Capitulo 16 - 1 ano depois

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        Depois daquele evento... Bom. Resolvi ir embora para minha casa. Chorei muito. Comi muito sorvete e chocolate. Resolvo ligar para minhas amigas e adiar a noite de sábado. Conto tudo para elas... Meu passado, o que aconteceu entre Nathan e eu, que ele me usou exatamente como o outro queria... Explico que acabei me apaixonando novamente, mas meu coração foi pisoteado... Resolvi seguir minha vida.

            Conto para meus pais também o que aconteceu na faculdade. Choramos juntos, pediram desculpas. Dormi uns dias na minha antiga casa. Volto para meu apartamento. Fico um mês sem trabalhar. Hora de ir em frente.

            Cinco meses se passaram, eu estava passando muito mal, Paula me leva a um postinho de saúde. Uma virose o médico disse. Mas quatro meses depois descubro que sou mãe. Naquela noite não usamos camisinha, e eu não tomo anticoncepcionais. Uma menina, Lúcia, linda, a cara de seu pai. O bebê de Paula também nasceu, um menino, Alexssandro. Já estávamos fazendo planos deles se casarem. Tirei férias do meu trabalho. Lúcia agora está com três meses. Um ano se passou e nenhuma noticia do Nathan. Que vai ser o eterno amor da minha vida.

~o~

            - Já vai! Já vai! – Quem que toca a campainha desse jeito? Lúcia acordou com todo esse barulho. Fui com ela chorando até a porta.

            - Pois não? – Pergunto para uma moça, parecia familiar, com uma menina em seu colo. Não passava de uns dois anos... Três no máximo.

            - Lisa? – Pergunta a mulher.

            - Sim... – Respondo hesitante. – O que deseja?

            - Posso entrar? – Diz entrando sem esperar minha resposta. Senta em meu sofá e me espera.

            - Quer alguma coisa? – Lúcia estava se acalmando com meu balançar.

            - Não. Vou ser rápida. Essa é Amanda – Diz apontando para a menina. – E eu sou Natália.

            Congelo. Ela é a irmã do Nathan... Só de lembrar dele meus olhos se enchem de água.

            - O que quer? – Digo tentando limpar o catarro com uma mão e segurando Lúcia com a outra. – Estou um pouco ocupada agora... – Por que ela não vai embora?

            - Ela tem quanto tempo? – Pergunta ficando de pé. Fica encantada quando vê o rostinho de Lúcia e logo percebe a semelhança entre eles.

            - É do Nathan não é? – Pergunta com pena.

            - Não. É minha. Só minha. – Respondo sem hesitar. Mas minhas lágrimas me denunciam.

            - Por que não contou para ele?

            - Por quê? Bom... Por onde começo. Ele nunca me amou. Ele preferiu jogar isso na minha cara da PIOR maneira possível. A ex dele chega e ele sai correndo atrás dela sem se importar comigo. Sei que pra ele foi só alguns dias, mas pra mim foi como anos. Eu o amava... – Digo olhando em seus olhos... Tão parecidos com os dele. – Contei segredos que nunca contei pra ninguém. Confiei nele como nunca confiei. E ele... Bom... Como disse, jogou tudo na minha cara. – Dou um sorrisinho triste.

            - Desculpe. Não queria fazer você se lembrar de coisas tão dolorosas... – Ela me abraça e eu retribuo.

            - Pf. Não tem problema. Já superei... – Digo triste.

            - Nota-se que não... Você não o superou ainda. – Diz com um sorrisinho.

            - Estou tentando... Juro pra você. Mas todas as vezes que Lúcia chora e eu vou acudi-la vejo Nathan... Qualquer coisa me faz lembrar Nathan. Bom! Não foi pra isso que você veio não é mesmo? Me escutar lamentando por um cara que só me usou...

            - Eu vim te procurar porque Nathan sofreu um acidente. – Olho chocada para Natália.

            - Como assim?? – Digo desesperada.

            - Bom... Vou ter que te contar desde o início. Nathan foi em casa uma noite contando desse seu plano doido de alugá-lo. Disse que aceitou, pois precisava melhorar sua vida, como já deve saber, Nathan foi um cara muito mulherengo, bebia muito, trabalhava muito. Usava as mulheres como objetos. Até ele conhecer Cecília. Ele logo caiu de paixões por ela, mas logo descobriu que ela gostava do dinheiro dele, e também de seu amigo. Disse que a partir daquele dia não confiaria em nenhuma mulher. Até ele quase te atropelar. Lisa, nunca vi meu irmão daquele jeito.

            - O que? Entediado por ter que me olhar todos os dias?

            - Não. Lógico que não. Feliz... Acendeu em mim uma vela de esperança! Mas logo veio o casamento de seu amigo. Cecília foi uma das madrinhas, e disse que o amava que estava arrependida de tudo. Disse que estava grávida dele.

            Arfo.

            - Nathan, por ser digno e honesto, não queria que seu filho crescesse igual minha Amanda, sem pai. Disse que participaria na vida dessa criança. Pagou pensão e tudo. Não parava de trabalhar. Vivia praticamente no seu escritório. Até que a criança nasceu. Um menino. Nathan foi lá ver como ele era. Logo notou que não era seu. Todos os Wolfman tem uma marca em seu tornozelo esquerdo... Como sua Lúcia tem. – Olho para Lúcia e noto a marquinha em seu tornozelo. Olho para Natália e começo a chorar.

            - E depois? – Digo soluçando.

            - Ele ficou furioso por não ter nenhuma marca. Cecília não sabia disso então quis dar o golpe da barriga. Nathan saiu do hospital direto para um bar. Bebeu todas, não quis mulher nenhuma. Não foi só um dia, foi todos os três meses. Um dia depois de sua bebedeira, quis voltar de carro para casa... Acabou dormindo ao volante e bateu o carro.

            - Oh... Não... – Soluço.

            - Ele está bem. Fraturou pouca coisa. Queria que ficasse de olho nele por mim. Estou voltando agora para o mercado de trabalho. Não posso perder essa oportunidade. Ah! Quase me esqueço. Nathan enquanto fazia a cirurgia, pra tirar alguns cacos de vidro do corpo, só chamava você...

            Olho pra ela com os olhos arregalados.

            - Não... Não é verdade. Nathan me odeia. Ele me disse isso. – Digo confusa.

            - Ele nunca te odiou. Ele só disse aquelas coisas para te afastar. Ele achava que estaria segura longe dele, que você merecia alguém melhor...

            - Te ajudo a cuidar dele. Me passa o endereço. É muito longe daqui?

            - Umas cinco horas... – Diz me entregando um papel com o nome da rua.

            - Não conte pra ele que vou ajudá-lo... Mas depois que ele melhorar eu vou embora.

            - Combinado. Diz sorrindo. – Não fale pra ele que te contei essas coisas...

            - Pode ficar tranquila. 

Alugando um amorOnde histórias criam vida. Descubra agora