Capítulo 1

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      Após os acontecimentos no cemitério, Harry voltara para Hogwarts e quase fora morto por Barty Crouch Jr, que estava se passando por Olho Tonto. Então, as homenagens a Cedric aconteceram, e Harry não podia evitar se sentir culpado pela morte do lufano. Afinal, não era atrás de Cedric que Voldemort estava. Além disso, os outros alunos começavam a lhe lançar olhares estranhos, e Harry sabia que não importava o que ele ou Dumbledore dissessem, a maior parte do Mundo Bruxo ainda não estava pronta para aceitar o retorno de Lorde Voldemort. Assim, muitos começaram a aponta-lo como louco ou mentiroso.

      Já seus amigos – que sabiam que ele não era nem uma coisa nem outra – pareciam extremamente cautelosos com relação a Harry. Eles sabiam que o menino tinha passado por um grande trauma e não queriam deixá-lo sozinho por nem um segundo sequer. Apesar de ser grato pela amizade deles, Harry não conseguia evitar se sentir irritado. Ele só precisava passar um tempo sozinho para absorver os acontecimentos do cemitério. Ele não conseguia parar de pensar naquilo. Mais especificamente, não conseguia parar de pensar no que havia acontecido momentos antes de escapar. Mais especificamente ainda: não conseguia parar de passar em Tom Riddle e seus olhos intensos e expressivos.

      Harry grunhiu internamente. Ele contara a Dumbledore o que ocorrera naquela noite. Quando perguntou a ele o que achava que poderia ter causado aquela sensação de choque em Voldemort ao se encostaram, o diretor tinha lhe lembrado que, na noite em que seus pais morreram, sua mãe tinha se colocado entre ele e Voldemort. Aparentemente, o sacrifício dela tinha sido tão poderoso, que mesmo anos depois impedia o Lorde das Trevas de tocar nele. O diretor pareceu levemente incomodado com o assunto, e por isso, Harry não teve coragem de comentar que Tom não parecera sentir dor quando o tocara. Certamente, ele se afastara muito rapidamente, parecendo bastante surpreso, mas não havia nenhum indício de dor em seus olhos. Choque, surpresa e horror, sim, mas não dor. A cabeça de Harry doía só de pensar no que aquilo poderia significar.

      Com todas essas e mais algumas preocupações rondando sua cabeça, a única coisa que o dava forças para seguir em frente era o fato de que não precisaria mais morar com os Dursley. Com o retorno de Voldemort, Sirius, padrinho de Harry e um dos fugitivos mais procurados da Inglaterra, tinha decidido que o garoto passaria a viver com ele e com Remus Lupin – seu companheiro -, a partir do começo das férias. Segundo Sirius, os trouxas idiotas dos tios de Harry não poderiam fazer nada para ajudá-lo, caso Voldemort tentasse atacá-lo. Dumbledore, é claro, tinha tentado argumentar contra a ideia, explicando sobre as proteções de sangue que garantiriam a segurança de Harry na Rua dos Alfeneiros. Como os Dursley eram os únicos parentes de sangue vivos de Harry, o menino-que-sobreviveu ficaria mais seguro com eles, longe dos perigos do Mundo Bruxo, até que pudesse retornar à Hogwarts.

      Sirius, porém, não se dera por vencido – não era de sua personalidade abaixar a cabeça para figuras de autoridade. O animago lembrara que a casa de sua família estaria protegida pelo feitiço fidelius e que o próprio Dumbledore era o fiel do segredo. Sendo assim, nenhum bruxo das trevas, por mais poderoso que fosse, teria como localizar Harry. Além disso, Sirius achava que Harry merecia saber o que estava acontecendo no Mundo Bruxo, uma vez que pertencia a este e era uma figura central na guerra contra Voldemort. É claro que Sirius e Remus achavam Harry muito jovem para se juntar a Ordem da Fênix ou para participar ativamente de missões, mas, ainda assim, acreditavam de coração que seria melhor para o afilhado se este ficasse em uma casa com pessoas que o amavam e estavam dispostas a dar a vida para protegê-lo – diferente do que ocorreria se voltasse para as garras dos Dursley. Depois de uma longa e acirrada discussão, durante a qual Sirius e Remus defenderam teimosamente que seriam mais do que capazes de proteger e cuidar de Harry, e de uma promessa por parte de Remus de controlar os impulsos perigosos de seu companheiro, ficou decidido que Harry passaria a viver com os dois marotos. Para o restante do mundo mágico, o responsável por Harry seria apenas Lupin, em função da condição de fugitivo de Black.

My Precious Mate - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora