Katherine outra Vez.

Capítulo 12- Livre

Estar em uma limusine na noite de quinta-feira não era o meu planejamento mas...

- Não sabia que tinha uma limusine. - Falei para Brianna à caminho do Joy drink ainda desacreditada de onde estava.

- E não tenho, isso é do meu pai, além do mais tem outros carros na garagem menos escandalosos e idiotas porém estão ocupados. - Argumentou ela enquanto bebia algo na taça que segurava na mão esquerda e mexia no celular com a outra, como se aquilo fosse algo casual. Tentei ignorar e focar na roupa que Brianna havia me feito vestir.
Era um short brilhoso e colado preto tinha uma textura meio elástica mas era lindo e não parecia tão vulgar, a parte de cima era da mesma cor e também justa porém tinha um pequeno decote na gola mas nada muito fora do controle tirando o colar que pareciam cristais gigantes que ela me fez colocar para como diz ela "dar um brilho na noite" e sob toda a roupa uma blusa longa e aberta na frente de mangas curtas mais que iam quase no meu joelho e no fim tinha tirinhas também pretas.

Brianna estava vestida somente com um vestido de seda preto e delicado nada exuberante mas que ficou perfeito nela e valorizava suas curvas mesmo não mostrando nada, fiquei pensando se Sabrina usaria aquele vestido sem puxa-lo trinta centímetros para cima. Eu definitivamente tinha que parar de compara-las.

- Tem certeza que não quer cantar para mim antes de entrar? - Brianna perguntou enquanto a limusine parava em frente ao Joy drink e me fazendo cair a fixa que eu tinha adiado tanto me preocupar com tal apresentação que não tinha ensaiado nem planejado nada. No começo meu pensamento era que eu iria deixar fluir igual das outras vezes, era só uma apresentaçãosinha em um bar mas agora o sentimento de que fui ridícula ao planejar isso não saía da minha cabeça.

Não respondi Brianna e o motorista abriu a porta do lado dela, Brianna então se virou e bateu suas botas pretas cano longo com saltos altos parecidas com as minhas no chão saindo da limusine, então eu fiz o mesmo.
Caminhamos até o estabelecimento que parecia uma sorveteria fofa e colorida, nada como eu imaginava, olhei para Brianna sem entender muita coisa mas ela fez um gesto do tipo "Cala a boca e me segue". Então foi o que eu fiz. Brianna cumprimentou um senhor que ali trabalhava com um grande sorriso no rosto e mostrou sua identidade o que fez o senhor abrir uma passagem por trás de uma cortina vermelha onde tinha escadas para baixo. Eu sem entender nada segui Brianna e escutei um som sofisticado e animado se aproximar e quando chegamos ao lugar de fim da escada me deparei realmente com um bar sofisticado onde a música era boa, a iluminação era aconchegante, os clientes pareciam pessoas mais velhas e era totalmente diferente da lanchonete alegre que tinha visto no andar de cima.

- Até que enfim... - Luck apareceu parecendo um pinguim com roupa de garçom e cabelo lambido para trás, nem parecia o menino que estava comigo horas atrás.

- Você está uma gracinha. - Brincou Brianna bagunçando o cabelo lambido de Luck.

- Porra Brianna, demorou dez minutos até ele ficar assim mas que droga... Kath você já está inscrita e nos fundos à esquerda fica meio que um camarim onde você pode se preparar e tals, agora tenho que ir tô todo atarefad...

As últimas coisas que escutei Luck dizer foi que algo sobre "nos fundos à esquerda" pois foi nesse instante a música thunderclouds ecoou pelo local me fazendo arrepiar. Não pude impedir meu subconciente de me levar até a noite que cantei tal canção com jacob e como se não fosse o suficiente isso também me lembrou minha falta de ensaio e quando vi minhas pernas estavam me levando para o local que Luck me informou em um início de surto. Minhas mãos começaram a soar e minha cabeça tinha flashs de Jacob me segurando no palco há seis meses atrás, aquela música era como uma espécie de tortura desde então.

Encontrei a sala que Luck havia falado e não hesitei ao entrar e fechar a porta atrás de mim com as costas, o desespero estava correndo em minhas veias. Esse não era o plano, não era!
Foi então que eu percebi que ao fechar a porta a música não se tornou mais que um sussurro e agora o que predominava em meus ouvidos era uma melodia de violão que por incrível que pareça estava na mesma sala que eu. Dei dois passos para frente ainda tremendo e pude ver então que realmente não era a única na sala. Tinha um rapaz, ele estava meio curvado no meio da sala sentado em um banquinho com seu violão e tocava tão levemente e focado aquela melodia calma que me fez acalmar também. Mas eu conhecia aqueles cabelos... Observei-o tocar enquanto estava encostada em umas caixas que ali estavam e ele ainda não tinha me percebido, até que senti meu peso contra uma das caixas fazendo com que ela deslizasse e encontrasse o chão fazendo um tremendo barulho e um par de olhos verdes me encarar assustado, foi então que percebi que realmente conhecia aqueles cabelos assim como também sabia que ele me chamaria de Karolayne.