Vamos, Andrade.

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--Vamos, Andrade. Diz! -- Rafaella pediu animada, porém impaciente e Bianca riu assentindo.

-- Como eu dizia, nós estávamos na praia. -- Bianca falou. -- Eu não sei bem quantos anos eu tinha. Acho que uns dezessete anos aproximadamente.

-- E eu estava maravilhosa. -- Rafaella disse sorrindo. -- Suas palavras. -- Falou ao ver Bianca franzir os olhos.

-- Sim, estava. -- Rafaella falou, prendendo mais os braços ao redor do corpo da menor. -- E eu estava o completo oposto disso.

-- Eu duvido. -- Rafaella disse e Bianca olhou para um ponto qualquer, rindo com decepção em sua voz.

-- Não duvide. -- Ela disse. -- Por acaso se lembra de alguma vez onde uma pessoa apanhava vergonhosamente de três enormes brutamontes e então você, magricela daquele jeito, porém ainda assim linda, correu ao encontro dessa pessoa e gritou com os caras, ameaçando chamar a polícia? -- Rafaella arregalou os olhos porque, sim, ela se lembrava.

-- Era você? -- Rafaella perguntou e Bianca assentiu.

-- Sim. -- Bianca respondeu desgostosa. -- Eu me distraí te olhando,  porque, nossa, eu nunca tinha visto uma garota tão linda. -- Confessou enrubescendo. -- E então eu não vi eles se aproximarem.

-- Céus! -- Rafaella proferiu horrorizada. -- E por que eles te bateram daquele jeito? Eu me lembro que seu rosto ficou horrivelmente machucado.

-- Espaço. -- Bianca respondeu dando de ombros. -- Eu precisava de dinheiro para... uh, para algo importante, então fui vender na área deles, mesmo tendo sido alertada que naquele espaço eles que trabalhavam.

-- O que vendia? -- Rafaella perguntou, tentando não pensar no pior.

-- Chapéu de praia. -- Bianca respondeu e Rafaella se lembrou que realmente a garota na praia tinha chapéus espalhados por todo o local após ter apanhado.

-- Não acredito que te bateram por isso. -- Rafaella falou irritada. -- Eu... estou com raiva disso. -- A maiordisse e Bianca sorriu.

-- Já passou. Foi anos atrás. -- Ela disse e Rafaella suspirou.

-- Por que fugiu de mim aquele dia? --  Rafaella perguntou e Bianca umedeceu os lábios.

-- Vergonha. -- Disse sinceramente. -- Eu estava vislumbrada por sua imagem segundos antes e então lá estava você, perguntando-me se eu estava bem. -- Rafaella a fitou meticulosamente. -- Só me lembro que não tive coragem de olhar em seus olhos, por isso me virei e saí correndo.

-- Não deveria ter feito isso. Eu fiquei preocupada. -- Rafaella repreendeu e Bianca assentiu. -- E ainda esqueceu seus chapéus.

-- Bem, perdi dinheiro de investimento. -- Bianca disse sorrindo, porém Rafaella estava irritada, muito irritada. Não conseguia retirar a imagem de Bianca toda suja de sangue, com o rosto arroxeado e o corpo sujo de areia. Ela parecia tão indefesa.

-- Por isso eu não te reconheci, seu rosto...

-- Sim. -- Bianca a cortou e logo Rafaella franziu o cenho.

-- Espere! Isso não explica como sabe que tenho dinheiro. -- Rafaella disse e Bianca assentiu.

-- Bem, naquele dia eu realmente não soube. Não tinha como eu saber ou te procurar no Google. O que eu colocaria? "Garota mais linda da praia salva moça em apuros numa praia da Flórida?" -- Bianca disse rindo. -- Bem que poderia ser assim.

-- E então? -- Rafaella indagou.

-- O destino voltou a cruzar nossas vidas. -- Bianca disse nostálgica. -- E você voltou a me ajudar, de uma maneira ainda mais incrível. Dessa vez eu só conheci seu nome, não seu rosto.

Presa Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora