Bianca chegou no apartamento de Rafaella completamente cansada. Fazia vários anos que não andava igual naquele dia, porém se sentia imensamente satisfeita por ter entregado o máximo de currículos que pôde.
Ela havia usado a chave que Rosa lhe havia dado para entrar e, naquele momento, se jogou no sofá. Ela retirou seu calçado e olhou em volta. Rafaella realmente a amava, porque para colocar uma ex-presidiária em seu lar, deixá-la lá sozinha e com um bolo enorme de dinheiro na gaveta de sua cômoda deveria existir mesmo amor e, além de tudo, confiança.
Saber daquilo enchia o coração de Bianca de alegria. Em toda a sua vida ela jamais ganhara créditos sem precisar dar algo em troca, uma garantia de que não estragaria as coisas. No mundo onde ela viveu a confiança era algo valioso e quase nulo, mas Rafaella depositou toda a sua em Bianca e ela jamais decepcionaria a garota.
A menor riu de repente ao se lembrar de ter aberto a gaveta de manhã e se deparado com um montante maior do que ela ganhava em árduos cinco meses de trabalho. Rafaella definitivamente não tinha noção de quanto uma pessoa de classe baixa precisava.
Ela suspirou bobamente ao notar que já sentia saudades de sua namorada e não via a hora de poder abraçá-la novamente. Seus pensamentos foram cortados ao ouvir o som da chave na fechadura, algo que a fez sorrir instantaneamente e se sentar no sofá.
Alguns segundos mais tarde a porta foi aberta e por ela passou uma Rafaella que aparentava cansaço, carregando uma garota bem agasalhada, por já ser noite, em seus braços.
-- Amor? -- Rafaella chamou sem sequer olhar em volta, fechando a porta desajeitadamente. Assim que ela se virou para a frente ela sorriu, deixando seu olhar pousar em Bianca.
-- Precisa de ajuda? -- Bianca indagou, se levantando e indo até as duas garotas.
-- Sim, mas primeiro deixa eu apresentar vocês pessoalmente... -- Ela disse animada. -- Sofia, essa é a Bianca. Bia essa é a minha sobrinha Sofia. Todas nós vamos morar juntas por um tempo, está bem? -- Indagou à Sofia, vendo a garota assentir.
-- Mas a Bibia não pode roubar meus pilulitos. -- Bianca riu com vontade ao ouvir aquilo.
-- Se eu não roubar seus pirulitos está tudo bem em viver comigo também? -- Bianca perguntou e Sofia assentiu.
-- A titia disse que você não ronca igual a vovó. Então sim. -- Dessa vez tanto Rafaella como Bianca riram.
-- Hey, gatinha, preciso que corra até a porta do final do corredor e me espere lá. Você precisa de um banho que, infelizmente, não tivemos tempo de te dar hoje. -- Rafaella disse e Sofia assentiu.
-- Está tudo azedo. -- Ela disse, sentindo sua tia colocá-la no chão.
-- Espere na cama da titia que eu só vou pegar suas coisas. -- Rafaella disse e Sofia assentiu, correndo para o local o qual Rafaella pediu.
-- E então, em que precisa de minha ajuda? -- Bianca perguntou e Rafaella passou os braços ao redor de seu pescoço antes de plantar um beijo manso em seus lábios.
-- Pode me ajudar com as coisas dela? Deixei no carro.
-- Claro. -- Bianca disse e Rafaella sorriu agradecida. -- O que foi isso aqui? -- A menor perguntou ao ver o sangue seco sobre sua sobrancelha.
-- O dia foi agitado. -- Rafaella explicou. -- No caminho para o carro eu te explico. -- Ela disse e Bianca assentiu. -- Me desculpe ter que trazê-la justo quando você está aqui, mas é que...
-- Hey... É sua sobrinha e sua casa. -- Bianca disse prontamente. -- Não precisa se desculpar de nada e, bem, eu não irei roubar os pirulitos dela, então acho que está tudo bem, uh? -- Rafaella abriu um amplo sorriso antes de assentir.
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Presa Por Acaso
Fiksi PenggemarO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Rafaella Kalimann não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar...