Kate
Acordo com um barulho irritante do meu celular tocando em algum lugar do apartamento.
Não tenho nenhuma disposição para sair da cama e ir atrás para ver quem é, por isso deixo que toque até cair na caixa de mensagens.
Para o meu desagrado o celular continua tocando por mais vezes e sou obrigada a levantar e descobrir se alguém morreu.
Saio da cama cambaleante, sentindo como se minis operários estivessem trabalhando com furadeiras em minha cabeça.
— Por isso que não bebo com frequência. — murmuro para mim mesma quando passo em frente a um espelho e vejo o meu estado.
Estou com o mesmo vestido da noite passada e sem os sapatos. A maquiagem que uma hora me deixou com um ar sensual, agora não passa de um borrão preto em volta dos meus olhos e ao longo das bochechas. Meu cabelo está em um estado que parece que dois animais passaram a noite brigando em minha cabeça.
Decido que minha aparência vai ficar para segundo plano naquela manhã. A prioridade é acabar com a raça da pessoa que não para de me ligar.
Acho meu celular dentro da bolsa que estava usando ontem e que foi largada em cima da bancada da minha cozinha.
O visor mostra a foto de uma Alissa sorridente e, por um motivo específico, isso me deixa com ainda mais raiva.
— Bom dia, dorminhoca. Ou devo dizer boa tarde? — A voz alegre da minha melhor amiga soa em meus ouvidos quando atendo o celular.
— "Bom" só se for para você, Alissa. — Respondo de forma rude enquanto volto para o meu quarto.
Ela dá uma risadinha.
— Vejo que alguém não acordou com o pé certo essa manhã. — Diz cantarolando.
— Como você consegue estar de bom humor depois do porre que tomamos ontem? — Questiono e me jogo no meio da cama.
— A minha receita de cura é a melhor, minha amiga. Deveria tentar experimentar.
Alissa e eu costumávamos sair muito na época da faculdade e sempre acordavámos com uma puta ressaca. Em um final de semana, um primo distante dela veio visitá-la e lhe ensinou um tipo de batida que cura até a mais forte das ressacas.
Consiste, basicamente, em um suco de tomate batido com ovos crus e com uma pitada de pimenta do reino e molho inglês.
Sinto um arrepio só de lembrar do gosto daquela coisa.
— Prefiro morrer a colocar uma gota daquela gororoba na minha boca de novo. Você sabe que vomitei por três dias depois de beber aquilo pela primeira vez.
Ouço ela bufando e automaticamente sei que ela está revirando os olhos.
— Tudo bem, quem vai continuar com uma escola de samba dentro da cabeça vai ser você. Só liguei para te lembrar sobre a reunião com a equipe de decoração.
Droga... Tinha me esquecido disso.
Afasto o celular da orelha para ver que horas são e solto um suspiro de alívio ao ver que tenho três horas para me recompor antes da reunião.
— Obrigada por me ligar avisando. Do jeito que estou, acabaria dormindo demais e perderia a hora.
— Eu sei, vi como você ficou ontem. — Ela solta uma gargalhada — A propósito, quero saber o que aconteceu para a noite ter terminado com o Andrew carregando você como um saco de batatas para fora da boate.
Solto um gemido ao lembrar de tudo que aconteceu noite passada e das coisas que disse para o Andrew
— Longa história e não tenho disposição no momento para te contar. Vou dar um jeito nessa ressaca para não parecer um zumbi quando chegar no escritório.
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Um Acordo Quase Perfeito (CONCLUÍDO)
RomanceKate Evans nunca teve do que reclamar em relação a sua vida. Tinha o afeto de sua família, uma melhor amiga que a apoiava em tudo, trabalhava com o que sempre sonhou e tinha o homem que ela acreditava ser o que iria passar o resto de sua vida ao seu...