Capítulo 11

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      Quando Harry pediu para que Tom contasse sobre a morte de seus pais, o Lorde das Trevas sentiu seu coração gelar. Aquela era sua oportunidade de mostrar ao outro que Dumbledore era um mentiroso assassino e que tinha manipulado grande parte do Mundo Bruxo por décadas. Além disso, se ele conseguisse fazer com que o mais novo acreditasse nele, aquela barreira invisível entre eles de "você matou meus pais" sumiria. Tom não sabia explicar porquê o desaparecimento daquela barreira era tão importante, mas seu coração pareceu acelerar frente à ideia. Então, ele sentia que contar a verdade a Harry era essencial, e ter a confiança do menino só traria benefícios, porém, ainda assim, Tom se pegou perguntando:

- Você tem certeza disso, Harry?

       As lágrimas ainda caíam dos olhos do garoto, e ele parecia arrasado. Tom imaginava que descobrir que a pessoa que você sempre acreditou que te protegeria estava, na verdade, mais do que disposta a arriscar seu pescoço, não deveria ser fácil.

- Tenho. – Harry tentou colocar o máximo de convicção naquela palavra. Ao perceber a hesitação de Tom, ele acrescentou: - Na primeira vez em que vim aqui, você me disse que não tinha matado os meus pais, que a história que eu conhecia era uma mentira. Você estava falando sério ou só estava se defendendo?

- Estava falando sério. – o homem se apressou em responder, pois não queria que Harry começasse a duvidar dele, antes mesmo que ele tivesse a oportunidade de lhe contar sua versão da história. Mas Harry parecia tão frágil naquele momento, que Tom tinha medo de que a verdade fosse ser demais para ele.

- Então me conte a sua versão. A versão que eu conheço é aquela contada por Dumbledore. – a voz dele falhou ao dizer o nome do diretor. – Mas me parece que ele não é exatamente o homem que diz ser.

- E não é, mesmo. – Tom suspirou. Harry merecia a verdade. Ele merecia ter todas as informações, mesmo que ele não acreditasse em Tom e continuasse achando que o Lorde era o assassino de sua família. Mesmo que ele continuasse a odiá-lo, ele sabia Harry merecia, ao menos, ouvir a versão verdadeira dos fatos. Então, ele contou. Tentou relembrar o máximo de detalhes possíveis daquela noite, e contou tudo ao garoto.

- Depois que eu te atingi... eu não sei exatamente o que aconteceu, só posso fazer suposições. Mas tenho certeza de que sua mãe tinha notado a conexão que havia entre nós dois. Ela queria conversar, e não acho que tentaria fazer isso, se achasse que havia alguma chance de que eu fosse tentar ferir você. Suponho que eles não tenham ficado muito felizes com a intromissão de Dumbledore e, por isso, ele deve ter dado um jeito nos dois. Afinal, ele não poderia ter dois bruxos tão importantes quanto seus pais espalhando por aí que ele havia interferido em um laço de companheiros. A repercussão seria péssima para ele.

       Quando terminou de falar, Tom respirou fundo. Pronto, estava feito. Harry sabia toda a verdade, agora. Tom o olhou, esperando pela reação do menino, mas os olhos de Harry estavam vidrados e sua expressão não entregava nenhum de seus sentimentos. Por um instante, o mais velho pensou que ele não tivesse escutado uma palavra do que havia dito, mas, então, reparou que o corpo do garoto tremia levemente, como se ele estivesse tentando conter sua reação.

       A cada segundo de silêncio, Tom ficava mais ansioso. Talvez, aquilo tivesse sido um erro. É claro que tinha sido, ele deveria ter esperado até que Harry estivesse mais confortável perto dele, até que confiasse mais em si, mas, sinceramente, nos últimos tempos, ele vinha acreditando que estavam fazendo progresso em sua relação. Talvez, ele tivesse superestimado esse progresso. Tom abriu a boca para dizer alguma coisa – qualquer coisa – para acabar com aquele silêncio insuportável, mas Harry, finalmente, decidiu se manifestar:

My Precious Mate - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora