Agora vá

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As línguas se encontravam com fervura, com ansiedade, com sincronia enquanto as garotas estavam naquela cama. Haviam passado a manhã inteira se beijando e só pararam para o almoço, realização da higiene bucal e logo voltaram para a cama de Rafaella, voltando a se enroscarem uma na outra.

-- Sua pele é tão macia... -- Bianca murmurou, acariciando a pele da barriga de Rafaella por baixo da camisa. A maior resfolegou e arrastou as unhas da mão esquerda na nuca de Bianca.

-- Está calor aqui ou é só impressão minha? -- Rafaella perguntou, vendo o sorriso de Bianca se abrir. Seus olhos analisaram a vermelhidão dos lábios da maior e o inchaço e presumiu que os seus não deveriam estar diferentes.

-- Muito calor. -- Bianca replicou, descendo a mão que estava na barriga de Rafaella para as costas dela, apertando a carne da região com vontade. Rafaella sentia seu coração bater acelerado contra seu peito enquanto apertava com a mão livre a bunda de Bianca, já que a menor estava por cima dela.

-- Caralho, garota... -- Bianca murmurou em um quase gemido. -- Não me provoca desse jeito.

-- Provoco sim. --Rafaella disse, soltando uma risadinha provocante. -- Se está aqui há três anos e nunca ficou com ninguém... -- Ela sussurrou, arrastando os dentes no pescoço de Bianca antes de deixar um beijo provocante contra sua pele. -- Deve estar sedenta por sexo...

-- Na verdade não. Me acostumei. -- Bianca respondeu e Rafaella arqueou uma sobrancelha.

-- Você vai gozar tão rapidinho... -- Rafaella falou, distribuindo beijos pelo pescoço de Bianca. -- Tão gostoso...

-- Rafaella... -- Bianca gemeu baixinho sentindo sua respiração pesar ainda mais. -- Para de provocar. -- Pediu. Gemeu um pouco mais alto quando sentiu a perna esquerda de Rafaella pressionar sua intimidade. Bianca olhou para além das grades apenas para ver se ninguém olhava ou se não havia policiais.

-- Que tal a gente colocar aquele lençol nas grade, hm? -- A maior provocou e Bianca segurou suas duas mãos, as prendendo ao lado de sua cabeça enquanto distribuía beijos pela clavícula de Rafaella.

-- Você quer mesmo transar com uma praticamente desconhecida? -- Bianca perguntou e Rafaella riu.

-- Ah! Como eu quero! -- Rafaella proferiu, mordendo o lábio inferior ao sentir uma mão de Bianca descer para seu seio, por cima da camisa, antes de apertá-lo com carinho.

-- É uma pena então você precisar ir trabalhar com a médica. -- Bianca falou, dando um demorado selinho em seus lábios antes de se sentar na cama. -- Está na hora de você ir, Rafaella. -- Rafaella abriu a boca sem reação.

Realmente precisava ir, mas se via em uma situação complicada onde sua calcinha estava encharcada e sua intimidade pulsando devido à troca de carícias quentes com Bianca.

-- Argh! Inferno! -- Rafaella vociferou, se sentando atrás de Bianca antes de envolver os braços ao redor de seu corpo. -- Não quero ir. -- Rafaella choramingou, distribuindo beijos pelo pescoço de Bianca até chegar no lóbulo de sua orelha. -- Mas preciso. -- Sussurrou, fazendo Bianca assentir.

-- Eu sei. -- Bianca disse e Rafaella suspirou.

-- Desculpe. -- Rafaella pediu fazendo uma careta.

-- Não se preocupe. Temos mais alguns meses dentro dessa cela. -- Bianca disse sorrindo compreensiva e Rafaella assentiu, se levantando.

-- Pode me responder algo que esqueci de perguntar? -- Rafaella indagou e Bianca a fitou, esperando sua pergunta. -- Como sabia que Marcela me disse que você não gosta de encarar? -- Perguntou.

E lá estavam as perguntas cujas quais Bianca não queria responder. A verdade é que Bianca não teria problemas em responder as perguntas de Rafaella, entretanto, eram demasiadas perguntas e, como Bianca sabia que Rafaella era inteligente, tinha medo de ela ir encaixando o quebra-cabeça.

Rafaella não parecia alguém que traria problemas para Bianca, mas e se descuidadamente ela contasse para alguém? Bianca tinha mais dois anos ali e sabia que se soubessem a verdade ela passaria a apanhar todos os dias até sair finalmente daquele inferno.

-- Ela é minha amiga. Me conhece e sabe que é verdade. -- Bianca respondeu friamente, lendo no olhar de Rafaella que ela não havia engolido aquela história.

-- Sabe, eu queria mesmo saber porque você se importou em me proteger. -- Rafaella comentou e Bianca assentiu, umedecendo os lábios antes de se levantar e ficar cara a cara com Rafaella.

-- Já conversamos sobre isso. -- Bianca falou e Rafaella colocou um bico triste em seus lábios, abraçando a cintura de Bianca.

-- Você disse que eu sou destemida como sempre. Seja sincera... Você me conheceu fora daqui? -- Rafaella perguntou e Bianca riu da insistência da menor.

Responder aquilo não seria problema, mas quanto mais peças Bianca entregava à Rafaella, mais visível ficaria a imagem toda.

-- O que eu faço com você, hm? -- Bianca perguntou rindo e Rafaella sorriu amplamente.

-- Eu tenho um leque de sugestões... -- Rafaella disse sugestivamente, alçando as duas sobrancelhas.

-- Você vai se atrasar. -- Biancadisse, sentindo Rafaella dar de ombros.

-- Por favor, por favorzinho, Bia. -- Rafaella insistiu. -- Só responde sinceramente a minha pergunta.

-- Que pergunta? -- Se fez de desentendida e recebeu um tapa na bunda acompanhado de uma expressão séria de Rafaella.

-- Você me conheceu fora daqui? -- Bianca suspirou e finalmente se deu por vencida.

-- Sim, Rafa. -- Bianca disse. -- Mais ou menos, na verdade.

-- Como assim? -- Rafaella perguntou confusa.

-- Bem, nós nunca fomos apresentadas. - Bianca explicou e Rafaella sorriu.

-- Sabia! Eu teria me lembrado desses olhos. -- Rafaella disse em um flerte e Bianca sorriu.

-- Agora vá. -- Bianca disse empurrando sutilmente Rafaella, que se segurou mais em Bianca, negando com a cabeça.

-- Só mais uma perguntinha... -- Rafaella disse e Bianca negou.

-- Não, Rafaella! -- Bianca disse veemente.

-- Por favor. -- Rafaella insistiu. -- Eu só preciso saber se você sabe sobre a minha, uh, condição financeira. -- Rafaella perguntou e Bianca lhe fitou.

-- Sim. Sei que é podre de rica. -- Bianca assumiu e Rafaella a olhou confusa, se afastando um pouco dela. -- O que foi?

-- Na-nada. -- Rafaella respondeu com uma expressão decepcionada no rosto.

-- Então por que está me olhando assim? -- Bianca perguntou confusa.

-- Eu sei que, pelo pouco que eu conheço de você, não parece que seja, mas, uh, por favor não se ofenda...

-- Fala logo! -- Bianca exigiu.

-- Você me proteger ou, uh, ficar comigo não teria nada a ver com meu... meu dinheiro, não é? -- Bianca a olhou friamente, se afastando dela. -- Não me interprete mal, eu só não sei nada sobre você, mas ainda acho que o dinheiro não tenha influenciado você a...

-- Dê o fora daqui! -- Bianca não gritou, porém sua fala fora rude ao ponto de Rafaella ter se sentido extremamente mal.

-- Eu não quis...

-- Você realmente é estúpida ao ponto de perguntar a alguém se ele está interessado no seu dinheiro? Que tipo de pessoa responderia "sim"? -- Bianca se exaltou e Rafaella se encolheu. -- Vá atrás daquela médica, Rafaella. Sai! -- Bianca disse irritada e Rafaella negou.

-- A cela também, uh, é minha. -- Falou. Queria se desculpar com Bianca, falara sem pensar. Só queria descobrir o motivo de ela ajudá-la sem querer nada em troca.

-- Ótimo. Então fique aí com ela. -- A menor falou, se esquivando de Rafaella para sumir entre o corredor. A maior suspirou, sabendo que precisava ir até a enfermaria, mas também estando ciente de que fora um completa idiota infeliz em sua pergunta.







Presa Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora