Capítulo 35

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        Os dois dias seguintes passaram como um borrão para Tom. Ele havia liderado inúmeras buscas, em diversos países da Europa. Sendo Ministro da Magia da Inglaterra, o correto seria que ele pedisse permissão, antes de vasculhar o território de outros países, mas ele não se importou com aquele detalhe técnico. Se tivesse mesmo que falar com cada autoridade do Mundo Mágico, ele perderia muito tempo e, naquele momento, o tempo era seu bem mais precioso. Ele não fazia ideia de quando Dumbledore se cansaria de machucar Harry e decidiria que era hora de acabar com a vida do garoto, e não sabia por quanto tempo o mais novo conseguiria resistir às torturas. Além disso, nenhuma autoridade parecia querer bater de frente com o Lorde das Trevas britânico. Já havia ficado claro que ele estava procurando por algo com muita urgência, e ninguém estava disposto a se colocar no caminho dele.

        Frequentemente, Tom era surpreendido pelos gritos aterrorizados de Harry invadindo sua mente, o que só acontecia, quando a dor era tanta que o menino não conseguia manter os escudos mentais levantados. Em geral, o grifinório tentava manter sua mente protegida, nos momentos em que Dumbledore estava por perto, afirmando que tinha medo do que o velho poderia fazer, caso tivesse acesso a seus pensamentos. Apesar disso fazer muito sentido, Tom sabia que, na verdade, Harry o estava tentando proteger de ter que ouvir seu sofrimento.

        Outra questão que vinha ocupando a cabeça de Tom tinha relação com a pista sobre o companheiro de Dumbledore, que não havia levado a lugar nenhum por enquanto, já que ninguém parecia saber a identidade do homem misterioso, nem mesmo Minerva Macgonagall. Tom se sentia frustrado com sua incapacidade em descobrir um simples nome. Àquela altura, aquele nome desconhecido parecia ser a informação mais importante do mundo, a informação que o permitiria encontrar Harry imediatamente. Assim, o Lorde dividia seu tempo entre missões de busca fora e dentro da Inglaterra e leituras incessantes de arquivos sobre a vida de Dumbledore.

        A tensão parecia constante entre todos aqueles que se preocupavam com Harry, até mesmo Nagini andava muito silenciosa, embora ela quase não deixasse o lado de Tom, esperando por qualquer sinal de vida que o garoto pudesse dar. Sirius e Remus pareciam dispostos a colocar fogo no mundo inteiro, se aquilo os levasse ao afilhado. Nos poucos momentos em que estivera com os dois, Tom vira os olhos de Remus se transformarem em dourados, toda a vez que uma busca se mostrara infrutífera.

        Naquela manhã – quase tarde, na verdade -, ainda não havia qualquer notícia, e isso deixava o Lorde inquieto. Será que Harry estava sofrendo naquele exato segundo? Ou será que estava apenas dormindo? Ou será...

        Não. – Tom se forçou a abandonar aquela linha de pensamento. – Se alguma coisa pior tivesse acontecido, eu saberia. Harry está vivo, Harry está vivo, Harry está-

- Tom? – o aludido franziu as sobrancelhas e olhou na direção da voz que o chamava. Desde quando as pessoas tinham começado a chamá-lo daquela forma? Lorde Voldemort era um nome perfeitamente aceitável.

- Será que deveríamos chamá-lo de Milorde? É assim que Snape o chama, Fred.

- Mas Harry sempre usa Tom. – Fred argumentou.

- Bem, sim, mas...

- O que vocês dois querem? – o homem de olhos vermelhos cortou a discussão dos gêmeos Weasley, com irritação.

        Eles estavam no Grimmauld Place, esperando por Sirius, para poderem aparatar para Bélgica, em mais uma das exaustivas missões de busca. Pelo menos, era isso que Tom estava fazendo, Fred e Jorge não deveriam estar ali.

- Nós temos uma informação importante. Você sabe que, mesmo não estudando mais em Hogwarts, nós ainda passamos muito tempo ali pelas redondezas, por causa de Draco, principalmente em Hogsmeade. – Jorge adotou uma postura séria.

My Precious Mate - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora