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Luke

Passei o braço pela cama, tateando em busca de Megan, abrindo os olhos devagar ao não encontrá-la. Ela não estava no quarto, então levantei e verifiquei o banheiro, também não recebendo nenhuma pista de seu paradeiro. O relógio da parede indicava que passava das onze da manhã. Tínhamos ido deitar quase as cinco, enquanto ela tinha seus momentos de tristeza pela recém descoberta de sua origem.

Eu estava preocupado. Sabia o quanto aquilo havia mexido com Megan e como ela deveria estar se sentindo péssima. Gostaria de saber o que fazer para ajudá-la, mas tudo o que eu podia fazer era prestar apoio e estar ali para ela a hora que precisasse.

— Megs? — chamei do pé da escada, pensando que talvez ela pudesse estar na cozinha, não a encontrando ali também. Estranhei tudo aquilo.

Não havia bilhete, nem mensagem no celular, informando que ela tinha saído ou algo assim. Ela sempre avisava. Megan não era de fazer aquilo.

Olhando para fora da janela do cômodo, avistei minha namorada deitada em um dos sofás que tinha no lado de fora, no deck da casa. Soltei um suspiro aliviado ao vê-la ali. Não queria parecer possessivo, nem nada, mas não gostaria de deixar Megan sozinha em uma hora como aquelas.

Naquele momento, ela estava precisando de toda atenção, carinho e compreensão que pudesse receber. E eu queria ser a pessoa de quem ela receberia aquilo.

Indo de encontro até ela, percebi no chão, ao lado do sofá uma garrafa de tequila com mais da metade esvaziada. Fechei os olhos, entendendo o que estava acontecendo. Megan estava pior do que tinha demonstrado. Ou finalmente estava tendo seu surto mental.

— Megan — chamei baixinho, vendo-a abrir olhos e um sorriso preguiçoso se espalhar em seu rosto.

— Heeey — esticou o braço em minha direção — Você acordou — disse com a voz embolada.

— Você está bêbada? — perguntei, aproximando-me mais ainda e agachando ao seu lado.

— Nããããoo — enrugou a testa — Por que acha isso?

— Não sei. Talvez seja pelo fato de ter uma garrafa de tequila praticamente vazia aqui do lado. — sorri para ela, balançando a garrafa em frente aos seus olhos, que fez uma cara culpada.

— Ta bom, só to um pouquinho assim — juntou o polegar e o indicador, me fazendo rir. — É só hoje.

— Está tudo bem — coloquei uma mecha de cabelo atrás de sua orelha — Você pelo menos comeu alguma coisa antes de começar a beber?

— Siiiim, claaaaro — respondeu lentamente me fazendo semicerrar os olhos em sua direção.

— Mentirosa.

Ela suspirou alto, fechando os olhos e sua expressão feliz e relaxada sumiu como mágica em um segundo.

— Luke?

— Fala, amor.

— Posso beber mais? — perguntou soando tão vulnerável que meu coração doeu por ela. — É que quando a minha garganta queima, eu não sinto dor aqui — colocou a mão no coração.

Eu não sabia o que fazer. Eu não queria ceder e deixá-la terminar uma garrafa inteira de tequila sozinha. Assim que o efeito passasse e ela ficasse sóbria de novo, a ressaca ia ser terrível e eu sabia disso. Mas também, não queria que ela ficasse se sentindo daquele jeito. Só queria arrumar um jeito de ajudá-la sem que a prejudicasse de alguma maneira.

— Por que não fazemos assim? — sugeri, ganhando sua atenção — A gente entra, eu faço alguma coisa bem gostosa pra você comer, depois a gente toma um banho e dorme o resto do dia. Aí você não vai sentir essa dor chata aqui — apontei para o mesmo lugar, onde sua mão ainda repousava em seu coração.

Lover of Mine // lrh Onde histórias criam vida. Descubra agora