Capítulo 11

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Andrew

Meu final de semana não poderia ter sido melhor.

Passei o domingo inteiro com Kate. Vimos um filme de suspense e ficamos passeando pela cidade de mãos dadas. Saímos para jantar em um restaurante perto da sua casa e depois ficamos aproveitando o resto da noite no sofá, aos beijos.

Estava começando a ficar acostumado com seus carinhos e sua risada. Era fácil me sentir a vontade ao lado de Kate. Eu mal me afastava e logo pensava quando poderia vê-la novamente.

E isso estava começando a me preocupar.

Tudo entre nós não passava de um acordo. Assim que o baile de caridade passasse cada um seguiria seu caminho, mas parte de mim não queria que isso acontecesse.

Sentiria falta de passar os finais de semana aconchegado com ela, vendo filmes ou conversando. De implicar com suas manias de bater as unhas na mesa quando esta nervosa. De sentir o cheiro de lavanda de seus cabelos. Da forma como ela me fazia sorrir com as maiores banalidades.

E, principalmente, do modo como meu coração se inflava no peito quando estávamos juntos.

Todos os momentos que passávamos ficavam marcados em mim. E não estou pronto para acabar com eles.

**********

Passo o resto da semana em completa ansiedade. A festa em comemoração aos 35 anos da empresa é esta noite e não paro de pensar que em breve meu chefe anunciará quem ganhou a promoção.

Me dediquei ao máximo nesse tempo. Fazia de tudo para mostrar ao meu chefe que eu mereço essa promoção, mas quando se trata de Mark Foster nunca há certezas.

Nesse momento estou em uma luta com a gravata borboleta, e o placar está 2×0 para a maldita gravata.

O elevador apita anunciando que cheguei ao andar de Kate. Bato em sua porta e continuo a minha guerra com o pedaço de pano preto em minha mão.

Ao som da porta abrindo eu levanto meus olhos e quase caio para trás com o que vejo.

Kate está com o cabelo preso em um coque elegante. Alguns fios escapam do penteado e moldam seu rosto dando o ar de elegância e modernismo ao mesmo tempo. Seu olhos estão esfumados e marcados, destacando o mar de chocolate que eles são. Seus lábios estão com a cor rosada natural, o que me deixa ao ponto de me inclinar e confiscá-los para mim.

Seu corpo está coberto apenas por um robe preto que vai até o meio de suas coxas grossas. O decote está quase todo a mostra, o que me dá uma bela visão de seus seios fartos. Uma das mangas está torta em seus ombros, me indicando que ela o colocou as pressas para atender a porta.

Não posso esquecer-me de citar o salto preto altíssimo em seus pés.

Jesus, Maria e José... Tenham misericórdia do meu pobre coração.

Depois de muito tempo sem conseguir dizer absolutamente nada ela se vira e volta para dentro do apartamento falando para que eu entre e me sinta a vontade.

Ainda meio desnorteado, eu entro e fecho a porta atrás de mim e vou na mesma direção que ela foi.

Me encosto no batente da porta de seu quarto e a vejo se sentar em frente uma penteadeira e continuar com o trabalho que estava fazendo antes de eu interromper.

Ela me olha pelo espelho e ergue uma das sobrancelhas bem feitas.

— Vai ficar me olhando a noite toda e não dizer nada?

Recupero a linha de raciocínio e decido brincar com ela.

— Você sempre atende a porta assim? Uma hora vai acabar causando o infarto de alguém.

Um Acordo Quase Perfeito (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora