idiota

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-- Andrade! -- A voz firme da policial loira fez Bianca se virar para trás e limpar a garganta, se cobrindo com a parte de cima do uniforme que precisou se abaixar para pegar do chão.

-- Pois não? -- Perguntou, vendo a policial negar com a cabeça.

-- Nada. Não quero esse tipo de atividade durante o dia. Se quiserem fazer isso durante a noite o problema é de vocês. -- A policial disse e Bianca assentiu. -- Se eu voltar aqui e ver vocês assim terão problemas. -- Alertou, puxando o lençol das grades e o fazendo cair no chão antes de sumir de vista.

-- Essa foi por pouco. -- Bianca sussurrou e Rafaella riu, assentindo.

-- Eu quase me borrei de medo. -- Rafaella confessou, porém seus olhos pararam na região abaixo dos seios se Bianca pois dava para ver de lado. Estava sangrando.

-- O que foi? -- Bianca perguntou e Rafaella puxou sua blusa para o lado, analisando a ferida com olhos preocupados.

-- O que foi isso? -- Perguntou e Bianca abaixou a vista, encontrando o pequeno ferimento.

-- Esse sangue deve estar seco já. Me machuquei hoje pela manhã naquela porcaria de jogo. -- Bianca falou e Rafaella se levantou, pegando algodão, Band-Aid e pomada que havia levado para a sua cela como brinde por estar na enfermaria.

-- Já falei para tomar cuidado nesse jogo. Elas são muito brutas, Bia. -- Rafaella falou, molhando o algodão no lavatório antes de se aproximar de Bianca e deslizar o mesmo sobre sua pele.

-- Você abandonou meu time. -- Bianca falou fingindo ressentimento. -- Estou com uma jogadora a menos agora.

-- Não sirvo para jogar. -- Rafaella falou, cuidando do ferimento antes de correr os olhos pelo corpo de Bianca a procura de mais. Encontrou outro em suas costas e a virou de costas para ela, jogando seus cabelos para frente e se levantando para molhar outro pedaço de algodão. -- Aquelas garotas te machucam aqui em cima como?

-- Não faço ideia. -- Bianca respondeu rindo, segurando a camisa na frente dos seios enquanto sentia o algodão deslizar por sua pele. -- O chão não é limpinho igual em todos os lugares. Há pontas de concreto tortas também, talvez quando eu caí tenha me machucado.

-- Tome cuidado, por favor. -- Rafaella pediu preocupada e Bianca assentiu, sentindo Rafaella parar o que fazia e suspirar. Elas sentiu as pontas dos dedos de Rafaella percorrerem sua pele desnuda e instantaneamente se arrepiou.

Os lábios de Rafaella tocaram a pele quente de suas costas, começando a distribuir mansos beijos ao longo da extensão até finalmente apoiar o queixo em seu ombro e envolver seus braços na cintura da garota.

-- Eu senti sua falta essa semana. -- Rafaella confessou, percebendo que Bianca havia engolido em seco. -- Não se afaste assim de novo, Bia, por favor.

-- Eu não vou. -- Bianca respondeu, se esquivando de Rafaella apenas para sentir novamente o deslizar dos dedos em suas costas, fazendo-a fechar os olhos para manter o autocontrole.

-- Obrigada por hoje. -- Rafaella disse, deslumbrada conforme sentia a pele macia sob seu toque.

-- De nada. -- Bianca respondeu, controlando novamente sua respiração ao sentir os lábios de Rafaella tocarem sua nuca vagarosamente. -- Pare, Rafaella... --Bianca pediu com fraqueza na voz.

-- Eu senti mesmo a sua falta... -- Rafaella falou e Bianca se esquivou dela, vestindo a camisa as pressas sem sutiã mesmo.

-- Você já disse isso. -- Bianca falou ao se virar de frente para Rafaella e a maior se aproximou, porém Bianca se levantou.

-- Eu sei que você também se sente atraída por mim, então para que ficar fugindo? -- Rafaella perguntou e Bianca se encostou na parede.

-- Não estou fugindo, mas uma policial meio que nos proibiu de qualquer coisas de dia. Não estou afim de problemas. -- Bianca falou e Rafaella assentiu, se levantando para ficar de frente para ela.

