capítulo 8

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POV Rose

Quando uma pessoa começa a fazer parte da nossa vida, nos adaptamos a ela. Depois de conhecer Vinnie, descobri que falar não era necessário e passei a falar menos. O silêncio era bom quando aprendemos a conviver com ele. Isso já estava tão dentro da gente que quando estamos apenas eu e Kio, as vezes nem falamos. Na casa dos Hacker também era raro até que virou  costume. Percebi que precisaria aprender a BSL e me dediquei fielmente a isso nas últimas três semanas. Preciso entender esse outro jeito que Vinnie enxerga o mundo porque quero fazer parte do mundo dele. Não vou mentir, é uma língua complicada mas estou conseguindo me virar nela e quero mostrar isso para ele nessa viagem. Agora, tinha acabado de chegar do centro da cidade, tinha ido comprar o presente de Vin, uma câmera fotográfica, não tinha entendido muito bem como funcionava mas ele ama fotografia, espero que goste. 

Embrulhei o presente e guardei na mochila. Dezembro chegara junto do frio britânico, vestia mom jeans, all stars, uma blusa da wallows e um cardigã por cima, prendi meu cabelo em tranças boxeadoras e junto de minha mochila onde levava mudas de roupas, livros, objetos pessoais e etc., desci as escadas encontrando Kio com uma bolsa um pouco maior que a minha e também agasalhado, sorri para mim e vamos para a faixada da casa onde meu pai, Sarah, os pais de Vinnie e Jor e os mesmos. Haviam dois carros, um mais novo onde colocavam Cat na cadeirinha e outra caminhonete antiga mas bem conservada. 

- Se cuidem crianças, Kio cuida da Rose pelo amor, não se matem e voltem seguros okay?- Sarah pede e sorrio, ela sempre falava isso, era fofo. 

- Se cuida querida.- papai fala e me dá um leve beijo na testa, eu sorrio e Kio fala a divisão dos carros indo os pais de Vinnie e Cat em um e nós na caminhonete com Vinnie na direção. Entro no banco do passageiro depois dos meninos colocarem nossas malas na parte exterior do carro e entrarem no banco traseiro, Vin entra no banco do motorista e depois de seus pais saírem, da partida.

Vinnie era lindo de qualquer maneira mas isso eu já sabia, agora dirigindo, suas veias saltadas nas mãos enquanto segurava o volante e a feição concentrada o deixavam um milhão de vezes melhor.

 Estávamos na estrada a cerca de meia hora e Kio e Jor já tinham capotado, estava observando a paisagem quando ouço o rádio ligado. Me viro surpresa e Vinnie sorri voltando a atenção para o volante. Sorrio boba ainda olhando a estrada. Ele não podia ouvir a música tocada mas sabia que para mim era importante, então ligou, porque esse é o Vincent, gentil.

Uma das minhas maiores paixões e poucas lembranças boas de quando era criança eram as viagens de carro de Londres até Crewe, cidade dos pais da minha mãe. Passava todo o tempo observando e faziam anos que eu não tinha essa sensação de infinito pelo corpo.  Abri as janelas e coloquei o braço pra fora soltando um sorriso, e sentindo o vento se quebrar pelo meu corpo, ouço a risada gostosa do loiro ao meu lado, achando graça do que eu estava fazendo.

Não dormi na viagem, fiquei fazendo companhia para Vin, a estrada estava vazia sendo ocupada apenas por nós e os pais do garoto no carro a frente. 

 Era por volta das onze da manhã e tínhamos chegado, Vinnie tinha parado já dentro da propriedade atrás do carro dos pais e eu estava acordando os garotos que tinham feições sonolentas mas se animam ao ver que tinham chego. 

Era um lugar enorme e bem no meio do campo, a casa era bem grande e branca, típica residência britânica e antiga, ao redor tinha o campo, uma linda mesa de piquenique e dava para um lago imenso. No interior da casa, a decoração era  singela e aconchegante, uma cozinha toda amadeirada e verde, a sala tinha um grande sofá e uma TV antiga e a sala de jantar tinha uma mesa de madeira.

Depois de tirar tudo do carro, nos reunimos na sala para organizarmos os quartos.

"- Bom crianças, os meninos vão ficar no quarto a esquerda e Cat e Rose no da frente, tudo bem?" tia Jay fala e assentimos. No andar de cima, a decoração era a mesma e eu e Cat entramos no nosso quarto onde tinha duas camas, colocamos nossas mochilas no chão e sorrio ao vê-la pular na cama.

Deafness - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora