— Eu já disse que não quero depender do dinheiro deles — falava o garoto, lavando a louça na cozinha — , já faz quatro anos que saí da casa dos meus pais e 4 meses que pedi demissão no escritório deles, não quero voltar atrás.
— Binnie, não é voltar a trás, eles sempre te perguntam se você precisa de ajuda — disse Bang Chan, sentado na bancada que dividia a cozinha da sala — não é como se você fosse incomodar, são seus pais e são podres de ricos — ergueu as sobrancelhas.
— Exato, eles são ricos, não eu. — Disse Changbin terminando de secar as mão e agora olhando para o amigo enquanto conversavam — e outra, não estou tão desesperado, eu ainda tenho dinheiro guardado da poupança que eles fizeram para mim.
— Você que sabe, qualquer coisa sabe que tem para onde correr — Chan disse se dando por vencido. — Cadê o folgado do Jisung, nunca mais terminou de se arrumar.
— Eu estou bem aqui e consigo escutar o que você fala — o garoto de cabelos acinzentados disse meio enrolado botando a cabeça para fora do banheiro do corredor com a escova de dentes na mão — já estou indo, porque ofereceu carona se fica me apressando?
— Só queria ser gentil, eu nem gosto de você — o loiro disse dando um sorriso irônico.
— Eu aposto que você nem dorme a noite de tanta saudade que sente de mim — Han Jisung retrucou indo em direção ao quarto no fim do corredor e voltando com a mochila nas costas — estou pronto, velho reclamão.
Changbin que tomava seu café da manhã, ria dos amigos se provocando.
— Por falar em reclamão, o que aconteceu ontem? — Questionou Han olhando para Seo dessa vez, que ergueu os olhos em questionamento — você nos mandou mensagem, dizendo que seu dia estava péssimo e que tudo tinha dado errado, mas quando chegou estava com um sorriso ridículo no rosto e todo encharcado.
Agora os dois garotos focavam os olhares em Changbin, esperando por uma resposta.
— Não aconteceu nada Jisung, você fica imaginando coisas.
— Ok, não precisa contar, rabugento — O menino de cabelos cinza, disse mostrando a língua de jeito infantil.
— É melhor vocês irem logo, senão vou quebrar o Jisung na porrada — o moreno disse se fingindo irritado.
— Vamos logo, tchau Binnie, qualquer coisa liga — Disse Chan pegando seu celular em cima da bancada e indo em direção a porta.
— Tchau velho rabugento — Jisung resmungou, correndo logo em seguida para fora quando Changbin ameaçou levantar para ir atrás dele.
Era verdade que Changbin estava com um sorriso bobo no rosto, não conseguia esquecer aquelas sardas da tarde anterior que fizeram questão de invadirem seus sonhos durante o sono. Ele não tinha as primeiras aulas, então ia levar sua bicicleta para arrumar e só depois iria para a faculdade. Inconscientemente, torcia para encontrar o garoto gentil com galáxias espalhadas pelo rosto, em algum lugar do campus.
[...]
Jisung adentrou o carro, vendo seu amigo fazer o mesmo, sentando no banco do motorista. A universidade não ficava tão longe do apartamento de Changbin e Han, então logo Bang deixou o amigo na frente do campus e seguiu caminho para o Museu Nacional, que era onde ele trabalhava. Chan, estava ansioso naquela quinta-feira, iria dar um grande passo em sua vida, resolveu não contar nada para os amigos ainda, pois queria que tudo desse certo primeiro. Iria pedir sua namorada em casamento, ele e Min-ji já estavam juntos há 3 anos e moravam juntos há 1. Estava tudo preparado, iria levá-la para acampar em seu lugar favorito e lá iria fazer o pedido. Após algum tempo enfrentando o trânsito matinal, Chan chegou ao Museu, estacionou o carro e foi sorridente para o trabalho, amava aquele lugar.
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Starry Rain - Changlix
Hayran KurguSabe quando você acorda e assim que coloca os pés para fora da cama, consegue sentir que absolutamente tudo vai dar errado? Changbin estava num desses dias, podia jurar que o universo estava conspirando contra ele, pois tudo estava indo por água aba...