Ela não era a sua garota.

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Bianca endireitou sua postura e segurou uma mão de Rafaella antes de assobiar alto, fazendo várias garotas correrem para trás dela.

-- Calma que não queremos briga. -- Ludmilla, uma das três garotas, disse calmamente.

-- Não posso nem namorar tranquila que me incomodam. -- Bianca disse bufando. -- O que querem? -- Ela perguntou friamente.

-- Só viemos resolver algo aqui. Você conhece as leis daqui, Bianca. -- A loira disse, fazendo Bianca assentir. -- Bárbara disse que você roubou a garota dela.

Os olhos castanhos fitaram os azuis de Bárbara seriamente, para segundos depois a garota explodir em uma risada debochada. Ela deixou um beijo no pescoço de Rafaella e sussurrou em seu ouvido que se levantasse.

Assim que Rafaella o fez Bianca desceu um degrau da mini-arquibancada, parando de frente para elas, tendo Rafaella atrás de si, e umedeceu os lábios.

-- Desde quando Rafaella já teve alguma coisa com a ratazana? --Bianca perguntou, vendo Bárbara alisar seus cabelos. -- Rafaella nunca teve nada com ela.

-- Porque fui para a detenção. -- Rafaella reclamou e Bianca desceu mais um degrau, ficando cara a cara com Bárbara

-- Você iria estuprar a minha garota. Acho que a errada dessa merda é você. -- Bianca disse, cerrando os punhos.

-- Ela não era a sua garota. -- Bárbara rebateu.

-- Foda-se! Você iria transar com ela a força. Isso é contra as malditas regras!

-- Todas fazem isso aqui. -- Bárbara replicou e Bianca riu com escárnio.

-- É por isso que eu não gosto de dirigir a porra da palavra a você, porque é uma maldita estúpida. -- Bianca disse irritada. -- Elas trocam favores. Se as garotas aceitam proteção em troca de dar sexo, o problema é delas, não estão sendo obrigadas, mas Rafaella jamais aceitou nada disso.

-- Quem te garante que não? -- Bárbara indagou e Bianca trincou o maxilar.

-- Que garota em sã consciência ficaria com você, sendo que sabe que eu tenho interesse nela? -- Bianca perguntou e Bárbara a fuzilou com os olhos.

-- O que...

-- Desde o primeiro dia que vi aquela garota eu coloquei meus olhos nela e falei com ela, não tenho culpa se ela demorou um dia para se decidir. -- Bianca continuou. -- Então acho bom vocês quatro sumirem da minha frente, porque não estou nada contente em me lembrar que essa filha de uma puta... -- Bianca apontou para Bárbara. -- Está de olho em Rafaella.

-- Você a forçou, Bárbara? -- Uma das garotas questionou e a mulher suspirou. -- Responda, desgraçada! -- Ela elevou a voz, segurando o maxilar da mulher antes de apertar com força. -- Você me fez perder o maldito tempo sendo que você é a errada?

Bianca sentiu o corpo delicado lhe abraçar por trás e sabia que era por medo de sangue começar a rolar. A maior suspirou e se virou ligeiramente, passando um braço pela cintura de Rafaella.

-- Estamos bem. -- Bianca sussurrou no ouvido de Rafaella e a maior assentiu, ainda assustada. Seu mundo era de segurança, riqueza, pessoas civilizadas, dinheiro e, bem, mais dinheiro.

E Bianca sabia disso.

Por isso, quando sentiu Rafaella se aconchegar mais em seu abraço, soube que aquilo não era para ela, aquela vida não pertencia àquela garota. Bianca só queria que ela não tivesse medo.

O primeiro soco foi desferido com tanta força no meio da cara de Bárbara por uma delas, que só então Bianca percebera que não havia ouvido o fim da conversa delas, tamanha era sua preocupação com o corpo delicado entrelaçado com o seu.

Presa Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora