13- Pombas brancas.

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O banho de chuva na semana passada parece ter lavado a escuridão que pendia em mim, pois a semana seguinte foi a melhor possível. Depois daquela noite toquei mais três dias no Joy drinks, eu já estava me apegando ao lugar, era como tocar para Wesley, Aron e Sabrina novamente, o único problema era que eles não estavam lá e isso as vezes me deixava triste porém eu tentava afastar esses pensamentos com os elogios e as pessoas do bar já me chamando de "Kath" ou de "O talento da noite". Sem contar que Dylan me ajudava muito, antes das apresentações ficávamos alguns minutos conversando no camarim onde ele me dava dicas e me ensinava truques. Eu estava gostando muito dele e parece que todos no lugar gostavam também. Sobre Benjamin eu não o vi desde a minha primeira noite no Joy e eu achava isso a melhor coisa do mundo, a presença dele não me deixava confortável e era quase inevitável mudar isso.

Minha mãe e meu pai voltaram da Forbes dois dias depois de terem ido, eu não entendi muito bem mas parece que a virose da Karolayne havia sido bem forte mas que estava tudo bem, não vou negar que desconfiei de algo até por que eles estavam bem cabisbaixos e as vezes ficavam coxichando. Mas eu não quis pensar em coisas negativas pois no dia em que ela passou mal eu estava com Benjamin, ele teria me falado algo, não teria? Talvez eu estava sendo egoísta por não estar dando atenção mas eu também estava distraída pelo fato de que na terceira noite produtores foram ao Joy na noite em que eu cantei, tentei não me incomodar pelo fato de que quando acabei eles não me procuraram no camarim mas Dylan me disse para eu ficar feliz pelo fato deles não terem tirado os olhos de mim durante minha apresentação e se eles voltassem pelo menos mais duas vezes eles estariam querendo algo comigo. Eu não sabia como ele tinha conhecimento dessas coisas mas parte de mim confiava nele. As duas noites na casa da minha irmã mais velha foram sossegadas, Beth parecia diferente mas não dei muita atenção também... Todos haviam mudado, durante essas noites ela ficava a todo tempo no celular dando sorrisos provavelmente conversando com o Pedro, pelo menos  alguém estava feliz.
Meus estudos com o Luck pareciam estar tendo resultados pois eu já tinha duas notas máximas no meu boletim e o Handebol era o que eu mais gostava de fazer na escola já que com a Brianna agora eu tinha com quem competir e era o que fazíamos todas as partidas.
Os dias pareciam estarem ficando mais tranquilos e eu gostava disso, gostava de estar deixando de pensar em Jacob a todo momento, mas não posso negar que nas noites ele sempre me atormentava.

As cortinas do meu quarto eram claras, quase transparentes, eram leves como penas e a claridade da lua atravessava a janela sem nem mesmo pedir permissão para entrar, os meus sonhos não me deixava dormir, as cortinas balançavam como uma pomba branca batendo asas em busca de seu ninho e por trás delas havia uma linda lua cheia que impedia a escuridão de penetrar em meu quarto e junto a ela centenas de estrelas que me encaravam assim como eu as encarava. Era uma noite linda mas não para mim, pois tudo que a paisagem  trazia eram lembranças com ele, parece que toda a semana que passei evitando pensar nele tinha ido para o ralo. Nessa noite eu não dormi, preferi ficar me torturando olhando o balançar da cortina e o que tinha por trás delas.

Me lembrei da nossa conversa na noite em que invadimos a escola, Jacob disse que as estrelas sempre estavam no céu e fez uma metáfora as comparando com os sentimentos da minha mãe dizendo que as vezes não tem como as ver mas sabemos que elas sempre estão ali, assim como sempre irão ficar. Fiquei com medo de que os meus por ele também tivessem os mesmos destinos.

No dia seguinte quando me levantei e fui tomar banho tinha a expectativa de que seria mais um dia sem pensamentos negativos e crises existenciais, eu iria para escola, cumpriria minhas duas horas de estudos com o Luck, faria meu treino de Handeboll e mais tarde cantaria no Joy pedindo aos céus que os produtores voltassem.
Mas quando voltei para o quarto ainda enrolada em uma toalha cor de nuvem em dias chuvosos não acreditei no que vi acima a minha cama.

Era uma pedra enrolada em um papel, eu sabia o que aquilo significava, sabia quem era a única pessoa com que eu me comunicava assim, sabia que meu coração batia como se aquela pedra fosse um ima e ele quisesse ir de encontro a ela saindo de dentro do meu peito, sabia que meus olhos deviam estar gigantes de espanto com o que via, sabia que em menos de segundo aquela pedra estaria em minhas mãos e eu não saberia o que fazer com o que estivesse escrito ali. E foi exatamente o que aconteceu.

"Pare de me procurar"

Era o que estava escrito no papel em minhas mãos trêmulas.

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Desculpem pela demora para a postagem e pelo capítulo curto, a verdade é que a escola está me tomando muito tempo e eu não quero fazer uma coisa corrida ou bagunçar minha cabeça nos estudos mas eu tenho uns seis capítulos escrito de uns dias atrás e eu postando devagar aqui, esse capítulo foi um pouco diferente, cheio de metáforas e dramático do jeitinho que eu gosto. Eu me lembro de que quando escrevi ele realmente era o que eu queria, um capítulo cheio de metáforas como eu costumava fazer no livro 1 ! Então é isso, bjs e estou pensando em postar mais um hoje para compensar a demora de postagem o que acham?

💕

Katherine outra Vez.Onde histórias criam vida. Descubra agora