Capítulo 7

13.6K 1.6K 638
                                    

       As semanas foram passando, e Harry e Tom continuavam a se encontrar. Até o momento tinham conseguido evitar brigas e, para a surpresa de Harry, Tom podia ser uma companhia muito agradável, quando não estava de mal humor, por conta de "seus minions incompetentes", como Harry passara a se referir aos Comensais da Morte. Tom não tinha achado muita graça.

       Quando o humor de Tom se tornava muito azedo, Harry tentava se manter quieto, geralmente lendo algum livro do escritório de Tom. A maior parte dos livros tratava de magia negra, mas Harry encontrara um ou outro bem interessantes.

       De toda forma, as coisas estavam indo muito bem. É claro que ainda havia uma voz na cabeça de Harry – a voz de Dumbledore – que o dizia para não se sentir tão alegre e confortável na presença de Tom, pois este usaria seus sentimentos para manipulá-lo. Mas, agora, quase um mês depois da trégua que haviam estabelecido, era impossível negar que ele gostava da companhia do outro, mesmo que Tom fosse um idiota sarcástico às vezes. Um idiota sarcástico com sorriso lindo, que adorava provocar Harry. Aos poucos o mais novo começava a aceitar que não haveria a menor possibilidade de não se sentir atraído pelo outro, mesmo sabendo que nada além de conversas aconteceria entre eles. Era algo com que Harry simplesmente teria de lidar.

       O único problema do arranjo deles era que havia muitas possibilidades de que fossem pegos, o que acabava exigindo muita cautela dos dois. No segundo encontro deles, Harry contou a Tom que um membro da Ordem havia notado sua coruja na janela de Harry, fato que levara a alguns questionamentos.

- Eu disse que ela apenas aparecia na minha janela de vez em quando, que nunca trazia nada. Disse que provavelmente sentia o cheiro da comida de Edwiges, mas acho melhor encontrarmos outra forma de comunicação. – dissera Harry.

      Tom, então, tinha usado magia para conectar dois diários, dando um a Harry e permanecendo com o outro. Ele explicara que o que escrevessem em um dos diários apareceria no outro e, assim, poderiam combinar seus encontros de maneira mais discreta. Por fim, eles decidiram que os diários seriam uma boa forma de comunicação diária, e, uma vez que não poderia estar fisicamente juntos todos os dias, aquilo provavelmente poderia ajudar a aplacar os efeitos negativos do laço. Por enquanto, estava dando certo e eles já não chegavam tão abatidos aos encontros.

      Tom também disse que mandaria Hermes – sua coruja – visitar Harry de vez em quando, para respaldar a mentira contada pelo garoto. Tinha funcionado muito bem, pois na semana seguinte Ron entrara em seu quarto no momento em que a coruja aparecera, testemunhando que Hermes, de fato, não havia trazido nada para o moreno. Harry agradecera mentalmente por seu companheiro ser um gênio.

      Como Remus e Sirius não sabiam as situação de Tom e Harry, os dois tentavam marcar seus encontros bem tarde na parte da noite ou muito cedo de manhã, de modo que fosse improvável que alguém estivesse acordado. No entanto, na volta do último encontro, Harry quase tinha sido pego no flagra por Remus, que entrara em seu quarto de repente. Só então, o menino percebera que tinha se demorado demais em sua visita – em sua defesa, o humor de Tom estava especialmente bom, e Harry o convencera e explicar melhor um feitiço muito complexo de um de seus livros. Remus o olhara com uma sobrancelha erguida, esperando por uma explicação para o barulho repentino que tinha escutado – o som da transportação.

- Hmm, bom dia Remus. – foi tudo o que Harry conseguiu pensar em dizer. As sobrancelhas do lobisomem se arquearam ainda mais.

- O que você estava fazendo?

- Eu? Eu... estava apenas dando uma olhada nos armários...procurando por...infestações de cupins. – terminou Harry, provando a si mesmo e a Remus que era um péssimo mentiroso.

My Precious Mate - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora