𝙱𝚎 𝙼𝚒𝚗𝚎 (𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢)

Capitulo 7

O barulho na estação de trem era de enlouquecer, pessoas indo e vindo, abraços e despedidas, chegadas e partidas e ao olhar ao redor Sirius revirou os olhos em um sussurro mal-humorado que arrancou uma risada do afilhado.

— Trouxas.

Eles caminharam até a entrada de sempre e em questão de segundos já estavam do outro lado da plataforma; barulho de animais, o tão conhecido "biip" e jovens adentrando aos poucos no imenso trem.

Harry ficou parado observando a movimentação e suspirou um pouco aliviado por ainda não ter visto sinal de Hermione ali, embora soubesse que aquilo não seria por muito tempo já que eles sempre sentavam juntos na mesma cabine. Com uma mão por cima do ombro Sirius afagou o mesmo local recebendo um sorriso do moreno, era a primeira vez que ele acompanhava o garoto até o trem; Harry mal podia se conter de tanta felicidade.

E então ele o viu;

Rony pareceu se desligar da conversa com a própria família e virou para trás encontrando o olhar de Harry quase imóvel. E para a supresa do moreno - ou não - Malfoy estava sendo acompanhado por sua mãe, de cenho franzido Harry pareceu não entender nada daquela cena e ao trocar olhares com seu melhor amigo o viu dar de ombros também confuso.

— Black...

— Malfoy... – Harry ficou tanto tempo observando os passos de Draco Malfoy que mal percebeu que eles passaram praticamente a sua frente e num tom de voz quase mortal, Sirius e Narcissa se "cumprimentaram".

Erguendo a sobrancelha esquerda para Harry ele jurou ter visto uma sombra de sorriso no canto dos lábios do loiro e balançando a cabeça ele "voltou a si".

Mais uma vez a fumaça os alertou sobre o horário e se apressando ainda mais, as demais crianças e adolescentes rumaram rapidamente para o trem.

Harry virou de frente para o padrinho o vendo sorrir orgulhoso, acariciou o rosto do menor e o abraçou com força antes de se despedir; Harry sentiu um nó na garganta ao lembrar que havia mentido enquanto ele só lhe queria o bem, e por mais que não tenha sido uma MENTIRA ele ainda assim, ocultara um fato daqueles e que tampouco deveria ter ocorrido.

Os Weasley entraram e Harry logo ouviu seu nome ser gritado pelo segundo caçula da família.

— Está na hora filho... – Sirius o alertou batendo em seu ombro enquanto o moreno tratava uma luta mental consigo mesmo e depois de não fazer ideia do que fazer, ele bufou batendo as mãos contra sua coxa.

— Sirius... – sussurrou dando um longo suspiro vendo o homem franzir o cenho para ele. — Tem algo que eu queria te contar, na verdade, eu preciso contar.

— Harry, logo agora? O trem já vai partir, nós podemos nos comunicar através das corujas e...

— Não dá. – rebateu aflito. — E-u devia ter te contado logo mas fiquei com medo...

Sirius franziu a testa de novo e coçou a barba razoavelmente grande enquanto aguardava o que seu afilhado tinha pra dizer.

— Eu não sei muito bem o que significa... Mas, Malfoy e eu nos beijamos... duas vezes e...

O tempo pareceu estagnar e nenhum barulho podia ser ouvido por Harry, era como estar numa bolha imensa onde apenas ele e Sirius "reinavam".

As mãos que antes estavam apoiada nos seus ombros penderam para os lados e esfregando uma delas em seu próprio rosto Sirius suspirou antes de encarar o afilhado.

— Vocês, o quê?

— Sirius olha....

— Harry! – o grito desesperado de Rony soou fazendo com que o amigo despertasse finalmente para o que acontecia ao seu redor, ele olhou pra trás fitando o ruivo apreensivo quase saltando pela janela e voltou sua atenção ao padrinho que estava numa mistura de confusão e ódio.