Capítulo 10

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Kate

Acordo com um barulho irritante do meu celular tocando em algum lugar do apartamento.

Não tenho nenhuma disposição para sair da cama e ir atrás para ver quem é, por isso deixo que toque até cair na caixa de mensagens.

Para o meu desagrado o celular continua tocando por mais vezes e sou obrigada a levantar e descobrir se alguém morreu.

Saio da cama cambaleante, sentindo como se minis operários estivessem trabalhando com furadeiras em minha cabeça.

— Por isso que não bebo com frequência. — murmuro para mim mesma quando passo em frente a um espelho e vejo o meu estado.

Estou com o mesmo vestido da noite passada e sem os sapatos. A maquiagem que uma hora me deixou com um ar sensual, agora não passa de um borrão preto em volta dos meus olhos e ao longo das bochechas. Meu cabelo está em um estado que parece que dois animais passaram a noite brigando em minha cabeça.

Decido que minha aparência vai ficar para segundo plano naquela manhã. A prioridade é acabar com a raça da pessoa que não para de me ligar.

Acho meu celular dentro da bolsa que estava usando ontem e que foi largada em cima da bancada da minha cozinha.

O visor mostra a foto de uma Alissa sorridente e, por um motivo específico, isso me deixa com ainda mais raiva.

— Bom dia, dorminhoca. Ou devo dizer boa tarde? — A voz alegre da minha melhor amiga soa em meus ouvidos quando atendo o celular.

— "Bom" só se for para você, Alissa. — Respondo de forma rude enquanto volto para o meu quarto.

Ela dá uma risadinha.

— Vejo que alguém não acordou com o pé certo essa manhã. — Diz cantarolando.

— Como você consegue estar de bom humor depois do porre que tomamos ontem? — Questiono e me jogo no meio da cama.

— A minha receita de cura é a melhor, minha amiga. Deveria tentar experimentar.

Alissa e eu costumávamos sair muito na época da faculdade e sempre acordavámos com uma puta ressaca. Em um final de semana, um primo distante dela veio visitá-la e lhe ensinou um tipo de batida que cura até a mais forte das ressacas.

Consiste, basicamente, em um suco de tomate batido com ovos crus e com uma pitada de pimenta do reino e molho inglês.

Sinto um arrepio só de lembrar do gosto daquela coisa.

— Prefiro morrer a colocar uma gota daquela gororoba na minha boca de novo. Você sabe que vomitei por três dias depois de beber aquilo pela primeira vez.

Ouço ela bufando e automaticamente sei que ela está revirando os olhos.

— Tudo bem, quem vai continuar com uma escola de samba dentro da cabeça vai ser você. Só liguei para te lembrar sobre a reunião com a equipe de decoração.

Droga... Tinha me esquecido disso.

Afasto o celular da orelha para ver que horas são e solto um suspiro de alívio ao ver que tenho três horas para me recompor antes da reunião.

— Obrigada por me ligar avisando. Do jeito que estou, acabaria dormindo demais e perderia a hora.

— Eu sei, vi como você ficou ontem. — Ela solta uma gargalhada — A propósito, quero saber o que aconteceu para a noite ter terminado com o Andrew carregando você como um saco de batatas para fora da boate.

Solto um gemido ao lembrar de tudo que aconteceu noite passada e das coisas que disse para o Andrew

— Longa história e não tenho disposição no momento para te contar. Vou dar um jeito nessa ressaca para não parecer um zumbi quando chegar no escritório.

Um Acordo Quase Perfeito (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora