o meu paraíso na terra.

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Continua...

2 capítulos...

Votem e comentem, estamos mesmo na reta final. Quem não leu minha nova fic ainda vá ler

Beijo na bunda de vcs

• 𝙔𝙊𝙐 𝘽𝙀𝙇𝙊𝙉𝙂 𝙒𝙄𝙏𝙃 𝙈𝙀, ᴄʜᴀᴄʜᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora