Capítulo 5

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       Assim que pisou em seu quarto, no Grimmauld Place, Harry desabou. Ele permitiu que todas as lágrimas que vinha reprimindo, desde que descobrira que Tom era seu companheiro, caíssem. Seu corpo escorregou para o chão, e ele simplesmente abraçou os joelhos e chorou.

       Ele nunca teria aquele tipo de intimidade que via quando Remus e Sirius estavam juntos. Ou o apoio e parceria que ele via com Ron e Hermione. Nem mesmo aquela preocupação feroz que já notara no relacionamento de Fred, Jorge e Draco. E, muito menos, a proteção e o encaixe estranhamente perfeito das personalidades de Neville e Pansy. Não. Harry James Potter estava destinado a uma vida inteira de solidão.

       Ele ouviu batidas urgentes em sua porta e uma parte distante de sua mente assimilou que Remus tinha audição especialmente boa em função da licantropia, e que ele e Sirius deveriam estar morrendo de preocupação no momento. No entanto, ele não conseguiu andar até a porta para abri-la e dizer que estava bem. Não conseguiu mexer um músculo. Isso não pareceu fazer a menor diferença, pois segundos depois Harry ouviu o som da fechadura se abrindo. Eles eram bruxos, afinal de contas. Logo, Harry se sentiu ser envolvido por braços acolhedores.

- O que aconteceu Harry? Você está machucado? – a voz de Sirius continha certa urgência. Quando Harry não respondeu, ele pediu: - Por favor, fale comigo. Me diga o que está acontecendo, eu posso ajudar.

- Ele não está machucado. Pelo menos não está sangrando, eu sentiria o cheiro se estivesse. – aquilo era um consolo tanto para Sirius, quanto para o próprio Remus. Este também se abaixou ao lado de Harry, fazendo um carinho reconfortante em suas costas. – Está tudo bem, filhote. Coloque para fora. Estaremos aqui quando estiver pronto para falar.

       É claro que Harry não poderia contar a eles, mas as palavras de Remus e o abraço de Sirius o consolaram enquanto ele chorava. Quando não havia mais lágrimas para serem derramadas, Harry disse aos dois que tinha tido um pesadelo horrível com Lorde Voldemort. Não era exatamente uma mentira, tirando a parte de que não houve sonho algum. Todos aqueles acontecimentos tinham sido reais. Sirius pareceu querer falar mais, mas Remus lhe lançou um olhar que pedia por silêncio. Eles dariam o espaço que Harry precisasse, independente dos próprios sentimentos. Ao perceber isso, Harry ficou comovido. Ele amava a pequena família que eles três haviam construído.


                                                                                ***


        No dia seguinte, Harry ficou sabendo que uma reunião da Ordem seria realizada ali e que não, ele não poderia participar. Ele não insistira no assunto, pois, na verdade, não se sentia com cabeça para nada. O lado bom da reunião era que os Weasley iriam ao Grimmauld Place, o que significava que Harry poderia se distrair um pouco, conversando com os Ron, Gina e os Gêmeos. Talvez, Hermione venha também, pensou alegremente. No final, Harry descobriu que apenas Ron e Gina estariam lá naquela noite.

       Os gêmeos, eles explicaram, agora estavam vivendo em seu próprio apartamento, no andar de cima da sua loja e, depois dos acontecimentos no Ministério, Draco iria passar as férias inteiras com eles. Lucius realmente parecera muito bravo naquela noite e, por isso, Harry não poderia culpar Draco por não querer retornar à Mansão Malfoy.

- Mas isso não explica porque não vieram. Eu achei que eles queriam se tornar membros da Ordem assim que completassem dezessete anos.

- Ah, é o que eles pretendem fazer, sim. Mas, você sabe como é. Mesmo sendo companheiro de Fred e Jorge, Draco ainda é um Malfoy. Os membros as Ordem não iriam querê-lo aqui durante uma reunião, e os gêmeos não queriam deixá-lo sozinho em casa. Eles disseram algo sobre ele estar passando por um momento difícil e estar precisando deles. – Ron explicou de sua maneira sempre muito direta e nada sentimental, o que fez Gina bufar.

My Precious Mate - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora