Prólogo

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        Quando Harry Potter tocou a taça do Torneio Tribruxo com Cedric Diggory, ele não poderia imaginar que a taça fosse uma chave de portal. Mais importante ainda: ele não poderia imaginar que toda sua vida e suas crenças estavam prestes a mudar para sempre. A chegada ao cemitério da Mansão Riddle – e os acontecimentos que lá se passaram – foram tão chocantes para Harry, que levariam dias até que ele começasse a processar tudo.

        Antes mesmo de entrar no labirinto Harry sabia – ele sabia – que algo estava prestes a acontecer. É claro que em momento nenhum ele imaginou que o Lorde das Trevas ressurgiria naquela noite, que Cedric seria assassinado por Peter Pettigrew, e menos ainda, que sua interação com o bruxo das trevas mais perigoso da história seria total e completamente bizarra, ao invés de total e completamente aterrorizante. Ele também não esperava sobreviver ao encontro.

       No momento em que Rabicho cortou a própria mão para finalizar o ritual de ressurgimento de Voldemort, Harry pediu a qualquer divindade que estivesse disposta a escutar, que permitisse que o Lorde se afogasse, que alguma coisa – qualquer coisa – desse errada no maldito ritual. Considerando sua sorte, ele não estava surpreso por não ter sido atendido.

       Mas, então, Harry viu Voldemort. Não, – ele pensou – Tom Riddle. Aquele não era o Voldemort que eu estava esperando. E não era mesmo. Aquele não era o Voldemort de seu primeiro ano, não era o Voldemort que Harry constantemente via em seus pesadelos e em todas as visões que tinha tido naquele ano. Não. Aquele era Tom Riddle, com todo seu charme e beleza estonteante e –

    "Eu definitivamente não deveria estar pensando sobre o Lorde das Trevas dessa maneira."

      O homem a sua frente, Harry reparou, parecia estar na casa dos vinte e poucos anos, apenas um pouco mais velho do que o garoto que ele conhecera dois anos antes, na Câmara secreta. Aparentemente, o tempo favorecia – e muito – Lorde Voldemort –

     "Agora realmente chega, Harry."

      Tom Riddle riu – ele tinha uma risada agradável -, quase como se pudesse ouvir a linha de pensamentos de Harry. Ele olhou para o mais novo de maneira intensa. Muito intensa mesmo. Seus olhos percorriam todo o corpo do garoto. Harry não achava que inimigos deveriam olhar assim um para o outro. Tom se aproximou dele com cuidado, como se estivesse com medo de assustar Harry – como se ele já não estivesse assustado o suficiente. O Lorde ignorou o choro compulsivo de Rabicho. Na verdade, ele pareceu ignorar tudo ao redor deles. Tudo que não fosse Harry. Ao perceber isso, o menino-que-sobreviveu sentiu alguma coisa se aquecer dentro dele, era uma sensação gostosa, subindo por seu estômago.

    "Meu Merlin, que porra está acontecendo?!"

      Será que Voldemort estava usando algum tipo de magia nele...?

- Não. Sem magia. – veio a resposta do Lorde. A voz dele era baixa e rouca, com um toque de humor e curiosidade. Não, pensou Harry, não parecia magia, mesmo. E depois: Então ele realmente pode ler pensamentos.

- Ah, sim. É uma habilidade muito útil. – dessa vez ele sorriu divertido e seu rosto pareceu se iluminar. Harry decidiu não descartar a possibilidade de magia. O Lorde riu, achando graça, e ele mesmo pareceu ficar um pouco surpreso com isso.

- Eu garanto, Harry, que não estou usando nenhuma forma de magia em você. Pelo menos, não por enquanto. Eu poderia dizer o mesmo em relação a você?

- E por que eu acreditaria em você? Você é Lorde Voldemort. E pare de ler meus pensamentos! – então, Harry pensou na pergunta do Lorde e franziu a testa – Como assim eu estou usando magia em você? Eu nem tenho minha varinha. – disse e olhou para o ponto no chão em que sua varinha estava caída. Se ele ao menos pudesse chegar até ela...

My Precious Mate - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora