Capítulo treze

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Nora

Eu odeio falar sobre Elie Summer. Não deveria, mas odeio. Por isso, quando Josh pergunta se ela está se divertindo no Texas, meus sentidos automaticamente se aguçam e minha mente se torna silenciosa e nublada. E num passe de mágica, eu volto para o dia 5 de novembro onde tudo começou.

Eu queria poder esquecer todas as lembranças que envolvem a versão estranha que a minha irmã se tornou naquela época. Queria poder trancá-las numa caixa de madeira gigante e jogá-la no fundo do oceano. Mas não posso. Fazem parte de mim… do que eu sou.

Eu odeio o fato delas me desestabilizarem e terem o poder sobrehumano de me sufocar. É questão de segundos para o corpo inteiro ficar arrepiado e tremer de medo. O medo sabe bem controlar alguém. E por um ano, deixei que tomasse conta de mim.

Ninguém nunca soube o que aconteceu com a Elie. E de um jeito estranho, contar para Josh, parece o certo. A verdade é que ela não está no Texas. Nunca esteve. E eu não faço a mínima idéia de onde ela esteja. E isso dói. Muito.

— Eu não pude contar antes, mas… — Fecho os olhos depressa, sugando forças invisíveis que nem sabia que tinha e me esforçando totalmente para conseguir dizer todas as palavras. — Mas a Elie não está no Texas.

O silêncio que cobre a sala de estar é assustador e eu queria muito que ele não tivesse feito aquela maldita pergunta.

— Se não quiser falar sobre, eu vou entender. — Josh assegura, se apoiando em um cotovelo e me encarando com uma expressão seria.

Os olhos dizem muito sobre alguém. Os de Josh Will refletem certeza. Ele não quer me ver magoada.

Suspiro, deixando-o totalmente confuso, quando viro meu corpo na sua direção e me encaixo ali no seu, em um abraço repentino. A pele de Josh está quente sob as camadas de roupa, os músculos contraídos enquanto ele se mantém ali, apoiado num dos cotovelos. Ele não demora nem dois segundos para passar a mão pela minha cintura e me apertar com intensidade.

— Sério, Nora. Se não quiser, tudo bem para mim. — Subindo e descendo a mão pelas minhas costas, talvez ele nem saiba o quanto aquilo me faz sentir segura. Eu poderia ficar assim para sempre que não me importaria.

— Foi em novembro. — Não consigo segurar as lágrimas. Elas vêm como uma chuva forte e violenta destruindo tudo por dentro. — A Elie estava estranha a semana toda e na sexta feira foi quando piorou. Mamãe achou uns saquinhos… — É estranho a sensação. É como estar parada de novo no batente da porta, observando a minha mãe remexer nas gavetas do quarto da Elie. — Aquelas coisas estavam lá. Só estavam.

— Eu sinto muito, Nora. — Josh afunda os dedos no meu cabelo e de algum modo, aquele toque é o que me dá forças para continuar a falar.

Eu não preciso nem explicar o que quis dizer com aquelas coisas. Ele parece entender de súbito o que a substância fez a minha irmã. As drogas são como fantasmas. Eles perseguiram a Elie. E sem resistência, ela se deixou ser atraída para teia do sofrimento e da perdição.

— Elas discutiram. Era óbivio que um simples castigo não resolveria, mas mamãe não estava pensando direito. — Eu lembro dela levantar a mão para tapear o rosto da minha irmã. Mas recuou no segundo em que viu que era um erro. — Mamãe trancou a Elie no quarto e disse que conversariam mais quando ela voltasse do trabalho.

— Você ficou em casa com ela?

— A minha mãe disse que era melhor não. — Aperto o corpo de Josh com mais força. O medo de viver tudo aquilo de novo me deixava apavorada. — Quando eu e a mamãe voltamos para casa naquela noite, a Elie já tinha… — Suspiro, sentindo o suéter de Josh ficar encharcado. — Já tinha desaparecido. Ela só foi embora. Sem mais, nem menos. — Engulo o choro, respirando fundo, de algum modo tentando abafar a memória da minha mãe fazendo centenas de ligações. — Eu tenho medo de ficar sozinha de novo.

— Você não está sozinha, Nora. — Com o dedo indicador, Josh ergue o meu rosto. O pisca-pisca de Natal alterna a cor dos seus olhos, entre vermelho e amarelo. — Eu estou bem aqui. Eu sempre vou estar aqui.

Era tudo que eu precisava ouvir de alguém. E vir do Josh me deixava ainda mais… aliviada. Estou feliz por estar nesse apartamento estranho e sentir todas aquelas coisas.

Esqueci de mostrar a vocês a tenda mal improvisada onde Nora e Josh se encontram:

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Esqueci de mostrar a vocês a tenda mal improvisada onde Nora e Josh se encontram:

Sou só eu, ou vocês também queriam tá agarradinho com o crush numa tenda dessa, hein?❤

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Sou só eu, ou vocês também queriam tá agarradinho com o crush numa tenda dessa, hein?

AGORA, perguntas...

Tadinha da Nora né, gente? Vocês também ficaram com pena dela?

Acham que a Elie merecia isso?

Quem aqui quase chorou?

Vocês entenderam que o assunto era sobre drogas ou ficou meio confuso?

Acham que o Josh compreendeu os motivos da Nora não ter contado antes?

Será que a Elie vai reaparecer futuramente?

Enfim. Quem responder vou STALKEAR o perfil.

Tô de olho. 👀

[]

Caso você esteja passando pelas mesmas condições que a Elie, ou até mesmo conheça alguém, não deixem de pedir ajuda ou oferecer ajuda!
Saúde física e mental em primeiro lugar sempre.
Priorizem o bem estar e a empatia.

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