Capitulo 8

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   — Sejam muito bem-vindos a mais um ano em Hogwarts! – a voz de Alvo Dumbledore soou enquanto todos se organizavam em seus respectivos lugares; haviam muitos alunos novos e como de costume o conhecido Chapéu Seletor faria o seu papel em questão de minutos.

     Todos pareciam visivelmente animados com aquilo, porém, apesar de toda a euforia naquele enorme salão, Harry estava bem longe de prestar atenção nas coisas que acontecia ao seu redor; ele havia sentado entre Rony e Simas Finnigan, mas do outro lado da mesa, numa casa inversa à sua, estava Draco Malfoy.

     O loiro assim como ele tampouco ligava ao que seu diretor falava, ele mantinha o olhar fixo sobre Harry e se o moreno não desviasse algumas vezes, seria flagrado por um de seus amigos.

Grifinória!

     A voz do chapéu seletor foi ouvida e logo gritos tomaram o local fazendo com que Harry notasse pela primeira vez, quem era um dos seus novos integrantes. Um garotinho de cabelos pretos e rosto gorducho pulou do banco indo de forma tímida onde Fred e Jorge fizeram questão de guia-lo a um dos vários espaços. Hermione comentou alguma coisa animadamente mas Harry não ouviu, sua mente o acusava de várias formas possíveis; a conversa com Sirius, com Malfoy, a reação que Hermione teria ao saber da verdade, Harry estava a ponto de ter um colapso e fechando os olhos bruscamente ele respirou fundo antes de ouvir alguns sussurros e logo a voz de Rony se sobressaltou.

— Hey, é a Edwiges!

     Harry abriu os olhos assustado enquanto via sua coruja diminuir a velocidade até avistá-lo; os amigos mais próximos ficaram olhando na direção de Harry enquanto os demais voltaram sua atenção aos novatos e o Chapéu Seletor. Assim que pousou de frente ao garoto Edwiges inclinou a cabeça para o lado fitando-o ainda nervoso, Harry desatou o nó do cordão em sua pata e a viu voar depois de tirar o pergaminho do local.

   — É do Sirius? Ron sussurrou vendo o moreno dar de ombros mordendo o próprio lábio sem saber se abria ali ou não. — Pelo menos não foi um berrador. – concluiu reconfortante e Harry apenas concordou.

     Quando os novatos foram guiados a suas respectivas casas o jantar finalmente teve início, embora Harry não tivesse o mínimo de apetite, estava ansioso demais pra saber o que tinha naquele bilhete mas teria de esperar o momento certo e antes que alguém pudesse lhe fazer mais perguntas ele colocou a carta no bolso e se esforçou a comer uma fatia de torta com suco de abóbora.

     Na saída do salão principal Harry ouviu seu nome um pouco mais longe e ao virar franziu o cenho quando Dumbledore fez um breve sinal com o dedo, ele se afastou dos amigos e foi na direção dele que com o sorriso de sempre o guiou até sua própria sala, Harry esfregava os bolsos da sua roupa tentando checar se o papel ainda estava lá, ao mesmo tempo que tentava deduzir o que o professor poderia querer com ele.

   — Sente-se, Harry. – esticou a mão em direção ao objeto. — Creio que ainda não conseguiu deduzir esse meu chamado repentino, não é?! – questionou divertido vendo o moreno coçar a nuca. — Sei que está curioso para ler a carta que seu padrinho enviou mas... me vamos conversar um pouco, está bem?!


[•••]



   — Vamos ver se continuam afiados em seus feitiços...

     Remus Lupin andava de um lado para o outro vendo seus alunos bastante animados; depois de todo incidente ocorrido com o fato do homem ser um lobisomem, ele ficou afastado por seis meses e agora vibrava de felicidade por conseguir voltar e Harry não se conteve em sorrir com a cena; era bom ter seu professor de volta.

   — Que tal retomarmos o feitiço usado para conter um bicho-papão e... Sr. Malfoy, está atrasado.

     Outra vez Harry teve sua atenção da aula interrompida; o moreno engoliu seco ao ver Draco Malfoy adentrar a sala e simplesmente ignorar com desdém o comentário de seu professor, Harry cerrou os punhos com a atitude do garoto e precisou se conter para não socá-lo ali mesmo.

     Como podia alguém causar reações tão bipolares em outro?!

      Enquanto ele e seus seguidores procuravam um lugar qualquer pra sentar, Rony encarou o melhor amigo desviando a atenção para Hermione que também o analisava de longe, ele cutucou o braço do moreno fazendo um sinal discreto e antes que pudessem falar algo, Lupin a chamou.

   — Srt. Granger, por favor...

   — E então, Harry, já abriu o bilhete? – o ruivo questionou em um sussurro enquanto Lupin seguia sua aula. — Ele não está bravo com você, está?

   — Não. – rebateu mas logo coçou a nuca em confusão antes de continuar. — Acho que não....

   — O que dizia?

     Harry suspirou frustrado.

   — Ele pediu pra que eu eu fosse à casa dos gritos...

   — O quê!? – Rony "gritou" e foi interrompido por um empurrão no braço sentindo o rosto queimar deixando-o sem graça. —O que? –repetiu num sussurro vendo o melhor amigo sorrir fraco. —M-mas Harry, você não... – o ruivo olhou para os lados checando se não seriam ouvidos. — Você não pode ir lá, lembra o que aconteceu na última vez...

   — Não tenho escolha, Ron. Aquele é o lugar mais seguro pra irmos. – disse calmo mas visivelmente cansado de tudo aquilo, só queria por um fim naquela história e fingir que nada tinha acontecido, que Malfoy fora somente uma parte de seu pesadelo diário e que no dia seguinte sua vida voltaria ao normal.

      Embora soubesse que não ia acontecer.

   — O Sirius se sente melhor lá. – disse por fim.

   — Olha, sinceramente eu acho uma péssima ideia... – continuou com a voz baixa e claramente assustada. — Aquele lugar me trás péssimas lembranças, Harry....

   — Você não precisa ir, Ron. – concluiu vendo seu amigo ficar em silêncio e olhar para frente enquanto mordia o próprio lábio. — Eu vou ficar bem. – o moreno sorriu tentando confortá-lo e outra vez Rony suspirou soprando os cabelos da testa.

   — Não vou deixar você ir sozinho. Além do mas, se a Hermione souber algum dia que eu fiz isso, ela vai me matar. – disse receoso e Harry não se conteve em dar uma risada negando com a cabeça.

𝙱𝚎 𝙼𝚒𝚗𝚎 (𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢)Onde histórias criam vida. Descubra agora