Capítulo 11

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A porta da sala precisa surgiu depois que Harry checou estar mesmo sozinho no corredor, com a respiração acelerada ele achou que teria um infarto antes mesmo de ouvir o que Malfoy tinha pra falar.

Com alguns passos vindo na direção oposta a sua, ele avistou os cabelos loiros a sua frente, engoliu seco e forçou os próprios pés a se moverem um pouco mais.

— Que bom que veio. – o loiro disse com um sorriso curto mas que Harry ainda conseguiu achar adorável. — Pensei que fosse me rejeitar...

— O que quer comigo, Malfoy? – dando mais alguns passos ele segurou sua mão e deu um sorriso um pouco mais descarado, Harry já tinha visto aquele olhar, a malícia, e o sarcasmo misturado com a perversão.

Ele respirou fundo sentindo o suor em suas mãos.

— Eu realmente gosto de você, Harry. – continuou em meio ao silêncio. — E não te chamei aqui só pra conversar...

Segurando-o pela cintura, Draco puxou o outro sem dar tempo para que ele tentasse qualquer movimento, com a mão em sua nuca ele o beijou apressadamente como se fosse a última coisa a ser feita naquela noite.

Harry estava em êxtase, era a terceira vez que beijava o loiro mas ainda parecia a primeira, era como se os beijos de Draco Malfoy nunca fossem o suficiente, ele odiava admitir aquilo, odiava estar tão a mercê dele, e parecia que tudo era recíproco.

Colocando as mãos em suas costas, Harry alisou o local subindo e descendo em carícias leves sentindo o loiro se arrepiar e sorriu entre o beijo, estava adorando ver seu próprio efeito no outro.

A frase do "não vou demorar" tinha sido deletada completamente de mente de Harry, ele não estava preocupado em sair dali, pelo contrário, quando finalmente se separaram para respirar Malfoy fez questão de exibir o lugar que ele havia preparado.

Os tons de vermelho e verde estavam nos quatro cantos da parede, lustres no teto deixavam o ambiente numa mistura de clima romântico e tensão sexual extrema, não que ele tivesse pensando em algo daquele gênero, ele só...

Melhor não pensar em mais nada, Harry.

Bufando consigo mesmo, ele andou pelo cômodo vendo uma cômoda grande, a mesa estava posta com dois castiçais e velas, tinha frutas, torta de abóbora, pudins, e muitas outras coisas que o moreno parou de nomear. Um enorme quadro com a imagem da floresta proibida fazia a decoração da parede e como se não fosse o bastasse, um espaçoso sofá-cama verde e almofadas vermelhas fizeram Harry sorrir revirando os olhos.

— Precisava de tudo isso? – questionou fitando Draco depois de minutos.

— Queria fazer um encontro digno de nós dois. – retrucou como se fosse óbvio. — Não tivemos oportunidades de fazer nada na primeira vez que fui te ver, então resolvi tudo agora.

— Malfoy, isso é muita loucura... O que seus amigos vão dizer? E a Parkinson?

— O que tem ela? – Malfoy indagou irritado. — Eu não acredito que você...

— Não, eu não acho que vocês tenham algo, pelo menos não de sua parte,  mas ela deixa isso muito claro... – concluiu dando uma risada.

— Eu já te disse uma vez e vou repetir, eu não estou me importando com o que vão falar, eu só quero você, Potter. – disse incisivo. — Só você.

— Não temos só nossos amigos para nos preocupar... – pela primeira vez em minutos ele lembrou outra vez de sua melhor amiga. — Eu... Eu não sei se consigo lidar com outros problemas.

— Se a questão são os meus pais...

— Não é só isso, Malfoy... – ele fez uma pausa quando sentiu duas mãos lhe acariciarem levemente. — Eu não consigo te esconder isso, você precisa saber que...

— A Granger está apaixonada por mim. – ele rebateu interrompendo o moreno que arregalou os olhos espantado e acabou rindo da cena logo depois. — Eu sei disso – ele começou dando um sorriso gracioso que para a conta do moreno, era o primeiro e um dos melhores que já tinha recebido. — O Blaise também tinha reparado muito antes, eu só precisava da confirmação mesmo.

— Então você deve entender a minha situação... Ela é minha melhor amiga, Malfoy...

— E eu sou gay, Harry. – retrucou com uma risada. — Sinceramente, eu achei que a Granger fosse mais inteligente. - Harry bufou. — Eu não estou acostumado a me importar com as outras pessoas, então não me peça pra entender o que se passa na sua cabeça, sempre tive todos sob meu comando.

Harry bufou.

— Sei que você deve estar se torturando mentalmente, e também não faço ideia de como ela ainda não descobriu. – o loiro comentou pensativo e por um momento, Harry também se questionou com aquilo. — O fato é que nada muda o que sentimos um pelo outro.

— Pra você é tudo fácil, não é?! – ele deu de ombros vendo o moreno bufar.

Draco estava cansado daquele falatório, tinha chamado o garoto com um propósito e somente um, conquistar Harry Potter de uma vez por todas.

Ele deu alguns passos para frente observando o "discurso" do moreno diminuir a medida que sua respiração ficava oscilante. Draco nunca tinha reparado naquilo, mas ele ficava incrivelmente sexy tentando se manter firme, como se nada o tivesse abalando.

Malfoy já tinha descoberto seu ponto fraco.

Segurou Harry pela cintura e o empurrou contra o sofá que estava atrás dele, o óculos do garoto ficou torto em seu rosto e com um sorriso, Draco o tirou analisando-o por completo.

Fora um impacto e tanto, em todos esses anos de "amizade" ele sequer havia parado para notar os olhos de seu arqui-inimigo, a íris verde intenso de Harry fizeram suas pernas bambearem e com as mãos firmes no estofado ele roçou seu nariz no dele.

Você é lindo, sabia... – não era uma pergunta retórica, Draco estava realmente encantado com aquela visão e percebendo que estava sendo minimamente analisado, Harry corou.

Uma discussão mental surgiu enquanto Draco se julgava por nunca ter reparado de fato, no garoto-cicatriz, não era tão imperceptível assim, mas o óculos atrapalhava em muita coisa.

Draco colocou uma mão sobre o rosto dele e fez carícias em sua bochecha, Harry ainda estava envergonhado e tentava a todo custo sair daquela situação, porém Malfoy fora mais esperto. Descendo sua mão pelo tronco, ele o ouviu suspirar e continuou no mesmo ritmo até chegar em sua barriga; os músculos se contraíram e arrepiando sob os toques de Draco, o loiro sorriu mordendo o próprio lábio.

O moreno fechou os olhos por um instante e deixou-se levar pelos toques do outro, porém não permaneceu muito tempo naquela pose; Draco o chamou e quando ele abriu os olhos, sorriu selando seus lábios brevemente.

Eu quero você, Malfoy. – foi a única coisa que o moreno sussurrou antes de ver o sorriso malicioso e o peso do corpo dele contra o seu.

𝙱𝚎 𝙼𝚒𝚗𝚎 (𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢)Onde histórias criam vida. Descubra agora