- Mãe! Mãe! Olha isso! Uma joaninha! – Lúcia vem correndo em nossa direção. Como era sábado, Nathan não estava trabalhando e estávamos todos sentados no jardim.
Ela abre sua mão e um pequeno ponto vermelho aparece.
- Que lindo filha! Faça um pedido e a solte... – ela fecha os olhos e depois a joga para cima. Ela observa o inseto subir.
- O que pediu filha? – Nathan pergunta a abraçando.
- Um irmãozinho... – olho para Nathan chocada. Não paramos de tentar, mas até agora nada...
- Hmm... É... Vocês querem algo pra beber? Eu já volto. – e saio em disparada para a cozinha. Me apoio no balcão e respiro fundo. Não chore...
- Lisa? – Nathan logo chega.
Vou para a geladeira. – Vim pegar um suco pra Lúcia... Quer alguma coisa? – tento evitá-lo.
- Ei... Pare de se culpar...
- Que merda Nathan... – digo o abraçando. E minhas lágrimas fluem livremente. – Eu sabia que esse dia ia chegar...
- Mas você não tem nenhum problema...
- Não sei não... Três anos Nathan... Não é três dias, três semanas, mas sim três anos... – o encaro. - Ele estava errado...
- Não estava não... – diz limpando meus olhos.
Bufo. – Desculpe senhor vidente...
Os nossos pais iriam nos visitar hoje, Natália, André e Amanda vieram também. Até minha irmã... Comemos e nos divertimos bastante.
[...]
- Mas que caramba... Eu tinha certeza que estava aqui... – digo procurando meu boleto do carro. Sim... Dividi em mil parcelas... E vence hoje o maldito...
- Lisa você viu meu... O que está fazendo? – Nathan aparece na porta.
- Procurando meu boleto... Parece que é uma coisa viu...
- Se for o do carro pode esquecer... Eu já quitei tudo. – congelo.
- O que? – o encaro.
- Já quitei... Agora deixa eu perguntar... Você viu meu...
- Espera aí... Quando você fez isso?
- Há uma semana. Quando descobri que você não pagou ainda o carro.
- Filho da mãe... – e taco uma caneta nele.
- Ai... – diz esfregando o braço.
- Cachorro...
[...]
Não sei não... Estava um dia incrível... Lúcia com seus 4 anos de idade já tinha uma amiguinha e já a convidou para brincar em sua casa. Como conheço a mãe dela e sei que é de confiança deixei ela ir. Nathan quase gritou comigo mas logo cedeu.
Estava voltando pra casa. Estava pensando na vida quando escuto uma buzina e logo vejo o airbag vir em minha direção.
[...]
- Levantando ela em três, dois, um.
Vejo que estou dentro de uma ambulância. Tinha umas pessoas de branco comigo... Que engraçado... E apago.
- O que temos aqui?
- Ela bateu com o carro... Levou alguns cortes. Vamos levá-la para alguns exames.
- Já ligaram para seus familiares?
- O sogro dela é o Dr. Wolfman...
- Nossa...
[...]
Abro os olhos e vejo que estou em um quarto. Uma enfermeira estava regulando alguma coisa ao meu lado. Logo que nota que estou acordada ela sai.
Um homem de branco entra.
- Olá senhora Wolfman... Como se sente?
- Estranha... – digo colocando a mão em minha cabeça.
- Bom... Sorte que não aconteceu nada com você. Nem com o bebê. Seu marido e filha....
- O que? – fico atordoada com a notícia. – Estou grávida?
- Sim senhora. Achei que já soubesse. Está com algumas semanas.
- Cadê ela? – escuto Nathan gritar.
- Senhor... Não pode entrar... – mas a porta é arrombada.
- Lisa!
- Mamãe! – os dois vêm correndo em minha direção.
- Olá... – digo os abraçando.
- Você está bem? O que aconteceu? – ele fica apertando em tudo.
- Para! Estou bem... – digo dando um beijo em sua testa. – Está tudo bem...
- Ela já terá alta hoje. – e o doutor sai.
- Como foi na sua amiguinha? – me viro pra Lúcia.
- Legal mamãe... Comemos biscoitos e tomamos suco. Brincamos de casinha e só. Papai foi me buscar mais cedo... – diz se sentando ao meu lado.
- hahahaha verdade? – digo alisando seu cabelo.
- Sim... Ele disse que tinha acontecido alguma coisa com você. Aí viemos correndo.
- Ah sim... – digo sorrindo pra ele. Ele ainda parecia estar preocupado.
- Ei... Estou bem... – digo apertando sua mão.
[...]
- Nathan...
- Oi...
- Posso te contar uma coisa? – estávamos deitados, prontos para dormir.
- Claro...
Sussurro em seu ouvido. – Estou grávida...
Ele se levanta. – O que?
- Eu peidei... – digo irritada.
- Eu não acredito! – diz me levantando. – Eu te falei! – e me gira.
- Para né... – digo rindo. – Sim... Você tinha razão.
- Oh meu deus... Estou tão feliz Lisa! – diz me abraçando.
- Ai! Meus machucados...
- Eita desculpa...
- Tudo bem... Dormir?
- Sim... Dormir.
E dormimos...
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Alugando um amor
ChickLitPLÁGIO É CRIME! Desde que se conheceram, Lisa e Miguel se tornaram melhores amigos. Mesmo com mudanças, faculdades e namoros eles continuaram unidos. Lisa (arquiteta que ama gatos e livros) é uma solteirona de 25 anos... Na verdade sempre foi. Desde...