Lover of Mine // lrh

•16•

Megan

Tia Soph e eu conversamos sobre muita coisa, enquanto Vic era monitorada pelos médicos, fazendo testes e mais testes para saber como estava sua saúde num todo.

Por causa das lesões, eles estavam preocupados que ela fosse desenvolver alguma seqüela, mas pelo resultado dos exames, tudo estava milagrosamente perfeito. Graças a Deus.

— Vocês tem certeza que não querem voltar para casa comigo? Eu posso muito bem cuidar de vocês duas. Sei que não tenho sido muito presente desde... — se conteve por que o assunto da morte dos nossos pais ainda era muito delicada para ela — Mas podemos dar um jeito. Me deixa fazer isso, Megan. Por vocês.

Neguei com a cabeça, sorrindo docemente para ela.

— Tia, de verdade, não se preocupe. Eu estou bem, não quero ter que deslocar Vic para outra cidade e sei que ela não ficaria contente com isso também. E além do mais, nós temos os rapazes que podemos chamar a qualquer hora. Estamos em boas mãos, eu juro — segurei sua mão, apertando levemente, deixando-lhe saber que eu era grata pelo convite.

— Bom — ela respondeu, limitando-se apenas a corresponder meu sorriso — Se mudarem de idéia, sabem que podem me ligar a qualquer momento.

— Eu sei. Mas você vai ficar, não é?

— Claro, até Vic receber alta, não vou largar do pé de vocês. — respondeu.

Ficamos conversando por mais um tempo, até que Luke nos encontrou na cafeteria.

— O médico quer conversar com a família da Vic — disse espontâneo, se colocando ao meu lado.

Concordei e levantei, junto com tia Soph, que tomou a frente, indo toda apressada.

— Ela vai ficar? — ele perguntou, andando lado a lado comigo, calmamente.

— Vai, mas só até a Vic receber alta, depois ela volta pra cidade dela — comentei, tranquila. Já estava acostumada com aquilo. Não era mais uma surpresa.

— E você está bem com isso?

— Eu já esperava. Nos acostumamos a ficar sem ela. Temos uma a outra, é o que importa — falei. Eu realmente não ligava muito e sei que Vic também não.

Não odiávamos nossa tia, mas também não era como se morrêssemos de amor sempre que a víamos. Era uma relação pacífica. E apenas.

— Ei, vocês têm a gente também. Isso não conta? — fingiu drama.

— Conta e muito — depositei um beijo em seu rosto, seguindo para o quarto, onde todos estavam sentados, aguardando o médico vir falar.

Alguns momentos de espera depois, ele entrou no cômodo, deixando todos nós ansiosos por seu olhar. Meu coração bateu forte. Não conseguia ler sua expressão e aquilo só me deixava mais nervosa.

— Ei, doutor. Tem alguma notícia boa para nós hoje? — Luke pediu, em seu tom descontraído, com um sorrisinho de canto, tentando amenizar a tensão que todos estávamos sentindo. O mais louco era que ele praticamente tinha lido minha mente, quando tudo o que eu conseguia pensar era isso.

— Eu tenho — ele respondeu e eu suspirei aliviada. — Vic está bem, não temos indícios de nenhuma seqüela. Algumas semanas de fisioterapia para voltar a normalidade dos movimentos e tudo vai ficar bem — soltei a respiração que nem sabia que estava prendendo após Dr. James dizer aquilo, porém acho que foi cedo demais.

— Só tem uma coisa que está preocupando eu e a equipe-

— Você acabou de dizer que ela está bem - o interrompi sem querer. Meu coração parecia que ia sair pela boca.