Capítulo 20

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      Os dias que antecederam o Natal/Yule foram marcados pela felicidade, que parecia transbordar do Grimmauld Place. Aquela alegria parecia estar sendo refletida pela casa inteira, que parecia cada vez mais limpa e habitável. Harry supunha que eles estavam canalizando bem toda aquela animação, usando-a para ajeitar o lugar. Parecia impossível tirar os sorrisos dos rostos de Sirius e Remus, e muitos membros da Ordem da Fênix tinham visitado Black, para parabenizá-lo por ter tido seu nome limpo. O clima no casa era tão agradável, que os Weasley e alguns amigos mais próximos tinham concordado em comemorar o Natal na Casa Black e, mesmo que apenas por alguns dias, todos pareceram se esquecer de que, teoricamente, ainda estavam em guerra.

      Apesar de também se sentir feliz pela liberdade de seu padrinho, Harry não podia mais evitar a preocupação que corroía suas veias. Dumbledore ainda não tinha aparecido na sede da Ordem, tendo, apenas, enviado uma carta, dizendo que estava muito feliz por Sirius, mas que este não deveria usar, de maneira impulsiva, seu novo status como um homem livre. Harry não tinha certeza se preferia que o diretor aparecesse ou que continuasse longe, mas não saber se ele tinha alguma suspeita com relação a si estava deixando o garoto um tanto nervoso.

       Além disso, toda essa comoção no Grimmauld Place tornaram as visitas de Harry à Mansão Sonserina quase impossíveis. A felicidade era tanta, que seria um pouco estranho, se ele dissesse que precisava de um tempo sozinho para colocar a cabeça no lugar e, assim, não tinha nenhuma desculpa que pudesse utilizar para ir ver Tom. Sair escondido, também, tornara-se muito difícil, considerando-se a grande quantidade de pessoas que vinham entrado e saindo da casa. Por isso, apesar de toda a alegria que o presente de Tom trouxera, Harry não estava se sentindo, exatamente, bem, no momento. Já fazia quase uma semana que os dois não se encontravam e, embora as conversas mentais ajudassem a aplacar o laço, não era o suficiente para acabar totalmente com as dores no corpo e com o cansaço. Hermione – que passaria o feriado inteiro com Ron, no Grimmauld Place – tinha prometido que faria algumas poções para ajudar o amigo com a dor.

      E ainda havia outra questão que o garoto estava tentando resolver: ele precisava arrumar um presente de Natal e de aniversário para Tom. O que se dá a um Lorde das Trevas? Talvez, Harry pudesse dar a Tom o nome de alguma pessoa que o tratara mal...ele, certamente, apreciaria a possibilidade de uma tortura...

      Ok, ele ia riscar aquela ideia da lista. Ter Lorde Voldemort à caça durante o Natal, definitivamente, seria um péssimo negócio.

- Hermioneee. - ele chamou de forma manhosa, se jogando no sofá, ao lado da amiga. – Eu tenho um problema.

     Ela piscou e o encarou por um instante, como se ele fosse burro por só agora perceber isso.

- Sim, eu sei.

- Você sabe? – Harry perguntou confuso, fazendo com que a menina erguesse uma sobrancelha para ele.

- Sim, Harry. Sua cara está péssima, não sei como ninguém notou ainda, parece que você não dorme há uns dois dias.

- Acho que estão felizes demais com a prisão de Rabicho, para notar que Harry parece um morto-vivo. – Ron opinou.

- Por mais que eu esteja lisonjeado com os elogios à minha aparência, – Harry começou irritado. – Eu estava me referindo ao fato de que não sei o que dar de presente a Tom.

- Sério? É isso que está te preocupando? – Ron parecia levemente incrédulo.

- Sim. – o outro respondeu com firmeza. – Ele já me deu dois presentes, desde que descobrimos que nós somos companheiros, e eu ainda não dei nada a ele.

My Precious Mate - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora