Capítulo vinte e dois

41 20 16
                                    

Josh

Eu me apaixonei e a ficha só caiu agora. É como um amigo me disse uma vez, gostar de alguém é como levar um corte. Não dói de primeira, mas quando você sente, já era.

Se eu soubesse antes que seria tão bom assim beijar Nora Summer, teria feito isso há muito tempo. Ela tem gosto de morango e cheiro de verão. Ela lembra do mar salgado e do sol escaldante. E de como é gostoso quando os pés ficam cheiros de areia.

Estamos deitados na cama do Todd. Ele vai me enterrar a sete palmos de terra se descobrir, mas sinceramente, não estou dando importância. Eu morreria feliz depois de hoje. Afinal, quem estaria ligando para os surtos do melhor amigo por uma cama desarrumada se tivesse beijado a garota dos seus sonhos? A resposta é bem óbivia.

Nora rola no colchão, se apoiando em um dos braço para encontrar o meu rosto. Seus lábios se arrastam em um sorriso tímido quando ergo a minha mão e acomodo, gentilmente, uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. Em agradecimento, ela se inclina e me beija. Céus, como eu precisava disso!

— Josh… — Nora se afasta. — Você está com gosto de peixe.

— Mas eu não comi nem um peixe. — Pontuo, os lábios pendidos em um risinho.

Eu seiii. Mas você está.

Reviro os olhos, confuso. O rosto de Nora está preenchido por uma expressão travessa. Ela morde o lábio, balançando a cabeça como quem diz: "você caiu mesmo nessa?".

— Você está me zoando, não está? — Arrisco em perguntar apesar de já saber a resposta. Nora aperta os lábios um contra o outro, suprimindo a próxima gargalhada. — Você me paga!

Giro no colchão, saltando para cima dela. Nora leva as mãos a barriga, como se já imaginasse o que eu ia aprontar. E ela estava certa. Deslizo meus dedos contra sua pele, fazendo cócegas por todos os lugares que ela não consegue proteger. A sua risada dança pelo ambiente, enquanto ela se contorce entre os lençóis tentando fugir. Desço as mãos para sua cintura e ela quase me difere um tapa. Por sorte, consegui recuar.

— J-josh! P-par… — Ela pende a cabeça para trás, gargalhando. — Josh! — Eu me afasto, mas Nora permanece sorrindo como se meus dedos ainda estivessem sobre ela. — Isso foi jogo sujo.

Encaro suas bochechas vermelhas, deixando meu corpo cair na cama. Uso o punho como apoio para o meu queixo e deixo meus lábios se esticarem em um sorriso. Ela recupera o fôlego devagar, com os olhos distantes. Eu estudo seu rosto, silenciosamente.

— Eu estou feliz. — Nora confessa, de repente. — Desculpe.

— Por que está pedindo desculpas? — Eu seguro a mão dela. Com o polegar, faço pequenos movimentos circulares, massagiando sua palma com carinho. — Não precisa se desculpar por estar feliz.

— Sei disso. — Ela me encara. — Eu só… não tenho certeza se você está feliz também.

— Eu estou feliz. — Esclareço, sorrindo como se fosse óbivio. — Nora, enquanto eu estiver com você, não tenho motivo algum para ficar triste.

As bochechas dela tomam um tom avermelhado. Elimino a distância entre nós, aproveitando a oportunidade para beija-la outra vez. Nossos lábios se unem sem hesitar, como um encaixe perfeito. Nora sorri, afundando a mão nos meus cabelos. Como eu amo quando ela segura meu cabelo. Pela falta da droga do ar, ela se afasta.

— Está com fome? — Ela acente depressa, quando pergunto. — Que tal um boa caneca de leite e os biscoitos que os velhinhos deram para gente? — Nora abre um sorriso de mil fogos como se fosse uma criança faminta. Me arrasto para fora do colchão.

— Josh, enche a caneca. — Ela pede de olhos brilhantes, antes que eu consiga deixar o quarto.

— Deixa comigo. — Alcanço a porta, sentindo meu estômago roncar. Parece que a fome me abateu também. Algo dentro de mim me faz estacar no batente, hesitante. Viro-me para observar Nora deitada entre os lençóis. Ela está brincando com os dedos, enquanto encara o teto.

Ela é linda. Tão linda. E eu me apaixonei.

Eu estou apaixonado e assumo isso. Acho que sempre estive, no entanto. Agora só tenho que tomar coragem e dizer a ela. E se o universo permitir, ela vai dizer de volta.

Então esse é o motivo por estamos aqui?

Sorrio para mim mesmo, me imaginando fazendo essa pergunta para o papai Noel. É muita loucura e por mais que digam que isso é história para crianças, eu acredito nele. Não que eu vá dizer isso a alguém um dia, mas é o que eu penso.

Ele me fez esbarrar com a Nora e jogou essa gigantesca nevasca em St John's. Para alguns, deve estar sendo desafiador ficar trancado em casa. Mas para quem não teve muitos natais com recomeços, como eu, diria que esta é uma experiência libertadora. Me fez enxergar bondade nas pessoas, por mais estranhas e desconhecidas que sejam.

Esse natal é mais que uma noite de neve. É sobre descobrir amor onde os olhos não conseguem ver.

O fim está próximo e meu coração tá ficando apertadinho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O fim está próximo e meu coração tá ficando apertadinho.
Eu não vou chorar! Eu não vou chorar! Eu... eu já tô chorando.

O próximo capítulo possui fortes emoções. Se você tem algum problema cardíaco, coloca água e remédio do ladinho, tá? Kkkk
Eu não leio um livro sem o meu kit primeiros socorros.

Vocês vão sentir falta desses dois? Nem acabou e eu já tô morrendo de saudade.

Uma Noite de Neve |Reta Final|Onde histórias criam vida. Descubra agora