-- Nos proibiu de transar, não de nós beijarmos. -- Rafaella falou e Bianca riu.

-- Eu devo beijar muito bem mesmo, para você estar desesperada assim. -- Bianca falou sorrindo prepotente e Rafaella franziu os olhos.

-- idiota. -- Resmungou. -- Não quero mais também. Fique aí com seu egocentrismo e narcisismo. -- Rafaella reclamou, no entanto, quando estava prestes a sair da cela, sentiu uma mão de Bianca tocar seu pulso, puxando-a para seus braços.

-- Ah, não minta! -- Bianca falou, colando ainda mais os corpos. -- Você e eu sabemos que você quer sim. -- Seus lábios roçaram nos de Rafaella antes da maior suspirar.

-- E você e eu também sabemos que você também quer. -- Rafaella falou sorrindo de forma contida. -- Então que tal você só me beijar e ambas calarmos a boca?

-- Certo. -- Bianca falou, rindo baixinho antes de se inclinar ligeiramente e beijar Rafaella. O toque singelo fez ambas suspirarem e então a maior se aconchegou mais nos braços de Bianca, deixando sua língua deslizar pela da outra garota.

-- Hmm... -- Rafaella murmurou antes de depositar um selinho em Bianca. -- Que beijo gostoso. -- Falou sorrindo contra seus lábios e Bianca riu, corando levemente.

-- Sabe que às vezes eu gostaria de te falar as coisas? -- Bianca comentou, levando uma mão até as mechas de Rafaella, colocando-as atrás da orelha da menor. -- Não tem nada demais em te falar, mas...

-- Então me fala. -- Rafaella pediu e Bianca
riu.

-- Eu não queria te contar para não quebrar a barreira entre nós, mas parece que você se infiltrou, hm? -- Bianca disse rindo e Rafaella assentiu.

-- Sim. -- Rafaella disse e Bianca umedeceu os lábios. -- Por favor, me conta algo... Sou muito curiosa. -- A menor riu e assentiu.

-- Bem, eu posso te contar da primeira vez que te vi, que tal? -- Sugeriu e Rafaella balançou a cabeça positivamente de uma maneira frenética.

-- Se eu te disser que não foi nesse estado você acredita? -- Bianca perguntou e Rafaella assentiu.

-- Eu viajava bastante alguns anos atrás, então não seria difícil. -- Rafaella disse, deitando sua cabeça no ombro de Bianca.

-- Foi na praia. -- Bianca disse olhando para um ponto distante, como se puxasse de sua memória uma antiga lembrança. -- E você estava tão maravilhosa.

-- Quem te vê com aquela cara emburrada lá fora jamais acreditaria em você me dizendo coisas assim. -- Rafaella falou rindo e Bianca suspirou.

-- Vai me deixar contar ou não? -- Bianca perguntou e Rafaella assentiu.

-- Desculpe. -- Rafaella se retratou. -- É que estou feliz. -- Bianca arqueou uma sobrancelha e a fitou nos olhos.

-- Eu imagino. Conversar com sua...

-- Não é só por isso. -- Rafaella disse. -- Você voltou a falar comigo e eu não sabia o quanto você poderia fazer falta. -- Explicou. -- Eu gosto de ficar assim com você,Bi.

-- Eu também gosto. -- Bianca confessou, vendo Rafaella envolver os dois braços em torno de seu pescoço.

-- Agora conta... -- Rafaella pediu e Bianca riu, assentindo.

-- Sem interrupções? -- Bianca indagou, sentindo Rafaella fitar seus lábios antes de dar-lhe um beijo casto.

-- Pronto. Agora sim sem interrupções. -- Rafaella disse e Bianca assentiu.

Não faria mal contar aquilo à Rafaella, até porque não tinha nada a ver com o que ela deveria manter segredo, porém ela sabia que aos poucos Rafaella ia desvendando ela. Precisava tomar cuidado, porque algo que acontecera alguns anos atrás para seu benefício poderia acarretar em grandes problemas se descobrissem.

Presa Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora