Não duvide de mim.

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Rafaella havia procurado Bianca por toda a prisão, porém só a encontrou na cela delas. Ela se encostou na parte que dividia sua cela com outra e deixou só a ponta de sua cabeça à vista, analisando Bianca.

A menor estava entretida com alguns novo livros que havia chegado para ela aquele dia e sequer reparou que estava sendo observada. A maior respirou fundo e arrumou a postura.

-- Toc Toc? -- Ela disse e Bianca ergueu a cabeça, fitando-a com um sorriso simples nos lábios. -- Podemos conversar?

-- Claro. -- Bianca disse sorrindo de canto e Rafaella se sentou em sua cama.

-- Por que se senta no chão? -- Rafaella perguntou.

-- Não gosto de usar sua cama sem permissão.

-- Não seja boba. Não gosto que se sinta desconfortável. Pode usar minha cama sempre que quiser. -- Rafaella falou e Bianca assentiu.

-- Obrigada. -- Disse. A maior umedeceu os lábios e apoiou os antebraços nas coxas ao ver que Bianca permanecera no chão.

-- Bem... Eu queria conversar sobre, uh, o que Manu disse. -- Seu rosto ganhou uma coloração mais avermelhada e Bianca estacou no lugar.

-- Não precisamos. -- Bianca disse e Rafaella assentiu.

-- Sim, eu sei, mas eu quero. -- Ela falou e Bianca abaixou a vista para seus livros, sentindo-se embaraçada.

-- Pois bem, diga. -- Bianca disse e Rafaella fez uma careta.

-- Isso está estranho. -- Rafaella falou e Bianca ergueu seu rosto, fitando-a.

-- Demorou para perceber. -- Bianca disse e logo umedeceu os lábios. -- Eu disse que era melhor mantermos a distância e...

-- O quê? -- Rafaella perguntou e logo riu. -- Não. Não me refiro a nós. -- Falou, se sentando no chão ao lado de Bianca.

-- E então? -- A menor indagou.

-- Me refiro à forma como estamos parecendo duas desconhecidas conversando. -- Ela falou, retirando os livros do colo de Bianca para então se sentar sobre ele. -- Gosto de ficar pertinho assim. -- Falou com doçura e Bianca sorriu timidamente.

-- Gosta? -- Questionou e Rafaella assentiu.

-- Gosto muito. -- Confessou e Bianca sentiu suas mãos começarem a suar. -- Bianca, eu acho, uh... Não! não acho... Eu sei... -- Se corrigiu. -- Que eu estou...

-- Manu ficou lá fora sozinha? -- A menor indagou e Rafaella ergueu a vista para ela rodeando os braços ao redor de seu pescoço.

-- Eu estou apaixonada por você. -- Rafaella disse, não dando espaço para Bianca mudar de assunto. -- Muito. Caindo de amores. Sonho com seu cheiro e penso em você quando não está por perto. -- Bianca se remexeu inquieta embaixo dela.

-- Você não deveria, Rafa. -- A voz de Bianca não passou de um sussurro e Rafaella comprimiu os lábios, assentindo.

-- É... Eu não deveria, eu sei. -- Falou. -- Mas me apaixonei. O que posso fazer?

-- Tentar se afastar de mim. -- Bianca disse, abaixando os olhos. Sentiu um toque delicado erguer seu queixo antes de lábios macios tocarem os seus.

-- Eu não quero me afastar de você. Estou apaixonada, não entende? Apaixonada. -- Rafaella disse veemente ao separar-se do beijo casto. -- Quero todo o contrário, quero ficar perto de você o tempo inteiro.

-- Até quando está na enfermaria ao lado da médica oferecida? -- Bianca indagou e Rafaella riu graciosamente, assentindo.

-- Sim, mesmo gostando de conversar com ela. -- Rafaella disse e Bianca a fitou.

-- Não precisava ter me dito isso. -- Bianca falou e Rafaella sorriu.

-- Precisava sim, porque o assunto principal de nossas conversas sempre é você. -- Rafaella confessou e Bianca franziu os olhos.

-- Duvido.

-- Não duvide de mim. -- Rafaella falou. -- E não precisa ter ciúmes dela. Ela sabe que eu quero só você. -- O coração da menor bateu fortemente contra a sua caixa torácica. Não podia crer no que ouvia. Rafaella dizia a ela algo que jamais pensara ouvir daqueles lábios. -- Inclusive ela acha que você é muito linda e que eu tenho bom gosto.

-- Jura que falou para ela de mim? -- Bianca perguntou e Rafaella assentiu.

-- Eu deveria ter ciúmes da médica por esse entusiasmo em sua voz? -- Rafaella perguntou brincando e Bianca riu, negando.

-- Não deveria ter ciúmes de ninguém, Rafa. -- Bianca falou, abraçando o corpo em cima de si. -- Não tenho olhos para mais ninguém. -- A maior mordeu o próprio lábio antes de se debruçar e capturar os lábios de Bianca entre os seus.

As mãos de Bianca puxaram Rafaella mais para seu corpo enquanto a língua da maior pedia passagem. Ela não hesitou em deixar a outra aprofundar o beijo e arfou contra a boca de Rafaella quando sentiu a garota rebolar sobre seu colo.

-- Como me excita tão rápido, hein? -- Bianca perguntou e Rafaella sorriu contra seus lábios, olhando para fora da cela apenas para ver que ninguém passava ali.

-- Faz carinho em mim, faz? -- Rafaella sussurrou contra seu ouvido antes de mordiscar o lóbulo de sua orelha e segurar uma mão de Bianca, guiando-a para o meio de suas pernas.

-- Alguém pode passar, Rafa. -- Bianca disse e Rafaella arrastou os dentes no pescoço de Bianca mansamente.

-- Eu adoro quando você pronuncia o meu nome com essa voz rouca e sexy... -- Sussurrou. -- Me excita em tantos graus.

Bianva estava perdida. Como poderia pensar que conseguiria negar algo para a maior? Ainda mais quando ela queria tanto quanto a outra garota.

-- Eu vigio. -- Rafaella falou, pegando novamente uma das mãos de Bianca e a guiando, dessa vez, para dentro de sua calça. -- Faz carinho, Bi? -- Repetiu a pergunta e arfou quando sentiu os dedos de Bianca começarem a se mover em círculos em seu nervo rígido.

-- Tão molhada já... -- Bianca falou e Rafaella fez um enorme esforço para não fechar os olhos, apenas para poder vigiar a entrada. Se alguém passasse ali não tinha como ver totalmente a mão de Bianca em sua intimidade, afinal seu braço direito estava para o lado da parede e não das grades, porém, se alguém passasse e a visse se movimentando sobre Bianca com cara de desejo, na hora descobriria o que faziam.

-- Aposto que está tão molhada quanto eu. -- Rafaella murmurou, entreabrindo a boca ao sentir dois dedos de Bianca desligarem para seu interior. -- Oh... Sim!

-- Não me canso de ouvir os seus gemidos, Rafaella... -- Bianca murmurou e a maior não resistiu em começar a se movimentar de encontro ao dedos de Bianca.

-- Eu queria foder com você em uma casa distante de tudo... -- Rafaella murmurou, acelerando a velocidade de seus quadris.

-- E eu queria poder namorar com você. -- Bianca falou, fazendo Rafaella a fitar. -- Porém não podemos, mas para mim já basta saber que a paixão que sinto por você é completamente recíproca

-- Bianca... -- Rafaella diria algo a respeito, porém os movimentos fortes e fundos em seu interior a fizeram fechar os olhos fortemente. -- Vigia para mim... Acho que vou... gozar. -- Disse entre gemidos, afundando as unhas no couro cabeludo de Bianca.

A menor olhou para a entrada e ninguém passava. Por sorte naquele horário todas desfrutavam do sol. Bianca sentiu o interior de Rafaella apertar seus dedos e então levou o dedão para seu clitóris, incentivando o orgasmo a vir.

A maior sentiu a sensação deliciosa de seu ventre atingir todo o corpo, fazendo-a abaixar a cabeça e morder o ombro de Bianca para não gemer alto. Seu corpo relaxou sobre o de Bianca e ela afundou o rosto no pescoço da menor, se deixando ali.

-- Eu gostaria de namorar você. -- Rafaella murmurou e Bianca retirou a mão de dentro de sua calcinha e calça,  abraçando o corpo menor.

-- Eu sei. Eu também. -- Murmurou tristemente, não vendo um final feliz para aquela história.

Presa Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora