Benjamin chegou prontamente às quatro da tarde. Minha mãe ainda não falava comigo mas eu vi o sorriso que deu ao me ver saindo pela porta acompanhada de um Forbes, já não bastava uma filha ser namorada do filho do prefeito, ela queria mais?
- Para onde vamos? - Perguntei ao entrar no carro dele.
- Se eu falar você vai achar bobagem...- Benjamin girou as chaves no carro.
- Não vou não...
- Eu sei que vai. - Começou a dar ré.
- Tá bom então, o que vamos fazer?- Insisti e ele sorriu.
- Observar. - Agora já estávamos na estrada.
- Sério Benjamin? Eu pensei que íamos assaltar um banco ou infringir alguma lei. - Falei sarcástica e ele tirou os olhos da estrada um instante para me olhar com aqueles pequenos olhos sorrindo junto à seus lábios em um sorriso de lado.
- Você já vai saber o que é, não é tão longe.
- Para quem já viajou cinco horas com você nada nessa cidade é tão longe. - Conclui lembrando da primeira vez que entrei naquele carro.
- Não sei como me aguenta, as vezes sou muito chato e inseguro. - Eu senti algo palpitar quando ele disse "inseguro" nenhum garoto admitia ser inseguro. Mas não deixei transparecer.
- Só as vezes. - Fingi não prestar a atenção na conversa enquanto tentava me conter para não gargalhar ao ver a olhada dele fingindo ficar ofendido.
- Tá bom então. - Ele tirou a mão do peito que tinha colocado por uma breve insenação. - Vou dar uma de Wesley e falar de um jeito malandro que as meninas gostam. - Ele limpou a garganta com um "urhum" antes de continuar e eu soltei uma risada sincera. - Sai do meu carro gatinha, me ofendeu. - A imitação de Wesley feita por Benjamin foi hilária e eu não resisti, Gargalhei como nunca.
Vi que ele também ria de sair lágrimas, então tentei me recompor por um breve momento para dizer:
- Desde quando "gatinha" e "malandro" estão no seu vocabulário Benjamin? - Limpei as lágrimas que saíram do meu rosto.
- Não estão no meu, estão no de Wesley e eu imitei ele. - Pela primeira vez Benjamin estava falando sem medir palavras e no tom que queria. Eu podia sentir que ele se sentia livre e que por trás daquele robô que o pai o fez ser ele era um grande garoto.
- E o que você sabe do Wesley? - Por fim me controlei.
- Que ele fuma umazinha atrás da escola...- Todo meu autocontrole foi embora e eu voltei a gargalhar descontroladamente. - Para com isso eu nem sou tão engraçado. - Benjamin tentava entender o por que de meu descontrole.
- Eu sei que não é. - Benjamin balançou a cabeça e eu me toquei que novamente ofendi ele e então minha risada ficou ainda mais intensa.
Liguei o rádio para tentar parar e estava tocando "call me maybe" e me soltei como nunca, aquela música era tão meninha que chegava a ser engraçado e era contagiante de um modo mais engraçado ainda.
- Where you think you're going, baby. - Cantei descontroladamente fazendo uma garrafinha d'gua de microfone e me surpreendi quando na segunda parte Benjamin se juntou a mim. Se soltando também. Eu teria um infarto de tanto rir.
- And this is crazy. - Benjamin afinou a voz tentando imitar a cantora e tornando tudo ainda mais engraçado, paramos no sinal vermelho e o carro estacionado na nossa esquerda tinha uma mãe com um filho na beira de uns sete anos que nos olhávam como se fossemos de outro mundo.
Me sentindo leve como à muito tempo não se sentia tive o sentimento de que eu poderia tudo! Peguei o óculos amolfadinha de cima do painel do carro e pus em meu rosto dando o dedo do meio para a moça enquanto a música tocava e apertei no botão para que as janelas se fechassem deixando a mulher indignada. Benjamin gargalhou forte.

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Katherine outra Vez.
Roman pour Adolescents●Plágio é crime● ATENÇÃO LIVRO DOIS! Depois de viver um amor inesquecível por um ano Kath agora tem que aprender a viver sem ele mas além disso aprender a colocar sua vida em andamento novamente. Depois de seis meses Katherine tenta vo...