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Megan

Tinha acabado de chegar em casa após outro dia de trabalho, quando recebi uma mensagem de Vic, perguntando como estavam as coisas. Assim que respondi, ela me ligou.

— Nossa, mas quem é vivo sempre aparece — brinquei, atendendo sua chamada de vídeo.

— Ai, nem me fale — respirou fundo, me fazendo notar o quanto estava com uma aparência cansada — Me desculpe pelo sumiço. Depois daquele trabalho de última hora, entramos em uma semana de oficinas expositivas para futuros potenciais alunos.

— Eu sinto muito. Esse é o preço de estudar — dei um leve sorriso.

— Mas eu tenho uma boa notícia, por isso liguei. — revelou, despertando o bichinho da curiosidade em mim.

— Sou toda ouvidos — respondi, me jogando no sofá. — Se resolveu com seu boy? — cutuquei, sabendo que iria irritá-la.

— Por favor, não vamos tocar no nome daquele encosto — fez cara de tédio — Nunca mais. Mas a notícia que tenho para dar é outra.

— Você vai falar ou vai ficar de gracinha? — a encarei, impaciente.

— Meu Deus, você é insuportável. — riu — Eu liguei só para te dizer que esse fim de semana, estarei finalmente livre para ir te visitar.

Sentei na mesma hora, mal acreditando no que meus ouvidos tinham acabado de escutar.

— Vic, você está falando sério? Não está me enganando de novo? — perguntei, espeançosa.

— Claro que não — riu — Dessa vez é certeza. Nesse fim de semana, estaremos reunidas, como nos velhos tempos.

— Meu Deus, eu nem acredito — coloquei uma das mãos em minha bochecha, ainda em choque — Parece que faz anos que eu não te vejo.

— Você é muito exagerada, Megan — sorriu. — Eu tenho que ir agora. Noite de garotas com as meninas do dormitório.

— Espera, eu sei o que fazer — olhei-a séria — Não chegue tarde, não aceite bebida de estranhos e não use drogas — falei em um falso tom autoritário, fazendo-a gargalhar.

— Certo, é mais fácil e certo eu ser a que te dá esses conselhos. Até depois, beijos — se despediu e eu assenti.

— Beijos — desliguei com um sorriso no rosto.

Eu amava tanto Vic. Ela era meu ponto de apoio, era por ela que tinha começado a viver desde meus 17 anos, era por ela que fazia cada sacrifício. Seria por ela que eu morreria sem nem pensar duas vezes, se fosse preciso. Trocaria minha vida pela dela sem hesitar. Aquele era o tanto que a amava. E não mudaria.

Olhei para fora, vendo as luzes da cidade e dos prédios começarem a se acender, me dando uma enorme vontade de sair e curtir um pouco. Sozinha, sem companhias.

Olhando de fora, aquilo poderia ser coisa de gente solitária e eu até poderia concordar que era, mas não me importava realmente. Adorava tirar momentos só para mim, pensar na vida, pensar nos meus pais, no futuro. Apenas pensar.

Havia quem não gostasse, mas eu achava revigorante. Sempre sentia que era uma outra pessoa quando tirava uma tempo para aqueles programas. E foi o que eu fiz.

Me arrumei, colocando uma roupa simples e um tênis confortável. Peguei uma bolsa pequena, colocando apenas documentos, algum dinheiro e meu celular e saí. Peguei o carro, passeando pelas ruas de LA, apenas curtindo o vento fresco da beira mar, trazendo o cheiro de sal e mar que vinha da praia. O som ambiente vinha do meu carro, me deixando relaxada e feliz.

Lover of Mine // lrh Onde histórias criam vida. Descubra agora