Megan
Apenas uma frase. Uma frase e todo meu corpo parecia ter tomado consciência. Meu coração acelerou, assim como minha respiração. Minha mão tremia ao ponto de eu precisar fechá-la para parar. Ou pelo menos tentar. Minha cabeça parecia estar em outro plano e eu apenas conseguia observar o que estava acontecendo, mesmo que estivesse plenamente consciente.
Tia Soph ainda me encarava, esperando qualquer reação minha, mas tudo o que eu conseguia fazer era encará-la de volta, enquanto a frase "Acho que está na hora de você saber a verdade" rondava meus pensamentos.
Que verdade? Do que ela estava falando? Como foi que do nada minha vida inteira virou de cabeça para baixo?
— Megan... Fala alguma coisa. — tia Soph se aproximou, tocando meu braço ao qual eu recuei. Ela me olhou parecendo ofendida, mas apenas afirmou com a cabeça, compreendendo.
— Você vai falar de uma vez ou...? — perguntei, sentindo-me levemente irritada. Pra que tanta enrolação?
Mais uma vez, ela afirmou com a cabeça, andando até a sala e sentando-se no sofá, esperando que eu fizesse o mesmo. Luke estava parado no mesmo lugar, apenas observando tudo quieto, embora eu pudesse ver seu olhar de preocupação sobre mim desde o momento que aquela frase tinha saído da boca de tia Soph.
— Então? — pressionei, sentando-me de frente para ela. Aquele suspense estava me matando.
Tia Soph esfregou as duas mãos na calça, respirando fundo.
— Bom... Eu acho que devo começar dizendo que você precisa ter uma mente aberta e não julgar de primeira, Megan. Por que o que seus pais fizeram foi-
— Tia, por favor — a interrompi. Eu não queria ouvir desculpas — Direto ao ponto.
Ela me encarou, seus olhos enchendo de lágrimas, mas eu não deixei aquele fato me tocar. Eu não estava disposta a me sensibilizar antes de ela me contar tudo.
— Okay. Certa noite, seus pais estavam voltando para casa após uma cerimônia de família que fazíamos quase anualmente. Era tarde e estava chovendo torrencialmente. — a primeira lágrima caiu de seus olhos, talvez pela lembrança de meus pais, mas a enxugou rapidamente e continuou: — A noite estava escura e as ruas desertas. Graças a Deus, seu pai nunca foi de dirigir rápido, pois uma tragédia teria acontecido. — respirou fundo, esfregando as mãos, nervosa —Quando menos esperavam, uma mulher atravessou na frente do carro sem aviso nenhum. Eles quase a atropelaram. Seu pai fez quase uma manobra de piloto para livrar aquela desconhecida do baque. Eles saíram assustados do carro, sem saber se tinham atingido a moça. Encontraram-na sentada na calçada, completamente encharcada e tremendo dos pés a cabeça, segurando um pacotinho contra o colo como se sua vida dependesse daquilo, que logo descobririam que era um lindo bebê. Você. — ela sorriu, apontando para mim. Agora lágrimas caíam livres pelo rosto de tia Soph, assim como minhas próprias lágrimas embaçavam minha visão. Aquela altura eu já sabia o que estava acontecendo e não podia acreditar — Megan, você era tão pequenininha, tão frágil. O que eles poderiam fazer? Ofereceram carona e estadia para a moça, que prontamente aceitou, mesmo que fossem desconhecidos. Quem poderia julgar aquela criança cuidando de outra? Ela era tão nova e estava tão assustada. — tia Soph negou, recompondo-se levemente. Eu me sentia zonza e sem ar, mas precisava me manter firme. Precisava saber tudo. — Então, já em casa, depois de seca e em roupas quentes, assim como te embrulharem em algo também, a moça, que descobriram ter o nome de Ramona, contou sua história.
Ela pausou, enxugando as lágrimas, enquanto se aproximava mais de mim e eu deixei, mesmo que aquilo fosse exatamente o oposto do que eu queria.
— Ela estava sem rumo. Tinha sido expulsa de casa pelos pais assim que descobriu que estava esperando um bebê e passou a morar com o namorado, que logo se revelou um cara completamente diferente do que ela achou. Ela se manteve naquele relacionamento tóxico, até mesmo abusivo até você nascer. Foi quando ele ficou mais agressivo. As brigas tinham se tornado físicas. Você tinha apenas um mês de nascida — ela sorriu, como se resgatasse uma memória — Tao frágil e delicada. Ramona achou que a melhor solução para manter vocês duas em segurança seria fugir e foi o que ela fez. Pegou tudo o que pode e saiu sem olhar para trás. Foi quando ela encontrou seus pais. Ou seus pais a encontraram — outra lágrima caiu dos olhos de tia Soph.
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Lover of Mine // lrh
FanfictionMegan Connor é tipo de garota que no mundo da música costumam denominar de groupie. Após se envolver com os quatro membros da banda 5 seconds of summer, acaba desenvolvendo uma bela relação de amizade com eles, exceto com Luke, que parece querer evi...